Resumo da aula de Psicopatologia Geral (22/03)
Postado em Psicopatologia geral
Afetividade
-Função psíquica que dá o tom do nosso comportamento, nossas
sensações.
-Tem uma variação polar: rebaixamento do humor e
elação do humor.
-A afetividade nos ajuda a fazer um diagnóstico
diferencial entre neurose e psicose.
-A capacidade de sentir ou não sentir está ligada a
alterações psicopatológicos graves.
-Humor: estado/disposição afetiva. Tem variação polar
(mais ou menos prontidão para a vida).
-Emoção: para a psicopatologia, deve ter manifestação
neurovegetativa (efeito no corpo - mão suando, tontura). É súbita (acontece com
o inesperado).
-Sentimento: ligado a cognição. Estados afetivos mais
estáveis, com variação polar, ligado aos componentes do afeto.
Componentes
do afeto
1. Tônus afetivo: quantidade de afeto investida em determinada situação,
é a intensidade. Garante nossa ligação com as coisas e a capacidade de
sustentá-las.
2. Ressonância
afetiva: capacidade de corresponder
afetivamente ao contexto (reverberação e empatia aos estímulos – se afetar).
Está muito relacionada a capacidade empática (se relacionar com o outro).
3. Modulação: capacidade de adequar o afeto ao contexto, avaliar o
afeto.
Alterações
da qualidade dos afetos
-Embotamento
afetivo: hipotônico, hipomodulante e hiporessonante (exemplo: psicoses,
depressão grave).
-Labilidade
afetiva: hipermodulação do afeto (exemplo: mania, TPM).
-Dissociação
afetiva: supressão/separação das emoções vinculadas a uma ideia (exemplo:
histeria, pessoa que gasta compulsivamente, rir após sofrer um acidente ou
receber uma notícia ruim). Está relacionada ao stress.
-Ambivalência
afetiva: sentimentos antagônicos ao mesmo objeto (exemplo: manias, contar
uma história em que chora e ri na mesma sequência, depressão).
-Incongruência
afetiva: emoção ou afeto desvinculado do contexto (exemplo: rir após sofrer
um acidente ou receber uma notícia ruim).
Humor
-Hipotimia:
rebaixamento do humor (falta de energia, desânimo).
-Hipertimia:
elação (ânimo, energia).
-Humor
irritável: sintoma depressivo, pessoa que busca motivos para brigar.
-Humor ansioso:
expectativa negativa sobre algo.
-Disforia: desassossego
(pessoa senta, levanta, xinga – inquietação).
Vontade
-Depende da intenção, tônus e psicomotricidade. Está
ligada a conação (capacidade de transformar a vontade na atitude).
-Alterações
quantitativas: hipobulia (falta de desejo, motivação) e hiperbulia (motivação
frente a qualquer estímulo, excessivamente).
-Alterações
qualitativas: negativismo (resistência ao estímulo. Pode ser ativo ou passivo
– negação oral ou através da postura). Oposição a uma expectativa, a um
estímulo do ambiente.
-Consideramos psicopatológico quando existe a
frequência, a intensidade e a presença de outros sintomas.
-Cada Psicopatologia tem a predominância da alteração
de uma função psíquica.
Pensamento
-Na normalidade, nossa forma de expressão do
pensamento é a linguagem oral. Entretanto, existem outras formas para expressar
o pensamento, estados subjetivos etc.
-Sempre que temos uma alteração de linguagem, temos
uma alteração de pensamento.
-O discurso (linguagem oral) é a forma mais clara,
explícita para inferir sobre os processos mentais.
Componentes
do pensamento
-Pode ter alterações no fluxo é na forma.
-O pensamento tem um fluxo/curso: aceleração (aumento
do fluxo do pensamento, típica dos casos de mania), lentificação (pensamento
fica lento, típico nos casos de sonolência, depressões), bloqueio ou roubo do
pensamento (esquizofrenias, um corte no fluxo do pensamento).
-Forma: lógica e organização.
1. Arborização
do pensamento: perda do foco principal sem prejuízo no encadeamento das
idéias.
2. Fuga de
idéias: perda da estrutura lógica do discurso. É um passo anterior a
desagregação do pensamento. Está associada ao bloqueio e os pensamentos não se
concluem.
3. Desagregação
do pensamento: prejuízo dos laços associativos com acentuada perda da
lógica do discurso (salada de palavras, as vezes a pessoa não consegue terminar
uma palavra ou frase, esquizofrenias, depressões).
Juízo
de realidade
-Nossa capacidade de avaliar, criticar, ajuizar
satisfatoriamente a realidade vivida. Capacidade de estar conectado à realidade
coletiva (ao que de fato está acontecendo). É assim que o indivíduo apreende e
compreende a existência de si mesmo e do mundo.
-A noção de consciência é a primeira noção, matriz de
formação da nossa identidade.
-A principal alteração do juízo de realidade é o
delírio (fenômeno primário que não tem raízes na experiência psíquica do homem
normal).
-É impossível convencer a pessoa de que ele não é quem
acredita ser.
-Delírio
persecutório: a pessoa entra num processo de humor delirante, onde acha o
mundo estranho e parece não reconhecer. O estranhamento já é fruto do processo
de ruptura com a realidade externa. Se desvincula da própria construção de
vida. Começa a atribuir situações delirantes a fatos corriqueiros. A pessoa tem
um insight e constrói uma teoria sobre o fenômeno (vivência de revelação).
-Delírio de
referência: pessoa acha que tudo é para ela e com ela.
-Delírio de
relação: envolve persecutoriedade, referência (complô contra a pessoa etc).
Uma coisa está relacionada com a outra (exemplo atribuir emoções a cores).
-Delírio de
influência: ou vivência de influência, acredita que as ações ocorrem com
forças externas a pessoa (planos feitos pela máquina de lavar, ondas
magnéticas).
-Delírio de
grandeza: a pessoa se acha a melhor.
-Reivindicação
sentimentos de justiça: pessoa tem a convicção de que está sendo
injustiçada, mesmo que as evidências da realidade sejam contrárias. Tem a
convicção de estar sendo perseguida injustamente.
-Invenção ou
descoberta: pessoa tem certeza de que descobriu uma máquina.
-Delírio de
reforma: parecido com o de invenção, mas relacionado a algo ideológico.
Exemplo: pessoa acredita que tem uma fórmula que vai combater a fome no mundo.
-Delírio
místico ou religioso: em geral é de grandeza.
-Delírio de
ciúmes: manifestação de insuficiência.
-Delírio erótico:
acredita que todos se apaixonam pela pessoa.
-Delírio de
conteúdo depressivo: típico da depressão.
-Delírio
nilista ou ruína: o mundo está acabando.
-Delírio de
negação dos órgãos: acredita que foi roubada ou perdeu um órgão.
-Delírio
hipocondríaco: acredita que tem doenças.
-Delírio cenestopático:
órgãos estragando, sendo comidos.
-Delírio de
infestação: comum em transtornos alimentares – não come com medo de ter
micróbios.
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