Resumo da aula de Psicopatologia Geral (23/02)
Postado em Psicopatologia geral
-Existem no mínimo 14 correntes teóricas em psicopatologia.
-A psicopatologia nasce na psiquiatria e fundamenta o
trabalho do psiquiatra.
-É uma base de conhecimento racional, objetiva, bem
diferente da humanista. Envolve termos médicos.
-Psicopatologia
descritiva: manuais. Diagnóstico do sintoma (fazemos a olho nu). Não se
importa com quais elementos da vida contribuíram para este modo de ser,
história da família etc.
-Psicopatologia
psicanalítica: psicanálise. Vai da cultura familiar do sujeito para o
sintoma. Visão geral do todo da vida a partir de uma perspectiva histórica.
Maior profundidade.
-Pensar
loucura no contexto histórico.
-Primórdios da loucura: Grécia Antiga.
Três concepções de loucura (muitas predominam até hoje):
1) Concepção mítica-religiosa: tudo era
explicado a partir da mítica. Mecanismo de elaboração de fenômenos naturais e
humanos. Os deuses (politeísta) explicavam a vida de maneira geral. O louco como
porta voz da palavra dos deuses (intermediário, canal de comunicação direta),
como uma pessoa com dom de passagem entre a vida terrena e a divina. É a
concepção mais antiga e ainda prevalece em algumas culturas).
2) Concepção organicista: Hipócrates, pai
da medicina, falou dos tipos de personalidade a partir de alguns fluídos
(exemplo: excesso de sangue, bílis, ar. Falou da “hysteria” como patologia
exclusiva feminina (relacionada ao útero).
3) Concepção psicológica: presença de um
conflito psíquico (paixões, forças ocultas, códigos coletivos – ética, norma,
princípios, valores) à época
das grandes tragédias gregas que retratavam isto.
-Idade média: passa de politeísmo para
monoteísmo. A igreja católica utiliza a determinação divina para controle. O
que a igreja explicava, era divino, o que não, era inimigo. Retorna a concepção
mítico-religiosa. É criado o “primeiro manual psicopatológico”, usado pela
inquisição: 1° Malles Maleficarum. Quem falava do louco era a cultura (povo),
mas não havia um saber específico.
-Renascimento: reforma protestante;
crítica ao catolicismo; homem saindo dos fundos (se abrem); homem vende força
de trabalho (sistema de trocas não dava mais conta do sustento de famílias);
homem se afastando da sua origem, agora as incertezas surgem; homem busca ser o
centro do universo (com a capacidade de investigar, pensar, criar, modificar a
natureza). Questão do “controle” passa a ser um valor muito forte. O louco é
visto de outra forma. Surgem as grandes casas de internação (1780 – Philipe Pinel)
para albergar os “diferentes”. Quem estava doente, era tratado. Pinel foi
designado a administrar o “hospital de Sant’Ana”. Na época, o campo científico
estava em alta. Pinel chama alguns médicos e divide o hospital em dois: doentes
“normais” e “alienados”. Escolhe um modelo descritivo para o fenômeno. Fundou a
psiquiatria na França, nasce a psicopatologia. Abordagem da loucura de forma
bruta (até hoje): exclusão, internação. As pessoas não estavam doentes, estavam
num estado de des-razão (perderam a razão). Como a medicina iria explicar, se
não havia sintoma? Surge o modelo descritivo para descrever a loucura/os
sintomas com maior número de detalhes. Linha para justificar ou encontrar a
sede da loucura no corpo (inúmeras brutalidades em experimentos para saber).
Pinel estabeleceu o objetivo para a medicina de devolver ao louco a razão (sair
do estado de des-razão).
-Pinel
funda a “escola alienista”, que se propaga pela Europa, França, Itália,
Portugal e América. Vem do princípio epistêmico positivismo e dá origem a
várias escolas em psicopatologia (descritivo, comportamental, neurociência). Em
1980, começa-se a entender que os sintomas não estavam apenas relacionados ao
corpo à 1ª
reforma psiquiátrica, oposto ao “penso, logo existo”. Psicanálise desconstrói o
paradigma exclusivamente orgânico, consciente (ideia de inconsciente). Dessa
corrente humanista, surgem várias escolas de psicopatologia que relacionam a
patologia ao afeto, história de vida.
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