Resumo da aula de Psicopatologia Geral (08/03)
Postado em Psicopatologia geral
-As questões
da relação humana são provocativas. Nos provocam a responder com subjetividade.
-Uma
das questões presentes no filme é se deixar afetar pelo que o outro provoca em
nós.
-No
renascimento, a psicopatologia começa a ser desapropriada do contexto popular
para ser científica.
-Pinel
passa a uma abordagem mais positivista.
-A
medicina, durante séculos, se debateu com a questão em busca da cura (objeto de
estudo da medicina: doença). Entendiam que o sujeito tem que retomar a
consciência (sujeito da consciência – máxima cartesiana), criam-se métodos e
procedimentos que falham ao decorrer do tempo (até hoje). Trata-se o sintoma.
Sujeito positivista: penso, logo existo.
-Alemanha,
Suíça, Áustria em aproximadamente 1880 surge uma abordagem crítica ao Pinel
afirmando que o sintoma é produzido pela pessoa por uma vida psíquica (sujeito
não é mais do consciente, mas sim do inconsciente).
-A
psicose é um desenho do psiquismo. Freud estabeleceu 3 eixos organizadores da
personalidade: psicose, neurose e perversão.
-Para
entender o que é psicopatologia, temos que ver a abordagem que procura
defini-la (para a medicina, é o adoecimento do psiquismo, o que se desvia do
que é socialmente estabelecido).
-A
abordagem positivista vê a doença: sujeito desviado da normalidade.
-A
abordagem humanista não vê apenas o sintoma, pois este é apenas um recorte.
-A
psiquiatria investiga o sintoma.
-O
filme traz uma mudança de paradigma ao mostrar pessoas que deliram e talvez
nunca deixem de delirar, mas isso não impede que se relacionem e tenham uma
vida.
-O
sintoma psicopatológico é uma defesa do ego.
-O que
é psicopatologia? Depende do paradigma. Temos aproximadamente 14 abordagens
atualmente, que partem dos dois eixos de pensamento (positivismo - sintoma, e
humanismo – subjetividade, dinâmica grupal, laços familiares).
-A
organização mundial da Saúde viu a necessidade de eleger um idioma universal
para comunicações em psicopatologia (CID10 – enciclopédia de todas as doenças,
muito utilizado clinicamente e DSM5 – muito utilizado para comunicação
científica).
-A psicopatologia
sofreu preconceitos sendo acusada de enquadrar, rotular. Todos os campos de
conhecimento da psicopatologia contribuem para que entendemos a dor do outro.
-Psicopatologia médica: psicopatologia
descritiva e geral.
-Psicopatologia descritiva
(psicopatologia geral): preocupação de descrever objetivamente todos os
sintomas. Precisa de uma metodologia para definir o sintoma (criada a partir de
uma divisão hipotética em funções psíquicas). “Dissecou” as funções psíquicas
através da observação do comportamento humano e descreveram o que era
necessário num funcionamento normal/ideal para as funções estarem em ativa e o
que foi desviado.
1- Integração: consciência e atenção.
2- Sensopercepção: tudo que se relaciona
aos órgãos do sentido.
3- Funções cognitivas: pensamento,
orientação, memória.
4- Funções afetivo-conativas: afetividade,
conação.
5- Psicomotricidade.
-A
Psicopatologia descritiva vai observar a partir da forma (rígida, estável) e do
conteúdo (mutável). Exemplo: febre (forma é a descrição e conteúdo varia de
pessoa para pessoa, a temperatura afeta a pessoa de formas diferentes).
Consciência
-Existe
uma quantidade de potencial neurológico de acordo com a necessidade do sistema nervoso,
o que garante a vigília (capacidade de se manter acordado). Esse aspecto
quantitativo varia do coma a hipervigília.
-A
consciência é o palco onde irão ocorrer todas as outras funções psíquicas (é
integradora, possibilita que as outras funções psíquicas aconteçam). A consciência
não existe sem a atenção (qualquer alteração em uma, altera a outra).
1-
Aspecto quantitativo (neurológico).
1a-
Hipervigilância (estado de excitação
da consciência – pode ter alteração motora, adormecimento)
1b-
Hipovigilância (estado de
rebaixamento quantitativo da consciência):
-Flutuação: estado de oscilação da
consciência.
-Obnubilação: período de
dificuldade de apreensão do ambiente porque a percepção está turvada. A
consciência perde o foco, é um estado de confusão mental (afeta a atenção,
memória).
-Torpor: pré-coma. Atividade
reflexa fica funcionando.
. –Coma: ausência de consciência
2-
Aspectos qualitativos (campo da consciência, território
onde todos os fenômenos são vivenciados / depósito de informações / atos repetidos
– automáticos vão para esse campo e, com o tempo, passam para a periferia –
borda da consciência, ficam automatizados):
-Dissociação
da consciência (separar em partes as unidades da consciência, que passam a
funcionar com autonomia, sem conversar uma com a outra), transe (entra em outra
frequência de consciência, precisa dissociar a consciência para se transportar
a uma outra condição – é patológico quando prejudica a pessoa ou cria outras
idéias, como possessão), estado crepuscular (perde as informações do campo da
consciência porque há um estreitamento deste, mas não perde os atos automáticos).
3- Consciência do eu (Jaspers –
teorizou muito sobre a psicose, afirmando que quando a consciente está
alterada, teremos um sintoma psicótico – descreveu 5 propriedades da
consciência):
3a-
Existência do eu: consciência de que
existe.
3b-
Unidade do eu: noção clara de que o
eu é único e indivisível.
3c-
Identidade do eu: noção de que o eu
é único e indivisível ao longo do tempo, um eu sustentável.
3d-
Oposição eu em relação ao mundo:
clareza de que a pessoa tem uma membrana/pele que a separa do mundo.
3e-
Atividade do eu: noção de que é o eu
que realiza a ação (não atribuir a algo externo).
-A
noção de eu é desenvolvida a partir das relações humanas, não nascemos com ela.
O bebê é um aglomerado de sensações.
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