sábado, 27 de setembro de 2014

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Resumão: LIBRAS

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LIBRAS
-As Línguas de Sinais são reconhecidas pela Linguística como uma língua viva e autônoma composta por aspectos fonológicos, morfológicos, sintáticos e semânticos próprios. Por meio dessa língua, seus usuários podem expressar pensamentos simples e também complexos com expressões faciais e corporais.
-Enquanto nas Línguas Orais a modalidade é oral-auditiva, nas Línguas de Sinais, a modalidade é espaço-visual. Sendo assim, o que é reconhecido por palavra ou item lexical nas Línguas oral-auditivas denomina-se sinal nas Línguas espaços-visuais.
-Somente a partir da década de 60 que as Línguas de Sinais foram estudadas, analisadas e reconhecidas pela Linguística, ganhando, com isso, o status de língua, com todos os critérios linguísticos de uma Língua Natural quanto ao léxico, à sintaxe e à capacidade de gerar uma quantidade infinita de sentenças.
-No caso das línguas de sinais, as expressões faciais desempenham um papel fundamental e devem ser estudadas detalhadamente.
-Expressões afetivas: são utilizadas para expressar sentimentos (alegria, tristeza, raiva, angústia, entre outros) e podem, ou não, ocorrer simultaneamente com um ou mais itens lexicais. Não são exclusivas das línguas de sinais.
-Expressões gramaticais: estão relacionadas a certas estruturas específicas, tanto no nível da morfologia quanto no nível da sintaxe, e são obrigatórias nas línguas de sinais em contextos determinados. São específicas das línguas de sinais.
-No nível morfológico, as marcações não-manuais estão relacionadas a grau e apresentam escopo sobre o sinal que está sendo produzido, como pronomes demonstrativos. Essas expressões também são adjetivos e estão associados ao grau de intensidade.
-As expressões faciais têm função adjetiva, pois podem ser incorporadas ao substantivo independente da produção de um adjetivo. Nesse caso, os substantivos incorporam o grau de tamanho.
-Muitas vezes, para expressar realmente o que se deseja, o sinal requer características adicionais: uma expressão facial, ou dos olhos, para que sentimentos de alegria, de tristeza, uma pergunta ou uma exclamação possam ser completamente representados ao receptor da mensagem.
-Importante dizer também que as expressões faciais e corporais nas línguas de sinais funcionam como gramática da língua, citadas por alguns autores como: Gramática Facial e Gramática Corporal.
-Para perceber se uma frase em Libras está na forma afirmativa, exclamativa, interrogativa, negativa ou imperativa, precisa-se estar atento às expressões faciais e corporais que se realizam simultaneamente com certos sinais ou com toda a frase.
-FORMA AFIRMATIVA: a expressão facial é neutra.
-FORMA INTERROGATIVA: sobrancelhas franzidas e um ligeiro movimento da cabeça inclinando-se para cima.
-FORMA EXCLAMATIVA: sobrancelhas levantadas e um ligeiro movimento da cabeça inclinando-se para cima e para baixo. Pode ainda vir também com um intensificador representado pela boca fechada com um movimento para baixo.
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-A língua de sinais não é única para todos de qualquer parte do mundo, existem várias línguas de sinais (brasileira - LIBRAS, francesa - LSF, espanhola - LSE, boliviana - LSB, venezuelana - LSV...).  As pesquisas linguísticas comprovam a complexidade e arbitrariedade presente em todas essas línguas. Atualmente temos livros de gramática, cursos superiores em Letras, cursos de tradução e interpretação, literatura, artes e muita cultura. Através da língua de sinais pode-se discutir política, economia, psicologia, física, matemática, filosofia, física quântica e outros temas.
-Qualquer tipo de comunicação é considerado como linguagem assim como: a linguagem corporal, as expressões faciais, a maneira de nos vestirmos, a linguagem de outros sinais, os sinais de trânsito, a música, a pintura enfim todos os meios de comunicação.
-A língua é um bem comum a todos, determinante territorial e cultural de um povo.
-Como o ser humano dispõe de inúmeras possibilidades para comunicar-se, cada língua corresponde à expressão de uma escolha entre as várias possibilidades linguísticas, apresentando variações relevantes em função de valores sociais, regionais, de faixa etária, de situação econômica, etc.
- A língua como um sistema de possibilidades oferece um conjunto flexível no que diz respeito às regras de seleção, combinação e substituição sem comprometer ou alterar a interação. É o que entendemos por variação linguística.
-As línguas são tidas como orais-auditivas quando a forma de recepção não-agrafa (não-escrita) é a audição e a forma de reprodução (não-escrita) é a oralização. Exemplo: língua portuguesa.
-As línguas espaço-visuais são naturalmente reproduzidas por sinais manuais. Exemplo: língua brasileira de sinais - Libras.
-A língua de sinais brasileira (Libras) é reconhecida como meio legal de comunicação da comunidade surda brasileira. Essa conquista foi possível devido à organização e luta da comunidade surda no Brasil, em conjunto com intérpretes, professores e familiares de pessoas surdas.
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-A datilologia tem a sua origem em Espanha. Foram descobertos alfabetos manuais em centenas de pinturas renascentistas medievais. 
-O alfabeto datológico, faz parte da língua de sinais, mas não é língua de sinais, pois quando escrevemos uma palavra no ar ou em um espaço neutro, estamos soletrando algo em português (no Brasil), o significante é diferente, mas o significado é o mesmo, ou seja, estou representando com alfabeto manual letras que são equivalentes à língua portuguesa.
-Ao soletramos uma palavra, utilizamos somente uma das mãos, posicionamos a mão na frente do corpo, na altura do peito, palma da mão virada para frente e iniciamos a soletração, enquanto está soletrando a mão fica parada, como se uma letra fosse escrita sobre a outra. 
-Quando escrevemos uma palavra onde a letra se repete (SS), podemos arrastar a levemente para o lado a mão com a letra que repete ou simplesmente repetir a letra duas vezes na soletração.
-Quando vamos soletrar uma frase damos uma pequena pausa entre uma palavra e outra ou damos um “tapa no ar” como se fazia nas maquinas de escrever antigamente.
-Em uma conversa informal, não é necessário colocar acentos nas palavras soletradas com o alfabeto manual, mas se você está soletrando algo que a pessoa que recebe a mensagem terá que escrever em um papel, devemos fazer os acentos desenhando no ar com o dedo indicador.

-A datilologia, mais conhecida como alfabeto manual, não é língua de sinais, mas faz parte da língua de sinais e serve para nomear pessoas e coisas que não tem ou não se conhece o sinal.
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-A linguística é única para todas as línguas existentes, já a gramática é única para cada língua.
-A Libras é dotada de uma gramática composta por itens lexicais, que se estruturam a partir de mecanismos morfológicos, sintáticos e semânticos e permitem a geração de implícitos, sentidos metafóricos, ironias e outros significados não literais.
-A fonologia das línguas de sinais estuda as configurações e movimentos dos elementos envolvidos na produção dos sinais.
-Essas articulações das mãos são chamadas de parâmetros, que, nas línguas de sinais, são: Configuração das Mãos (CM), o Movimento (M), Ponto de Articulação (PA) e Orientação (O). Além dessas características, ainda podem ser considerados os componentes não-manuais dos sinais, tais como as expressões facial e/ou corporal, o movimento da cabeça e do corpo.
-A CM pode permanecer a mesma durante a articulação de um sinal, ou pode ser alterada passando de uma configuração para outra. As configurações podem variar apresentando uma mão pode estar configurada sobre a outra que serve de apoio, tendo esta sua própria configuração.
-existem 46 configurações de mão diferentes para a Libras, e elas podem ser diferenciadas quanto às posições, número de dedos estendidos, o contato e a contração (mãos fechadas ou compactas) dos dedos.

- O PONTO DE ARTICULAÇÃO (PA) é o local do corpo do sinalizador onde o sinal é realizado; assim, uma maior especificação da posição é necessária, já que a região no espaço é muito ampla. Esse espaço é limitado e vai desde o topo da cabeça até a cintura sendo alguns pontos mais precisos, tais como a ponta do nariz, e outros, mais abrangentes, como a frente do tórax.
-MOVIMENTO: Para que seja realizado, é preciso haver um objeto e um espaço. Nas línguas de sinais, a(s) mão(s) do enunciador representa(m) o objeto, enquanto o espaço em que o movimento se realiza é a área em torno do corpo do enunciador. O movimento pode ser analisado levando-se em conta o tipo, a direção, a maneira e a frequência do sinal. O tipo refere-se às variações do movimento das mãos, pulsos e antebraços; ao movimento interno dos pulsos ou das mãos; e aos movimentos dos dedos. Quanto à direção, o movimento pode ser unidirecional, bidirecional ou multidirecional. Já a maneira descreve a qualidade, a tensão e a velocidade, podendo, assim, haver movimentos mais rápidos, mais tensos, mais frouxos, enquanto a frequência indica se os movimentos são simples ou repetidos.
-Outra característica importante para descrever o movimento é a sua velocidade, que pode carregar algumas variáveis durante a realização do sinal: tensão, retenção, continuidade e refreamento.
-O movimento tem a necessidade de repetir sinais em algumas situações (por exemplo, para explicar mais de uma vez, ou indicar várias coisas, como no plural), em que o movimento de um sinal precisa ser reduplicado no tempo.
-ORIENTAÇÃO: os sinais podem ter uma direção ou não; existem sinais que apresentam diferentes significados apenas pela produção de distintas orientações da palma da mão. Por definição, orientação é a direção para qual a palma da mão aponta na produção do sinal.
-na língua de sinais podemos obter a quantificação e intensidade utilizando quantificadores como muito, mas também podem ser obtidas através da repetição rápido ou lento do movimento do sinal.
-sobre as expressões faciais e corporais em LIBRAS, é correto afirmar que fazem parte da língua de sinais e funciona como parte gramática da Libras.

-A Libras não tem em suas formas verbais para marcação de tempo como no Português, sendo assim identificamos a marcação de tempo usando sinais para marcação de tempo como ontem, hoje, passado, presente futuro e etc.

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