Resumo da aula de PJ (29/04)
Postado em Psicologia Jurídica
-Para adotar, responde a um questionário (nome, idade,
estado civil, escolaridade, renda, endereço), define um perfil (menino, menina,
branco, negro, limite de idade para a criança a ser adotada). Isso para cruzar
os dados das crianças e dos candidatos. Após isso, entramos em contato com os
candidatos para entrevista-los e investigar a motivação da adoção: infertilidade
(barreira social, pois a sociedade ainda trata essas pessoas como
incompetentes, geralmente a adoção é a última opção; se o luto de não ter filho
não foi elaborado, o processo de aceitação pela família e pela sociedade será
dificultoso – para o homem, infertilidade é impotência e para a mulher,
incapacidade de ser mãe; pode ser altruísta, querendo proporcionar melhor
qualidade de vida para a criança), adoção
por perda de um filho (filho faleceu e não quer passar pelo processo de
novo, adota uma criança da idade do filho que morreu; se a família encara como
uma substituição, a criança não terá personalidade própria, será a sombra do
outro), adoção por vontade de uma das
partes (se um quer e o outro cede, após um tempo pode ocorrer uma situação
que desgasta a relação do casal e o maior prejudicado será a criança, que pode
virar bode expiatório), adoção
altruísta, mas a família discorda (os pais querem, mas a família não aceita
a criança, gerando exclusão).
-Fases do luto: negação, raiva, barganha, depressão e
aceitação.
-Temos que identificar as fantasias do processo de adoção: será como eu, será como os pais
biológicos, se tem familiares dependentes não quer. Formamos grupos para
compartilhamento de experiências, tornando algo distante, próximo. Falamos
também sobre processos de desenvolvimento e ciclo vital das crianças (como
acontece, quais cuidados, quais dificuldades) para desmistificar coisas que os
pais acreditam que só acontece com crianças adotadas. Clarificamos situações de
adoção de crianças e adolescentes para os pais se prepararem para o processo.
-Crianças de até 2 anos, iniciamos com o processo de
convivência.
-Processo de
aproximação: os candidatos vão até o abrigo e, por um dia, substituem o
cuidador, depois passam a semanas, passeios e, após a construção de um vínculo
de confiança (aproximadamente 1 mês), pode levar a criança para dormir uma
noite em casa.
-Pais biológicos têm 9 meses para elaborar todas as
mudanças que ter um filho vai exigir. Pais que adotam têm 2 meses.
-Quanto mais velha a criança, mais amplo nosso trabalho
deve ser. Se já foi abrigada, se já teve família (elaborou o luto?), quantos abrigamentos
já teve, quais as expectativas que possui para uma nova família... tudo deve
ser investigado. Tudo será investigado de forma lúdica (desenho, áudio, criação
de vínculo através de contatos básicos). Quando tiver um vínculo maior de
confiança, vai até o abrigo, participa das atividades etc.
-Após a criança ir para a casa, fazemos visita domiciliar
para verificar o dia a dia, as expectativas.
-Nosso trabalho deve ser global, sistêmico para investigar
a estrutura do casal, da família e tudo que interfere no processo de adoção.
-Troca de certidão de nascimento da criança: colocar o nome
dos pais adotivos no lugar dos biológicos; até dois anos pode-se trocar o
primeiro nome e colocar o sobrenome dos pais adotivos (mais velhos pode gerar
um conflito de identidade).
-Nossa sociedade nega a diferença, portanto a adoção de
crianças com algum tipo de comprometimento é a última opção. Após a
homologação, a destituição do poder familiar passa pelo mesmo processo de pais
biológicos: se devolve, está abandonando.
-No Brasil, acontece a adoção brasileira aos montes: pego o
filho de outra pessoa e registro no meu nome. Isso por que as pessoas imaginam
que o processo é muito longo.
-A adoção só acontece se houver destituição do poder
familiar. É obrigação dos pais contarem para a criança que ela é adotada (nosso
trabalho também é orientar a respeito disso, adequando à linguagem da criança).
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