Resumão: Temas em Psicologia Social
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Temas em Psicologia Social – 2º bimestre
Representação Social - Serge
Moscovici
-Moscovici estava
descontente com a explicação dos cognitivistas sobre atitude.
-Criou a teoria para
explicar o comportamento humano / metodologia da representação social.
-Mundo: resposta de
acordo com os estímulos do ambiente físico ou quase-físico.
-Existe um viés:
A) Não conseguimos ver
coisas óbvias / invisibilidade (fragmentação da realidade).
B) Fatos que aceitamos, de
repente tornam-se ilusões (da aparência à realidade).
C) Respondemos aos estímulos
da mesma forma que outros integrantes da comunidade.
-Esses três aspectos nos
mostram que existem representações da realidade, que nos orientam àquilo que é
visível. A representação social orienta o comportamento.
-Relação entre as pessoas
(pensam, conversam, criam conhecimento) 》usa do sistema perceptivo para interpretar a realidade / tem
reflexão.
-Durkheim:
representação coletiva / sem reflexão.
-Funções das
representações sociais:
A) Convencionalização dos objetos
(tornar compreensível).
B) Representações são
prescritas 》exercem uma força sobre nós.
-Pensamento primitivo:
conformar com a realidade (conhecimento atrelado com a natureza).
-Para sobreviver, o homem
utilizou o pensamento primitivo (senso comum).
-Pensamento científico envolve a intelectualidade e
transformação da realidade.
-Pensamento primitivo
(universo consensual) ou científico procura uma causa.
-Psicologia Social:
estuda a manifestação do pensamento científico (estudo do cognitivo -
aspecto sensorial/percepções).
-Crenças: percebemos
o mundo tal como é. Utilizamos nossas percepções (5 sentidos), porém existem
aspectos como: invisibilidade, aparência à ilusão, reagimos a estímulos de
acordo com o grupo.
-Então, representações
sociais nos orientam em direção ao visível, ou àquilo que temos a responder, ou
relacionam à aparência.
-Criamos representações
baseadas nas relações sociais.
Representações sociais são uma cadeia de reação de percepções,
opiniões, noções e vidas.
-Pensamento 》ambiente. Acontecem para:
A) Convencionalizarmos os objetos.
B) Representações sociais
são prescritivas, impõem
sobre nós uma força, um pensamento. Orientam nosso comportamento.
-O pensamento é gerado a partir de pessoas e
grupos que pensam por si mesmos. O que produzem e comunicam (representações
sociais).
-O que é então, representação social?
1) Uma maneira específica de
compreender e comunicar o que já sabemos.
2) Agem como suportes para
palavras ou ideias.
-Universo consensual (representações sociais) explica os
fatos, acontecimentos e é acessível a qualquer um.
-Torna o mundo da ciência
reificado em consensual / facilitar / tornar familiar o não-familiar.
-Processos que geram
representações sociais:
1) Ancoragem: clarificar e dar
nome a alguma coisa.
2) Objetivação: transformar algo
abstrato em concreto. Exemplo: Deus.
-Eu social: reflete a
estrutura social.
-Identidade:
fortalece, fragiliza ou transforma a estrutura social. É história dos outros,
fazemos parte de uma humanidade. Somos individualmente humanidade.
-Somos o que estamos sendo
frente ao outro.
-Eu represento: eu;
desempenho papeis; reponho no presente o que tenho sido enquanto reitero a apresentação
de mim.
-Identidade é metamorfose.
-Somos o outro, que é o
outro do outro. Apesar disso, não deixamos de ser um. Influenciamos e somos
influenciados.
-Somos um vir a ser, estamos sempre em
construção. Necessitamos de um projeto de vida, que é uma ação política.
-Atividade:
Constituição enquanto indivíduo para a Psicologia Social.
-Sou um sujeito do dia a dia
ou uma personagem com essas características?
-Identidade 》se transforma com a história. Adquire
influências, é um processo constante. Não há essência, depende do contato com o
outro.
-Às vezes somos personagens e a sociedade é autora: oculta ou revela os
aspectos.
-Estamos em constante
mudança.
-Identidade:
totalidade, múltipla e mutável.
1) Dados que colaboram para
dizer quem somos: nome e ações.
-A nossa história é anterior
a nós, e temos que atender ou não as expectativas do outro.
-Nós somos as nossas
ações.
-Sujeito: social,
biológico e psicológico.
-Também, representação
mental/simbólica que expressava nossa identidade.
-A pessoa é avó, mãe, filha
de um outro.
-Identidade é pressuposta
que é reposta cada momento.
-Exemplo: professor é
um ser social, um ser-posto (tornou-se). É professor, pai, filho.
-É múltipla, mas também
totalidade individual.
O processo grupal
-Transformações da sociedade
só acontecem em grupo.
-A sociedade é formada por
grupos de interesse.
-Grupo de autores:
Kurt Lewin, Pichon-Riviere, Adorno, La Passade.
-Determinações sociais que
agem no indivíduo.
Revisão teórica
-Os autores criticados focam
na definição de papeis e procuram garantir produtividade e harmonia e
manutenção das relações (convivência). Teorias que enfatizam o caráter mediador
do grupo.
Silvia Lane crítica:
-Ação do grupo só pode ser
considerada em uma perspectiva histórica. Grupo enquanto processo
histórico.
-Função do grupo:
manter ou transformar as relações sociais desenvolvidas.
-Estudo fracionado de
grupos, o que fortalece aspectos ideológicos (alienação, líder competente).
Também é importante:
-Romper com a tradição
biológica da Psicologia (sentimentos e emoções também são sociais).
-Fortalecer o ambiente onde
a pessoa é construída.
-Para viver/sobreviver
necessita do trabalho:
transformar a natureza.
-Análise: compreende
instituição, indivíduo, relação entre classe social e família.
Sugestão:
-Fazer uma macroanálise (sociedade) e uma microanálise (grupo): influência mútua.
Propõe:
-Entender o homem a partir
do capitalismo.
-Entender o grupo a partir
da instituição em que está.
-Levar em consideração a
história do grupo.
-Verificar o desempenho de
papeis das pessoas dentro do grupo.
-Superar a individualidade
institucionalizada para assumir uma identidade grupal (pensar enquanto
categoria).
Exclusão social
-Exclusão: vários
sentidos - segregação (topológica / espaço), marginalização (grupo como
categoria à parte) ou discriminação (fechamento do acesso a bens e serviços ou
recursos).
-Psicologia:
interação social.
-Grupos que estão em
situação de exclusão.
-A Psicologia Social busca compreender de que maneira as pessoas ou
grupos são objetos de distinção. A razão de aceitarmos essa injustiça.
-Isso acontece há muito
tempo (nazismo, fascismo).
-Atribuímos a culpa ao outro a partir da dificuldade
de atingir objetivos, o que gera frustração. O indivíduo não consegue atingir
objetivos.
-Grupos marginalizados são
alvos fáceis.
-Escola de Frankfurt:
ideologia com personalidade autoritária.
-Antissemitismo:
autoritarismo, conservador, etnocentrismo.
-Preconceitos e
estereótipos: aspectos mentais/cognitivos.
-Categorização social:
imputar características de um conjunto de objetos para constituí-lo pertencente
aquela categoria/grupo.
-Exclusão é uma alteridade, damos qualidades do
que é o outro (representação social).
-Não considerar o aspecto
histórico/contemporâneo dos grupos sociais alimenta o discurso de
poder/ideológico.
Psicologia no SUS
-Psicologia: modelo liberal.
-Saúde pública relacionada
aos corpos/doença. Tinha a intenção de deixar os corpos dóceis (pessoa
produtiva).
-Psicólogo tinha o papel de identificar o problema. Se preocupava com o
individual e disciplinar a sociedade (alma + corpos).
-Séculos XIX e XX:
revolução industrial, testes psicológicos.
-1988: constituição
cidadã.
-SUS (sistema único de
saúde) surgiu na década de 70, pois até então só os registrados em carteira de
trabalho (sindicalizados) tinham acesso aos serviços de saúde, os demais eram
atendidos nas santas casas.
-SUS tem um modelo de
promoção e prevenção.
-Psicólogo começa a atuar
no SUS em 1988. Trabalha em equipe,
em um conceito de comunidade (com um olhar diferenciado de
acordo com a condição de vida) e em rede (outras instituições).
-Conceito de saúde coletiva
considera os modos como a pessoa vive.
-A autora pesquisou no Rio
Grande do Norte e encontrou profissionais que trabalham no SUS e possuem
consultório particular. Questiona o compromisso com a profissão, pois muitos
consideram o trabalho no SUS apenas uma fonte de renda (bico). Critica a universidade que forma os
psicólogos para trabalhar em clínicas particulares, e não em instituições
sociais.
-Existe uma falta de
remuneração condizente com essa formação, além da falta de investimento na área
da saúde pública (estrutura).
-Psicólogo na área de saúde
coletiva trabalha com a práxis (ação), vai a campo. É fundamental
considerar a cultura, condição econômica e histórica.
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