RESUMÃO: Psicologia Escolar
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Resumo de Psicologia Escolar – NP1
-Marginalidade: estar à margem. Depende do contexto.
-A educação serve para equalizar e superar quem está à margem. Entender
de modo político a razão de algumas pessoas estarem à margem.
-Teorias críticas: Existem condições de ensino que influenciam
(fatores externos ao esforço individual que provocam o fracasso e a evasão
escolar).
-Teorias não-críticas: indivíduo à margem por questões
individuais. Consideram como único responsável o próprio indivíduo, descartando
outras questões que influenciam no processo. A escola traz instrução e tem a
função de transmitir conhecimentos de modo sistemático. O marginalizado é o
ignorante (quem não tem a quantidade considerada adequada de conhecimento). O
professor é o modelo e deposita nos alunos o conhecimento que julga necessário,
não supera a marginalização (pedagogia tradicional).
-Teorias críticas-reprodutivas: existem fatores externos ao
indivíduo (políticos e econômicos de ensino e aprendizagem) que acontecem de
forma intencional para manter o capitalismo em funcionamento (teorias ingênuas
/ sistemas de exploração). Se todos tiverem acesso a um bom ensino, o
capitalismo seria afetado. Acreditar que o conhecimento nos dá melhores
condições de vida é a reprodução de um sistema.
-Escolanovismo: o marginalizado é anormal e desajustado. É
rejeitado e ocorre uma biopsicologização da sociedade (entendimento da criança
e seu desenvolvimento / cumplicidade entre a Psicologia e a escola). Tem-se uma
essência boa e ruim, com tendência a ser boa (pode ser corrompida pelo mundo).
Deixa os alunos livres para escolher o que querem aprender e o professor age
como um facilitador.
Medicalização do
ensino
-Tentativa de padronizar/normatizar o mundo.
-Tratar o sintoma, não a causa.
-Dar nome às diferenças e não resolver o problema.
-Colocar no indivíduo um problema externo.
-Transformar questões sociais em situações médicas.
-Qualquer criança com dificuldade de aprender era levada para a
Psicologia ou para a Psiquiatria, que rotulavam/patologizavam e receitavam
remédio. Com isso, a indústria farmacêutica era favorecida.
-É fabricado socialmente a partir de um sistema inadequado de ensino.
-O professor trabalha com um processo de ensino e aprendizagem.
-Diferente no processo de escolarização (relação de ensino e
aprendizagem), diferente no processo de aprendizagem (aluno).
-Medicalização não é apenas tomar remédio, e sim a patologização de algo
social.
-O aluno é pontuado e a escola não se adapta.
-Ana Bock: quando a Psicologia é necessária para a educação? Como pode
ocorrer a atuação do psicólogo?
Tradicional
-Ao nascer, o homem possui uma natureza dupla (parte boa e parte
corrompida). A escola molda para que a parte boa se sobressaia. O professor é
um exemplo a ser seguido e ensina quem o aluno deve ser, vigiando os
“corrompidos” para que não influenciem os demais.
-O positivismo impera (verdade única). Diziam que a duplicidade era
natural/orgânica.
-O professor é o modelo aperfeiçoado de ser humano e a escola é regrada.
-O psicólogo não tinha papel.
Escola nova
-Ainda com a ideia de duplicidade, mas o homem nasce bom e quem o
corrompe é o mundo (homem tem uma parte frágil). Devemos vigiar para que ele
não seja corrompido.
-O marginal é anormal; homens diferentes e educação serve para corrigir
o imperfeito; biopsicologização da educação e da sociedade, ajustando o
indivíduo à sociedade e proporcionando a aceitação dos demais.
-A ajuda do psicólogo acontece quando ele é corrompido (compara pessoas
para ter a média).
-A parte corrompida é desnivelada no âmbito do conhecimento.
-O aluno bom busca conhecimento espontaneamente. Aprender a aprender:
alunos escolhem áreas de interesse e o professor estimula.
-A Psicologia separa os diferentes, sendo cúmplice da exclusão na escola
(dando cunho científico a questões sociais, dizendo que são questões naturais e
individuais).
-A escola tem a intenção de manter a parte boa (base do humanismo).
-O professor age como um facilitador sobre os interesses do aluno. Se
não tem interesses, tem um problema, e o psicólogo irá legitimar.
-Ampliação do psicólogo nas áreas clínica e institucional.
-Teorias do desenvolvimento (cognição, afeto, sociabilidade, psicometria
separando os diferentes para qualificar o processo educacional).
-Cumplicidade ideológica entre Psicologia e educação para
manter os interesses da classe dominante. Utiliza ideias científicas, oculta
determinantes sociais das dificuldades escolares, foca as dificuldades no
sujeito e na família e contribui para a desigualdade social.
-As consequências dessa cumplicidade ideológica são:
manutenção das desigualdades, imagem do indivíduo separado do meio, apoio ao
currículo oculto (valores em texto, música), negação do conhecimento do aluno,
avaliação desigual, Psicologia pautada na correção (descobre o “defeito” e
conserta).
-Intervenções para o desmonte da cumplicidade: denunciar o que é
social, negar a ideia de indivíduo separado do meio, refletir, discutir,
subjetividade nas relações escolares, papel do professor (importância do
professor para o aluno).
-Pedagogia tecnicista: aprender a fazer. O processo educativo se
torna objetivo e operacional; planejamento de técnicas e metas para minimizar o
subjetivo (precisavam de mão de obra, oferecem curso técnico e os formados
ganham menos que universitários); meios tem lugar privilegiado no processo
educativo; professor e aluno em posição secundária; marginalizado é ineficiente,
incompetente e improdutivo; não supera a marginalidade e aumenta a evasão e a
repetência.
-Educação deveria ser um instrumento para equalizar socialmente, superar
marginalidade.
-Teorias não críticas: pedagogia tradicional, marginalizado é
ignorante, propaga instrução e transmite conhecimentos de modo sistemático, o
professor é modelo e deposita no aluno o conhecimento que julga necessário,
aumenta o nível de marginalizados.
-Teorias crítico-reprodutivistas: educação como discriminação
social e marginalização. As condições de produção de vida material favorecem a
divisão entre grupos, que se relacionam à base da força do capital; entender as
relações entre educação e sociedade. O sistema de ensino como violência
simbólica: reforça relações de força material e simbólica (quem não tem, é
marginalizado). Escola como AIE (aparelho ideológico do estado):
reproduz relações capitalistas de produção, propagando aparelhos ideológicos
(religiosos, políticos, familiares, culturais, jurídicos).
-Escola dualista: escola dividida em burguesia e proletariado;
inculca a ideologia burguesa e contribui para a formação da força de trabalho;
valoriza o intelectual em detrimento ao manual.
-Crítica aos mitos e estigmas que os justificam.
-A escola é histórica e cultural: impera a diversidade de diferenças
individuais e coletivas.
-Ideias cristalizadas em relação a gênero, etnia, deficiência, condição
social, religião; crença de que não há fatores políticos e sociais que pretendem
manter distanciamento do conhecimento para parcela da população; material
distante da realidade do aluno.
-Mitos e realidade: distúrbio e deficiência, família
desestruturada, pobreza e aprendizagem, etnia e aprendizagem, cultura e
aprendizagem, deficiência e aprendizagem.
-Pensar de quem são as necessidades: do aluno ou do professor?
-Aprendizagem é processo; não é unilateral; não há melhores ou piores;
privilegiar coletivo ao individual; diagnóstico dinâmico; manifestação dos
sintomas é relacional; homogeneidade não existe; crítica e autorreflexão do
professor.
-Saúde tem conceito centrado no indivíduo, priorizando abordagem
biológica e organicista.
-Medicalização: problemas de origem social e política
transformados em problemas médicos.
-Biologização: redução de conflitos sociais em biológicos.
-Patologização: situações do cotidiano escolar transformadas em
patológicas.
-É mais fácil lidar com um problema orgânico do que a escola mudar. A
medicalização é um alívio para os pais, professores e especialistas.
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