Resumo da aula de PC (10.11)
Postado em Psicologia Cognitiva
4º pilar (fundamentos
para psicologia narrativa)
-O discurso feito no contato interpessoal está situado em
uma cultura. O significado só pode ser entendido porque tem um significado mais
amplo (contexto). O lugar que está que determina o significado.
-Então narrativas são formas de significação que operam num
contexto, no espaço de interindividualidade.
-As narrativas que dão sentido a existência, tornando comum
a cultura, o diálogo.
Fundamentos de uma
psicoterapia narrativa
-No contato com o terapeuta, cria uma comunidade
conversacional (troca de diálogos) para ampliar significados, através de
múltiplas vivências, onde os discursos se encontram. Não é corrigir ou adaptar,
é ampliar/maximizar significados através do discurso.
-Todas as angústias e vivências são colocadas no discurso,
onde serão ampliados os significados e criadas novas possibilidades de pensar
amplamente.
-A Terapia Cognitiva Narrativa tem o objetivo de levar o
cliente a construir na interação com o terapeuta, uma comunidade
conversacional, realidade múltipla de experiências sensoriais, emocionais,
cognitivas e de significação.
-A ideia é capacitar o cliente a construir um discurso
narrativo rico em termos de multiplicidade, complexidade, coerência, adaptativo
a exigências impostas pela sociedade complexa e multi.
-Últimos anos psicoterapias cognitivas testemunhado
considerável evolução.
-Desenvolvimentos mais recentes, destaque ao papel
atribuído narrativa como elemento central construção conhecimento e implicações
clínicas.
-Perturbação psicológica provocada pela incapacidade de dar
conta da diversidade/potencialidade da experiência através da organização de um
discurso narrativo diversificado, complexo e coerente. Se o mundo é muito
complexo, se não damos conta da diversidade e potencialidade de experiências
que o mundo oferece, se não conseguimos criar um discurso lógico para a
experiência, teremos uma perturbação psicológica.
-Cliente assume a existência de uma realidade externa/interna
absolutas, insubstituíveis. Aí está o erro, pois não consegue perceber
mudanças.
-“Assume” que não tem saída. Os significados são sempre
múltiplos, o limite do conhecimento se dá a existência. Existir é conhecer. Não
pode ser encaixado no DSM-IV, pois não pode ser limitado a isso.
-O terapeuta é um facilitador, guia de novos contextos e
narrativas.
-A perturbação vem da dificuldade de organização de uma
experiência numa narrativa coerente.
-Ao invés de ver a realidade como processo de negociação
interpessoal de possibilidades múltiplas, assume a responsabilidade de único
construtor desta realidade.
-Resultando em desânimo
e singularidade:
-Desânimo
por incapacidade de poder prever múltiplas possibilidades de negociação para
experiência sensorial, emocional, cognitiva e significações. Não perceber que
existem outras formas, além da parte limitada.
-Singularidade
pela estranheza em ver-se diferente dos outros nessa construção de experiência.
-A psicoterapia narrativa procura responder estes problemas
através da facilitação da construção narrativa. O terapeuta não é um corretor,
é um facilitador para a estimulação da criação de novas narrativas por parte do
cliente.
-Proporciona uma elaboração narrativa múltipla de conteúdo,
processualmente mais complexa e estruturalmente mais coerente, num contexto de
elaboração discursiva e conversacional com terapeuta/comunidade linguística do cliente.
Novas possibilidades de experiências, vivências, narrativas serão criadas de
forma que faça sentido para ele. Terapeuta cria espaço para isso, mas não
conduz.
A recordação
-Não há narrativa sem recordação. Não há como narrar sem se
lembrar.
-Memória semântica (significado das coisas), memória
episódica (momentos/episódios da vida).
-Capacidade de singularizar episódios significativos da vida
que faz cada indivíduo autor própria narrativa.
-Ter uma existência narrativa é ser capaz de recordar,
sincrônica/diacronicamente (saber que o outro também influenciou), múltiplos
episódios da vida.
-Recordar é sinônimo de construção de sentido de coerência
através da diversidade de experiência.
-Em suma, através da recordação, procura capacitar o cliente
a abertura à experiência e para o desenvolvimento inicial com maior sentido de
coerência na elaboração narrativa.
A objetivação
-Cliente é levado a experienciar a multiplicidade de
realidades externas através de toda dinâmica disponibilizada por capacidades
sensoriais. Através da capacidade de sentir, vai ser levado na terapia a várias
formas de sentir o que acontece lá fora. Criar novas realidades possíveis.
Recordar situações e levar o cliente a sentir de outras formas, objetivar a
situação.
-Realidade constitui um incomensurável menu que o cliente
em perturbação raramente desfruta.
-Terapeuta encoraja o cliente para a objetivação de cada
recordação episódica diária, para perceber a complexidade das experiências.
Desde do momento que acordou, cada detalhe, todas as sensações (físicas e
psicológicas).
-Cliente vai progressivamente se dando conta de que a
realidade é um contexto possibilitador de uma grande diversidade de experiências.
-Dimensão da complexidade sensorial da experiência,
permitindo a emergência de uma consciência progressiva de narrativas diárias,
podendo ser vista como ricos menus diversificados para a elaboração narrativa.
A metaforização
-Condensadores de significado.
-Através dela damos sentido recordações sensoriais,
emocionais e cognitivamente.
-Capacitar cliente produzir múltiplos significados p/ cada
memória episódica.
A subjetivação
-Trabalho de construção múltipla prossegue.
-Aqui é variedade de experiências emocionais/cognitivas que
se procura.
-Mostrar possibilidade de diversidade de experiências emocionais
do passado, presente e da procura ativa no futuro.
-Através exercícios ativação emocional, realizados sessão e
exercícios diários, procura-se alargar leque experiências emocional, p/ ser
capaz elaborar em cada situação matizes diferenciados de ressonância emocional.
A projeção
-Remete ideia indivíduo constante movimento espaço/tempo.
-Capacidade de internacionalizar de modo narrativo as experiências
do futuro.
-Cliente constrói e descontrói-se todo momento,
intencionalizando experiências que geram novas possibilidades de
intencionalização da experiência.
-Orientar cliente construir uma metáfora alternativa à
metáfora raiz que tem orientado seus sistemas conversacionais e de
significação.
-Depois cliente parte para nova revisão da história vida e
de modo a encontrar/fundamentar, no passado histórico, episódios
caracterizadores desta nova forma de significação.
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