domingo, 22 de novembro de 2015

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RESUMÃO: DTP

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Resumo de Desdobramentos da Teoria Psicanalítica

-Winnicott não tem obras completas, e sim coletâneas.
-Winnicott se situa no “grupo do meio”, entre Kleineanos e Freudianos, pois não aderia a nenhuma dessas teorias completamente.
-Existe uma corrente no Brasil que afirma que Winnicott rompeu com a psicanálise e a reinventou. Outra corrente afirma que ele é freudiano. São questões teóricas que não interferem na clínica.
-Foi presidente da sociedade de psicanálise.
-Afirmou que: “não é possível ser original fora da tradição”. As coisas se opõem, mas convivem.
-Fez supervisão com Melanie Klein.
-Por muito tempo as pessoas olharam para o mundo interno e esqueceram da realidade externa. O contexto importa (mãe real). Trabalhou em contexto de guerra (evacuação de crianças). A constituição psíquica não é intra, mas sim interpsíquica (relação com o outro).
-Teve mãe depressiva; casou com uma mulher que, por muito tempo, viveu em um hospital psiquiátrico; casou-se novamente com uma assistente social que o ajudava na evacuação de crianças da guerra; não teve filhos; tinha facilidade de lidar com crianças (empatia); era médico, começou como pediatra e viu a importância da mãe real (o sintoma estava relacionado a uma necessidade da mãe); também trabalhou com psicóticos.
-Questionou se não é possível prevenir a psicose (depende do ambiente).
-O ambiente favorece ou dificulta o desenvolvimento. Existe uma tendência inata para o desenvolvimento, depende da “sorte” da criança de ter um ambiente que facilite esse desenvolvimento (falso selfie, que se submete ao ambiente e não é saudável).
-Mãe suficientemente boa: que não faz mais e sufoca, nem menos e deixa em falta.
-A linguagem é mais direta, se diferenciando da metapsicologia (sem ficção ou abstração).
-Quando brinca, a criança tem experiências com valores constitutivos.
-Winnicott fala da importância do pai no apoio para a mãe.
-Criou o jogo do rabisco para ter acesso à criança.
-Criou a consulta terapêutica: efeito terapêutico em poucas consultas.
-Experiência completa: começo, meio e fim.
-Interpretação (recurso técnico para quando o paciente tem condições de absorver).
-Manejo: a pessoa tem compreensão do que aconteceu. Mas não devemos agir com enunciação e sim em atos (postura, modo de lidar e fazer com o paciente). As vezes não pode sé com representação (envolve capacidade simbólica).
-É importante saber em que condição psíquica o paciente está (pode estar evoluído e regredido na mesma sessão).
-Despersonalização do psicótico: ele não se sente no próprio corpo.
-Para chegar no Édipo passa por um desenvolvimento grande (ser eu, relação com o outro e inclusão do 3°).
-Chama ansiedade depressiva de Melanie Klein de consernimento (o bebê não quer apenas reparar, ele vê o que fez e se responsabiliza, querendo retribuir). Implica alto grau de desenvolvimento (integração da agressividade).
-Discorda da ideia de pulsão de morte de Freud.
-O bebê é raso, sem profundidade, complexidade (vai desenvolver). Acha que Melanie Klein via o bebê como profundo.
-O bebê primeiro tem que ter o ego, depois vai projetar e introjetar. Primeiramente deve ter o eu integrado.
-O bebê não existe, o que existe são dois em um (mãe e bebê).
-Motilidade: ir em direção a realidade, não é pulsão de morte. É um movimento em direção a vida (agressividade), exemplo: batendo o pé, mordendo.
-Estabelecer limites é dar lugar ao ódio também.
-Desenvolvimento emocional primitivo é fundamental.
-Jogo da espátula: a criança tem o interesse, se o ambiente permite, ela o pega, põe na boca e descarta. Tem uma experiência completa com sentido terapêutico. Já compreende que tem interior e exterior. Mostra que sabe que está enriquecendo com a experiência e pode descartar. Cada detalhe pode ser perdido (regressão). Sabe que é separado da mãe e está começando a dar importância a ela (6 meses), Melanie Klein chama de posição depressiva.
-Quando o bebê nasce, o cuidado é físico/concreto. Depois ele pode se sentir seguro.
-Existe uma tendência inata para o desenvolvimento, o ambiente é fundamental para facilitar ou dificultar. O primeiro ambiente é a mãe.
-O terapeuta também é um bom ambiente e estabelece cuidados.
-Saúde é maturidade. Exemplo: criança de 7 anos com maturidade de 7 anos.
-A princípio é um olhar para a vida, existe uma agressividade inata que precisa dar o impulso a vida, se não, pode levar a destruição.
-Tem um olhar voltado para riquezas do indivíduo (psíquicas), para os potenciais.
-Não trabalha como reparação (Melanie Klein), e sim com a necessidade de produzir, criar. É do próprio desenvolvimento.
-Se temos maturidade, podemos prover algo para o outro.
-Ilusão de onipotência: bebê precisa do leite e a mãe dá imediatamente, então ele acha que criou. Quando a mãe começa a se afastar, a dependência se torna relativa, não mais extrema. A mãe se desadapta (suficientemente boa). A dependência extrema pode ser patológica.
-Quanto mais cedo tratada a profilaxia, melhor o prognóstico.
-Dupla dependência: dependência absoluta e não saber que depende.
-Dependência relativa: depende, mas não tanto.
-Independência relativa: não necessariamente vai acontecer. Ao que sou eu e ao que é o outro. Eu integrado que se relaciona com os outros.
-Temos que nos apropriar das nossas experiências. Topo máximo do desenvolvimento: apropriação da morte.
-O cuidado é extremamente importante, mas não previne tudo.
-Na saúde, as dificuldades iniciais têm que ser resolvidas dentro da criança. Os país ajudam a integrar o eu. Depois, perdem o “controle” do desenvolvimento, pois é interno. A criança tem que resolver por si seus problemas internos.
-Primeiro estabelece o ego/eu, depois lida com questões instintivas.
-Período de latência marca o fim do período de desenvolvimento, que volta na adolescência.
-O bebê tem contato com temporalização, mas não tem dimensão de tempo. Deixar o bebê chorando é mutilante em questão de desenvolvimento, pois ele chora “uma vida”.
-O corpo é morada da alma. Durante o banho, no colo, a mãe dá os contornos físicos do bebê.
-Na mãe, o “instinto” é uma regressão. Sabe o que o bebê precisa porque já foi um. Com sorte, a mãe vai viver esse processo de identificação com o bebê. Após um tempo, a mãe volta a ter um eu integrado. Em termos emocionais, antes existia um (bebê era parte da mãe). A depressão pós-parto é uma profunda regressão emocional.
-Nem toda mãe biológica tem essa profunda identificação.
-Psicanálise com objetivo de cuidar dos pais para passar para os filhos.
-Se o desenvolvimento se distorceu, pode ser feita uma regressão até o ponto em que este parou, porém é mais difícil.
-Se o ambiente muda muito, cria-se uma instabilidade que será da vida da pessoa (insegurança constituída). Não é representação mental, precisa da experiência/vivência.
-Capacidade de criação/potencial criador é favorecido com um bom ambiente (esperança, criatividade).
-Primeiro vive a fantasia, depois entra em contato com a realidade. A fantasia é um alimento para a alma.
-Viver só na realidade também é doentio.
-Preocupação materna primária: preocupação do início.
-Primeiro a criança põe a mão na boca, depois adota um objeto. Entre os dois passos, muita coisa acontece.
-Objeto transicional: primeira posse não-eu (a mão era parte dele). O objeto é da realidade. Não é apenas satisfação da zona oral. Transição entre o que era do corpo e o externo. Cria-se um intermediário.
-É interessante que o bebê faça o desmame (maturidade).
-Entre a realidade interna e externa, existe uma intermediária (não só fruto da realidade, nem só da fantasia). Área não questionada, não é claro o que vem do interno e do externo. A saúde habita este local. O objeto transicional é uma ponte entre a realidade interna e a externa.
-Subjetivamente concebido: crio a partir do que sou.
-Objetivamente concebido: ursinho é ursinho.
-Pode ser uma música, um fenômeno, pode ter o objeto e não cumprir a função de objeto transicional.
-Aparece também para diminuir a ansiedade da separação do não-eu (afastamento da mãe), início da capacidade simbólica (representa a mãe). 4, 6, 8 e 12 meses de idade.
-Pode aparecer depois de abandonado em momentos que falta o necessário.
-Criatividade primária: percepção da realidade e o que crio.
-Objeto transicional não é interno, é uma posse. Também não é externo. Pode utilizar quando o objeto está vivo e é suficientemente bom, senão leva a perda do sentido e se torna persecutório.
-Se a mãe falha de vez em quando, cria a realidade (desadaptação da mãe porque sabe que o bebê consegue).
-A ilusão é inerente ao ser humano e nunca será solucionada.
-Precisa da ilusão e gradual desilusão. Processo de desmame pode ocorrer nesse momento.
-Processo de aceitação da realidade nunca acontece.
-A dimensão intermediária é fundamental, pois faz uma ponte para o mundo.
-Falso selfie se desenvolve para favorecer o ambiente, não é real.
-Bebê não tem desejo, tem necessidades básicas que precisa para se desenvolver.
-Existe uma parcela do falso selfie que é necessário para convívio social. Socialmente criamos estratégias para não ficar tão exposto. No extremo, tem um patológico (personalidade se estrutura para se adaptar ao ambiente).
-O sintoma é um sinal de que o indivíduo desestruturou dessa maneira por algum motivo e esse motivo pode auxiliar na mudança.
-O falso selfie é uma vida possível de existência (protege o verdadeiro).
-No extremo, é uma psicose (não tem um eu verdadeiro, contato com a realidade).
-Se o bebê não tem as necessidades satisfeitas, nada mais do processo de desenvolvimento vai acontecer (não é pulsão ou instinto). Primeiro precisa do eu integrado, depois lidar com pulsões ou instintos. Exemplo: dor de barriga (sem eu integrado, vem de fora e ataca; com eu integrado, ajuda a fortificar e perceber o próprio corpo).
-O falso selfie é construído sobre identificações.
-Temos que tomar cuidado para não sermos tragados pela doença (quando o paciente fala exatamente o que o terapeuta quer ouvir).
-A mãe alimenta o bebê pela própria ansiedade de o bebê passar fome, o que impede que o bebê crie o alimento que precisa.
-O verdadeiro selfie é espontâneo, coincidindo com os acontecimentos do mundo.
-O verdadeiro selfie não se torna real sem a devoção suficiente da mãe.
-Se houver um escoamento adequado/construtivo da agressividade, não precisa ter medo de ser destrutividade. Energia em direção à vida, ideia de motilidade.
-O comportamento intencional surge com um certo desenvolvimento. O bebê que morde não é agressividade, é motilidade (não é intencional, não tem eu integrado).
-O erotismo oral atrai para si comportamentos agressivos (morder).
-A raiz da agressividade é a motilidade (impulso em direção à vida).
-Elaboração imaginativa: funções orgânicas são elaboradas mentalmente (físico no campo psíquico).
-Consernimento é o que Melanie Klein chama de posição depressiva (percepção do objeto total, não é que o bebê sente culpa por um dano fantasiosamente causado, e sim porque sabe que é o objeto de amor e que pode cuidar).
-Se a agressividade não tem vasão, contamina o interno.
-Por melhor que seja o ambiente, não facilita tudo porque são processos internos que precisam ser elaborados.
-As agressividades se casam quando têm um ambiente agressivo e agressividade com vasão.
-Existe uma diferença entre profundo e precoce em termos de desenvolvimento. Não existe profundidade/complexidade no início em termos psíquicos, somente após um eu integrado. Antes é precoce (processos básicos/iniciais que não evoluíram).
-Manejo: a postura do terapeuta promove a vivência de alguma situação (representação de papeis simbólicos). Não é atuação. O psicótico acha que o papel “é”, então deixa de ser representação. É o que faz com objeto terapêutico.
-A pessoa real tem a sua importância no campo do real.
-A princípio é um corpo que, com sorte, será a morada da alma. O amor é concreto (abraço, colo).
-Em uma fase específica, pode-se ver o jogo da espátula (experiência completa).
-O psicótico não tem noção de tempo como o neurótico, então a sessão deve ser encerrada de forma diferente (necessário completar a experiência com efeito terapêutico). Cuidado com a manipulação em razão de uma contratransferência.
-Toda intervenção depende de diagnóstico. Se tem eu integrado, trabalha no campo simbólico.
-Precisa de uma intervenção prática.
-Exemplo: se o indivíduo liga para o terapeuta, o terapeuta age (não verbaliza) pedindo para a pessoa anotar o que queria dizer e levar na próxima sessão.
-Os pais e o terapeuta são facilitadores do processo de desenvolvimento. Apoiar para que os recursos da pessoa possam se desenvolver.
-Trabalho de profilaxia: evitar vários problemas com os filhos, cuidando dos pais.
-Cuidar do ambiente é fundamental (desenvolvimento predominantemente intrapessoal).
-Profundo: mente e palavras do indivíduo envolvidas. Posição esquizoparanóide de Melanie Klein é precoce, não é profunda. Precoce: levar em consideração o ego auxiliar do ego (mãe).
-Necessidade do contorno concreto para ter o simbólico.
-É função terapêutica fornecer o holding.
-A distorção do desenvolvimento ocorre com a falha repetida ou genética.
-Ter passado por um fato não quer dizer que se apropriou da experiência (concepção de produção própria).
-Todo funcionamento patológico é uma defesa. É necessário entender do que.
-No início, a mãe deve espelhar o bebê para ele se constituir. Isso ocorre novamente na terapia. A mãe legitima o que o bebê é, o terapeuta também.
-O que aconteceu no início está na vida adulta, mas não é tão aparente se for bem elaborado.
-O latente do começo tem um processo para ser profundo.
-Terapeuta deve se manter vivo e desperto, estável, confiável e neutro.
-Análise padrão precisa de um eu integrado. Se não o possui, deve primeiro ser trabalhada a integração.
-O terapeuta é objeto subjetivo e objetivo.
-Quanto menos vier de fora e mais o paciente acreditar que ele criou, melhor.
-Cooperação inconsciente: intervenção do psicólogo junto com a necessidade do paciente. Paciente faz trabalho da análise.
-Não é porque não existe sintoma, que existe saúde psíquica.
-Análise modificada: loucura domina o quadro, falso selfie, sem vida cultural (somente realidade psíquica interna e externa desconexas). Quanto mais lugares para entrar em contato com a realidade externa, melhor.
-Saúde é maturidade.
-A partir da transferência, trabalha os conflitos.
-Mesmo quando o psicólogo perde o momento de dizer algo, não é um problema, pois ocorre uma repetição na relação transferencial.
-Ideia de neutralidade: terapeuta não se colocar demais.
-Um aspecto da transferência é a idealização (tem a ver com o olhar infantil de achar que os país tudo sabem e tudo podem). Todas as relações transferenciais aparecerão na relação com o analista.
-Aumentar a maturidade: objetivo da psicanálise.
-Existem defesas e dificuldades do terapeuta. Existe um limite e é interessante trocar de terapeuta após um tempo.
-Ideia de multidisciplinaridade para alguns casos como o psicótico, anorexia.
-Temos que manter um equilíbrio como terapeutas, que não temos na vida pessoal.
-Não se cria artificialmente o setting, ele é o que o psicólogo é.
-O saudável é não ser puramente subjetivo ou puramente objetivo. É função do terapeuta manter esse espaço estável para que o subjetivo possa aparecer no objetivo.
-Neurose de transferência é derivada do ID.
-O que estava no mundo interno passa a ser vivo.
-Se o terapeuta tem muitas defesas, distorce o processo.
-Entre o paciente e o analista, está uma atitude profissional.
-O analista é objetivo e consistente. No início, lê a partitura, depois toca a música. Com o tempo, a atitude profissional se torna natural.
-Quando o paciente não é neurótico ou borderline, uma técnica é o manejo (atitude).
-Deprivação: houveram os cuidados, a integração de um eu e, por alguma razão, isso se rompeu (ambiente falhou).
-Na psicose, a falta ocorreu no início (privação).
-Somos socialmente o que somos individualmente.
-Manejo não é o que se diz, é a postura. A pessoa tem um funcionamento regredido e precisa viver a continência.
-O paciente com funcionamento regredido impele o terapeuta a sair de sua posição, temos que ter a habilidade de voltar.
-Precisa de um processo de regressão para poder elaborar e dar continuidade ao processo de desenvolvimento a partir do ponto específico.
-O manejo depende da situação. É um apoio de ego.
-Terapeuta suficientemente bom: adaptação / paralelo de como a mãe fazia. Da ao ego individual a possibilidade de ser. Intervenção ligada ao paciente.
-Falha do terapeuta pode remeter a falha da mãe.
-Com manejo, o terapeuta é mais ativo, mas não diretivo.
-Primeiro precisa de um eu, para depois entrar em contato com a realidade.
-Repúdio ao não-eu para estabelecer um eu.
-Tarefa sempre diagnóstica na teoria de Winnicott: de onde esse paciente fala, qual espaço habita / diagnóstico o tempo todo.
-Manejo supre necessidades de desenvolvimento.

-Desejo não é função do terapeuta suprir, necessidade sim.

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