Resumão: Teoria Psicanalítica
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Teoria Psicanalítica – NP1
-A histérica não tinha uma
causa orgânica para seus sintomas. A Psicanálise nasce a partir da
possibilidade de criar um tratamento para esses casos. Freud criou uma teoria e
um método.
-Existe uma força
(inconsciente). Quando solucionado o conflito, é solucionado o sintoma.
-A histeria era vista como
uma necessidade orgânica que seria curada quando satisfeita.
-O inconsciente move as
nossas escolhas. É atemporal.
-Um evento gera um conflito,
o que causa o sintoma. O sintoma encobre e denuncia o conflito. A partir do
acesso consciente ao conflito, pode-se tratar.
-Trauma não é
necessariamente uma situação concreta, é uma situação com a qual não
conseguimos lidar emocionalmente.
-Tratamento: não julgar
moralmente, contribuir para que a pessoa tenha mais recursos para lidar com a
condição concreta pessoal.
-Histeria da conversão: o
que não conseguimos lidar emocionalmente, é somatizado no corpo.
-Estamos sempre sujeitos a
um determinado contexto.
-Somos movidos pelo
inconsciente.
-No período da histeria, a
mulher era muito reprimida (questão da sexualidade).
-Hoje em dia, o conflito é
externo (nos movemos a partir da aceitação alheia).
-Histeria tem uma
causalidade oriunda do inconsciente e um sintoma físico. A depressão não tem
uma causalidade inconsciente e há um culto ao corpo.
-Atualmente não se olha a
causa (estrutura psíquica, perda real, causa orgânica), se o sintoma é o mesmo,
a pessoa será medicada. A pessoa não se conhece, não reconhece seu problema e
busca soluções externas. É importante entender qual é o sofrimento.
-A "cura" da
Psicanálise é existencial. É uma mudança de dentro para fora e não é
quantificada. Identificar as dificuldades é uma forma de solucioná-las. Não é
objetiva.
-O psicotrópico é bem-vindo quando
elimina um sintoma que "aprisiona" a pessoa. Ao mesmo tempo pode ser
negativo por esconder o sintoma, sem compreendê-lo.
-Benefícios do remédio:
abandono de tratamentos absurdos, suportar o insuportável (junto com os
mecanismos de defesa).
-Malefícios do remédio: pode
encerrar o indivíduo numa nova alienação porque propõe o fim do sofrimento
psíquico (ilusão de completo bem estar).
-O conflito é externo: uma
pessoa não elabora o sofrimento da perda.
-O quantificado é o que é
valorizado.
-Antigamente, loucura era o
indivíduo estar fora de si. Atualmente isto se repete pela falta de
autoconhecimento.
-Deslocamos onde de fato
está o problema.
-Freud criou o
conhecimento psicanalítico a respeito da histeria, os termos já existiam.
-As histéricas estavam
cuidando de pessoas muito doentes.
-1° método: hipnose - estado alterado de consciência.
Davam uma ordem para o sintoma parar e ele parava. Mas após o efeito da
hipnose, o sintoma voltava. Após a ordem de realizar algo ao
"acordar" da hipnose, a paciente obedecia sem consciência do porquê,
o que prova a existência do inconsciente.
-Hoje em dia, a
psicanálise não utiliza a hipnose, pois não funciona com qualquer pessoa.
Muitas vezes o sintoma pode sumir e surgir como outro sintoma.
-2° método:
Freud colocava a mão na cabeça da pessoa e pedia para ela lembrar o que aconteceu (era exaustivo e
demorado).
-3° método: associação livre - falar sem restrição o que vier à
mente (garantia de que o inconsciente vai aparecer, pois a fala não segue a
lógica da consciência).
-O inconsciente é
atemporal.
-O ego atua como
vigilante. Quando dormimos, a vigilância cai, portanto os sonhos servem como
porta de acesso ao inconsciente.
-Pequenas coisas
do dia a dia geram conflitos.
-Existe a pessoa
real e a figura internalizada.
-A histérica sofre
de reminiscências (coisas do passado que não foram elaboradas e influenciam no
presente). Se investe energia psíquica em coisas do passado, não sobra para o
presente. A histérica utiliza essa energia para manter um sintoma.
-Utilizamos
energia psíquica para manter conteúdos no inconsciente. Deveríamos
conhecer e tratar esses desejos inconscientes.
-Divã tem a
intenção de sair da convivência racional (interação social) e proporcionar o
autoconhecimento. Não é útil para todas as pessoas (psicótico não utiliza
divã).
-A própria
paciente sugeriu o método de cura pela fala.
-Tudo que acontece
fora, existe no mundo interno e vice versa.
-A psicanálise
acontece de dentro para fora.
-A paciente tinha
dificuldades de tomar água (quando ela compreende que sentia raiva da pessoa
que não impediu que o cachorro bebesse sua água antes, o sintoma cessa).
-A psicanálise não
julga as pessoas como boas ou ruins (pessoa pode acertar e errar).
-Rivalidade
fraterna sempre existe.
-Os pais são toda
a referência de cuidado/amor.
-O ego é um
precipitado de lutos.
-Com
exteriorização afetiva, o sintoma consegue ser elaborado, atos mecânicos são em
vão.
-Conversão
histérica: o que não foi elaborado, se converte para o corpo (sintoma).
-Freud articulou
(uniu) conceitos da época para formular sua teoria.
-A histeria é uma
sobrecarga que a mulher carrega (uma condição psíquica incapaz de lidar com
tudo).
-O funcionamento
psíquico é regido pelo prazer. Queremos evitar o desprazer.
-Existe uma
resistência para evitar olhar para os conteúdos reprimidos.
-Se alcançar o
conteúdo reprimido, não vai gerar sintoma.
-Sonho é a
realização de um desejo.
-Na criança, a
relação entre sonho e inconsciente é mais direta, pois ainda não possui muitos
conteúdos reprimidos.
-Condensação:
vários elementos condensados em apenas um.
-O trabalho de
construção do sonho impede que este seja claro em seus significados.
-Deslocamento:
mistura/desloca uma relação para outra.
-Sonho tanto
denuncia, quanto encobre um conflito.
-Terapeuta questiona
o que o paciente pensa sobre o sonho.
-Efeito
terapêutico duradouro: ressignificação de algo.
-Sublimar:
realizar o desejo de forma indireta (canalizar a energia sexual para algo que é
socialmente aceito). Não é o ato concreto em si, mas o representa.
-Comunicamos
coisas que são censuradas, com uma piada (anedota).
-Divã: evita
contato visual/social e faz com que a pessoa entre em contato com ela mesma.
-1800: a mulher
casava e se tornava mãe de família ou era prostituta. A boa mulher era boa
esposa. Não tinha condições para lidar com a sexualidade.
-Até hoje, a
sexualidade é "escondida", as pessoas mentem a respeito.
-Sexualidade
para Freud não é o ato em si. É biológico, emocional, inerente à vida.
-O desenvolvimento
é psicossexual: alma e sexualidade entrelaçadas.
-O bebê possui
satisfação na zona oral. Recebe o alimento (leite materno) e é prazeroso.
Juntamente com o alimento, recebe cuidado, amor, segurança (alimento para o
corpo e para a alma), além de ser o primeiro contato com a vida / com o humano.
-Princípio do
prazer e desprazer: buscamos prazer e distanciamos o desprazer.
-As pessoas passam
por: fase oral, fase anal, fase fálica, período de latência (sexualidade
sublimada) e fase genital.
-Trazer conteúdos
do inconsciente para o consciente, sempre tendo a ver com a sexualidade.
-A criança possui
instinto e atividades sexuais.
-Acreditamos que a
doença é punição (fantasia inconsciente).
-A criança toma
ambos os genitores, ou particularmente um, como desejos eróticos.
-Contato humano
torna o corpo erógeno.
-Temos que
aprender a ficar no lugar do terceiro (excluídos de certa relação).
-Não satisfaz o
desejo sexual, gasta energia psíquica no adoecimento.
-Se não vejo vias
de satisfação, encontro na doença: substituição para utilizar a energia sexual.
Revisão da teoria dos sonhos
-Sonho manifesto
pode não estar objetivamente relacionado ao significado (latente).
-Sonhos
recorrentes: algo que não foi elaborado (sintoma).
-Interpretar
fragmentando e auxiliando o paciente a fazer associações.
-Devemos tomar
cuidado para não colocarmos nossa compreensão, que é diferente da do outro.
-Uma das funções
da Psicanálise é ter o psicanalista como um espelho, onde o paciente entra em
contato consigo mesmo.
-A psicossomática
tem uma causa orgânica.
-A capacidade de simbolização/elaboração
é menor (dor física/concreta).
-ID, ego e superego (dar
concretude a algo simbólico) – aparelho topográfico.
-1ª tópica: consciente, pré
consciente.
-2ª tópica: ID, Ego e
Superego.
Consciente
-Experiências
do dia a dia (eu sou).
-Tem
contato com a realidade externa / recebe os estímulos da realidade (concretos e
subjetivos).
-A
partir desse contato, estabelecemos relações de afeto /amor.
-Área
mais superficial.
-Sentimentos
que atingem o contato físico (percepção).
-Prazer
e desprazer / quantitativo ou qualitativo.
-O
prazeroso pode ser reprimido.
-Ideia
é diferente de sentimento.
-O
reprimido no inconsciente é a ideia e o afeto associado, não o
sentimento/desejo e repressão.
Pré-consciente
-Vinculação entre o
reprimido e um possível insight pode recuperar um conteúdo. Predominantemente a
questão auditiva faz esse link. Fornecendo vínculos intermediários através da
análise, trazemos conteúdos para o pré-consciente.
-Psicose é o inconsciente a
céu aberto.
-ID: pulsões e
desejos; Ego: Eu; Superego: instância crítica.
Ego
-Nosso Eu.
-Inicia no sistema
perceptivo.
-Está em contato com a
realidade e com o ID.
-Aplica a influência do
mundo externo ao ID.
-Esforça-se para substituir
o princípio do prazer.
-Regido pelo princípio da
realidade.
-Desempenha o papel que ao
ID pertence ao instinto.
-É corporal.
-Quando a mãe dá banho no
bebê, delimita o ego fisicamente.
-Dor é uma forma de perceber
o corpo. É uma projeção da superfície / projeção de algo psíquico no corpo.
-Ego é um precipitado de
lutos.
-Existem tendências morais.
-É o representante do mundo
externo.
ID
-Desconhecido.
-Inconsciente.
-Destaca-se pelas
resistências e repressões.
-Regido pelo princípio do
prazer (busca prazer e evita desprazer).
Superego
-Formado a partir da diferenciação
em contato com o ID.
-Regra internalizada, mesmo
na ausência de que a colocou.
Complexo de
Édipo
-Freud
construiu uma teoria de um ponto de vista masculino.
-Complexo
de Édipo da menina não é tão claro para Freud (existe uma obscuridade).
-Menino
tem um investimento objetal pela mãe (primeiramente pelo seio / está na fase
oral / não se vê como outra pessoa). A relação com o pai chega em um momento de
ambivalência (4 anos / está na fase fálica / vê bem e mal no mesmo objeto /
relação tem sentido amoroso e hostil, pois impede que a mãe seja só dele / vê
como rival / desejo de livrar-se dele e ocupar seu lugar junto a mãe).
Predomina a relação amorosa com a mãe e a ambivalência com o pai. Não é
necessariamente pai e mãe biológicos, mas sim os papéis que uma figura ocupa.
-Existe
uma disposição bissexual do ser humano, depende da maneira como o biológico vai
encontrar as relações sociais.
-Relações
entre amigos podem ser vistas como homossexuais sublimadas.
-Elaboração
do Complexo de Édipo não é muito fácil/explícito.
-É
um fenômeno central na criança.
-Dissolução/resolução:
a ameaça de castração. Menino percebe que existe uma diferença anatômica entre
ele e a menina e acha que foi tirado dela por ela ter feito algo ruim. Acha que
se não desistir da ideia de ter a mãe, vai perder o pênis, como acha que a
menina perdeu. Melhor preservar o próprio corpo do que ter aquela mulher
(narcisismo / inconsciente). A princípio, a mãe é legitimamente do menino. Para
Freud, o pai é castrador:
ele coloca limites.
-A
menina já é castrada, passa por um complexo de inferioridade.
-Criança
tem uma breve noção de que o pênis está envolvido na relação sexual (sabe que é
uma zona erógena).
-Desejo
da menina pelo pai também está relacionado a isso (se ela não tem, o pai pode
dar). Elabora quando tem um filho, especialmente homem (que substitui o que ela
não tem - narcisismo).
-Rivalidade
da menina com a mãe quando tem irmão (mãe deu mais para ele do que para ela).
Complexo de Édipo só será elaborado quando ela for mãe, mas não em todos os
casos.
-Menino
se identifica com o pai e quer ser igual a ele, pois terá outras
mulheres.
-Superego surge do ego e é herdeiro do Complexo
de Édipo (lei internalizada - o corte é feito pelo pai e deve ser de maneira
amorosa, não rígida). Grande parte do superego é inconsciente.
-Quando
a anatomia coincide com o emocional, a elaboração é melhor (mulher sexualmente
passiva e homem ativo).
-O
clitóris inicialmente se comporta como um pênis. A mulher aceita a castração
como um fato consumado. O homem vê como uma possibilidade.
-A
castração também tem outros fatores (perda do seio), o ápice é no Complexo de
Édipo.
-A
menina não supera sem compensar, então gradativamente reduz o complexo (escolha
heterossexual).
-Pulsão
de vida (auge quando o filho nasce); Pulsão de morte (doença).
-Corpo
quer morrer a sua maneira (deterioração gradual).
-Para
a criança, o ódio é mortal (ambivalência é entender que o ódio não mata e o
amor não revive).
-Elementos
agressivos e amorosos estão interligados.
-Instinto
é biológico. Pulsão é o representante psíquico do instinto (entre somático e
psíquico).
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