quarta-feira, 30 de setembro de 2015

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RESUMÃO: Psicologia Escolar

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Resumo de Psicologia Escolar – NP1

-Marginalidade: estar à margem. Depende do contexto.

-A educação serve para equalizar e superar quem está à margem. Entender de modo político a razão de algumas pessoas estarem à margem.

-Teorias críticas: Existem condições de ensino que influenciam (fatores externos ao esforço individual que provocam o fracasso e a evasão escolar).

-Teorias não-críticas: indivíduo à margem por questões individuais. Consideram como único responsável o próprio indivíduo, descartando outras questões que influenciam no processo. A escola traz instrução e tem a função de transmitir conhecimentos de modo sistemático. O marginalizado é o ignorante (quem não tem a quantidade considerada adequada de conhecimento). O professor é o modelo e deposita nos alunos o conhecimento que julga necessário, não supera a marginalização (pedagogia tradicional).

-Teorias críticas-reprodutivas: existem fatores externos ao indivíduo (políticos e econômicos de ensino e aprendizagem) que acontecem de forma intencional para manter o capitalismo em funcionamento (teorias ingênuas / sistemas de exploração). Se todos tiverem acesso a um bom ensino, o capitalismo seria afetado. Acreditar que o conhecimento nos dá melhores condições de vida é a reprodução de um sistema.


-Escolanovismo: o marginalizado é anormal e desajustado. É rejeitado e ocorre uma biopsicologização da sociedade (entendimento da criança e seu desenvolvimento / cumplicidade entre a Psicologia e a escola). Tem-se uma essência boa e ruim, com tendência a ser boa (pode ser corrompida pelo mundo). Deixa os alunos livres para escolher o que querem aprender e o professor age como um facilitador.


Medicalização do ensino

-Tentativa de padronizar/normatizar o mundo.

-Tratar o sintoma, não a causa.

-Dar nome às diferenças e não resolver o problema.

-Colocar no indivíduo um problema externo.

-Transformar questões sociais em situações médicas.

-Qualquer criança com dificuldade de aprender era levada para a Psicologia ou para a Psiquiatria, que rotulavam/patologizavam e receitavam remédio. Com isso, a indústria farmacêutica era favorecida.

-É fabricado socialmente a partir de um sistema inadequado de ensino.

-O professor trabalha com um processo de ensino e aprendizagem.

-Diferente no processo de escolarização (relação de ensino e aprendizagem), diferente no processo de aprendizagem (aluno).

-Medicalização não é apenas tomar remédio, e sim a patologização de algo social.

-O aluno é pontuado e a escola não se adapta.

-Ana Bock: quando a Psicologia é necessária para a educação? Como pode ocorrer a atuação do psicólogo?

Tradicional
-Ao nascer, o homem possui uma natureza dupla (parte boa e parte corrompida). A escola molda para que a parte boa se sobressaia. O professor é um exemplo a ser seguido e ensina quem o aluno deve ser, vigiando os “corrompidos” para que não influenciem os demais.

-O positivismo impera (verdade única). Diziam que a duplicidade era natural/orgânica.

-O professor é o modelo aperfeiçoado de ser humano e a escola é regrada.

-O psicólogo não tinha papel.

Escola nova
-Ainda com a ideia de duplicidade, mas o homem nasce bom e quem o corrompe é o mundo (homem tem uma parte frágil). Devemos vigiar para que ele não seja corrompido.

-O marginal é anormal; homens diferentes e educação serve para corrigir o imperfeito; biopsicologização da educação e da sociedade, ajustando o indivíduo à sociedade e proporcionando a aceitação dos demais.

-A ajuda do psicólogo acontece quando ele é corrompido (compara pessoas para ter a média).

-A parte corrompida é desnivelada no âmbito do conhecimento.

-O aluno bom busca conhecimento espontaneamente. Aprender a aprender: alunos escolhem áreas de interesse e o professor estimula.

-A Psicologia separa os diferentes, sendo cúmplice da exclusão na escola (dando cunho científico a questões sociais, dizendo que são questões naturais e individuais).

-A escola tem a intenção de manter a parte boa (base do humanismo).

-O professor age como um facilitador sobre os interesses do aluno. Se não tem interesses, tem um problema, e o psicólogo irá legitimar.

-Ampliação do psicólogo nas áreas clínica e institucional.

-Teorias do desenvolvimento (cognição, afeto, sociabilidade, psicometria separando os diferentes para qualificar o processo educacional).

-Cumplicidade ideológica entre Psicologia e educação para manter os interesses da classe dominante. Utiliza ideias científicas, oculta determinantes sociais das dificuldades escolares, foca as dificuldades no sujeito e na família e contribui para a desigualdade social.

-As consequências dessa cumplicidade ideológica são: manutenção das desigualdades, imagem do indivíduo separado do meio, apoio ao currículo oculto (valores em texto, música), negação do conhecimento do aluno, avaliação desigual, Psicologia pautada na correção (descobre o “defeito” e conserta).

-Intervenções para o desmonte da cumplicidade: denunciar o que é social, negar a ideia de indivíduo separado do meio, refletir, discutir, subjetividade nas relações escolares, papel do professor (importância do professor para o aluno).

-Pedagogia tecnicista: aprender a fazer. O processo educativo se torna objetivo e operacional; planejamento de técnicas e metas para minimizar o subjetivo (precisavam de mão de obra, oferecem curso técnico e os formados ganham menos que universitários); meios tem lugar privilegiado no processo educativo; professor e aluno em posição secundária; marginalizado é ineficiente, incompetente e improdutivo; não supera a marginalidade e aumenta a evasão e a repetência.

-Educação deveria ser um instrumento para equalizar socialmente, superar marginalidade.

-Teorias não críticas: pedagogia tradicional, marginalizado é ignorante, propaga instrução e transmite conhecimentos de modo sistemático, o professor é modelo e deposita no aluno o conhecimento que julga necessário, aumenta o nível de marginalizados.

-Teorias crítico-reprodutivistas: educação como discriminação social e marginalização. As condições de produção de vida material favorecem a divisão entre grupos, que se relacionam à base da força do capital; entender as relações entre educação e sociedade. O sistema de ensino como violência simbólica: reforça relações de força material e simbólica (quem não tem, é marginalizado). Escola como AIE (aparelho ideológico do estado): reproduz relações capitalistas de produção, propagando aparelhos ideológicos (religiosos, políticos, familiares, culturais, jurídicos).

-Escola dualista: escola dividida em burguesia e proletariado; inculca a ideologia burguesa e contribui para a formação da força de trabalho; valoriza o intelectual em detrimento ao manual.

-Crítica aos mitos e estigmas que os justificam.

-A escola é histórica e cultural: impera a diversidade de diferenças individuais e coletivas.

-Ideias cristalizadas em relação a gênero, etnia, deficiência, condição social, religião; crença de que não há fatores políticos e sociais que pretendem manter distanciamento do conhecimento para parcela da população; material distante da realidade do aluno.

-Mitos e realidade: distúrbio e deficiência, família desestruturada, pobreza e aprendizagem, etnia e aprendizagem, cultura e aprendizagem, deficiência e aprendizagem.

-Pensar de quem são as necessidades: do aluno ou do professor?

-Aprendizagem é processo; não é unilateral; não há melhores ou piores; privilegiar coletivo ao individual; diagnóstico dinâmico; manifestação dos sintomas é relacional; homogeneidade não existe; crítica e autorreflexão do professor.

-Saúde tem conceito centrado no indivíduo, priorizando abordagem biológica e organicista.

-Medicalização: problemas de origem social e política transformados em problemas médicos.

-Biologização: redução de conflitos sociais em biológicos.

-Patologização: situações do cotidiano escolar transformadas em patológicas.

-É mais fácil lidar com um problema orgânico do que a escola mudar. A medicalização é um alívio para os pais, professores e especialistas.

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