sábado, 30 de abril de 2016

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Resumo da aula de PJ (29/04)

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-Para adotar, responde a um questionário (nome, idade, estado civil, escolaridade, renda, endereço), define um perfil (menino, menina, branco, negro, limite de idade para a criança a ser adotada). Isso para cruzar os dados das crianças e dos candidatos. Após isso, entramos em contato com os candidatos para entrevista-los e investigar a motivação da adoção: infertilidade (barreira social, pois a sociedade ainda trata essas pessoas como incompetentes, geralmente a adoção é a última opção; se o luto de não ter filho não foi elaborado, o processo de aceitação pela família e pela sociedade será dificultoso – para o homem, infertilidade é impotência e para a mulher, incapacidade de ser mãe; pode ser altruísta, querendo proporcionar melhor qualidade de vida para a criança), adoção por perda de um filho (filho faleceu e não quer passar pelo processo de novo, adota uma criança da idade do filho que morreu; se a família encara como uma substituição, a criança não terá personalidade própria, será a sombra do outro), adoção por vontade de uma das partes (se um quer e o outro cede, após um tempo pode ocorrer uma situação que desgasta a relação do casal e o maior prejudicado será a criança, que pode virar bode expiatório), adoção altruísta, mas a família discorda (os pais querem, mas a família não aceita a criança, gerando exclusão).
-Fases do luto: negação, raiva, barganha, depressão e aceitação.
-Temos que identificar as fantasias do processo de adoção: será como eu, será como os pais biológicos, se tem familiares dependentes não quer. Formamos grupos para compartilhamento de experiências, tornando algo distante, próximo. Falamos também sobre processos de desenvolvimento e ciclo vital das crianças (como acontece, quais cuidados, quais dificuldades) para desmistificar coisas que os pais acreditam que só acontece com crianças adotadas. Clarificamos situações de adoção de crianças e adolescentes para os pais se prepararem para o processo.
-Crianças de até 2 anos, iniciamos com o processo de convivência.
-Processo de aproximação: os candidatos vão até o abrigo e, por um dia, substituem o cuidador, depois passam a semanas, passeios e, após a construção de um vínculo de confiança (aproximadamente 1 mês), pode levar a criança para dormir uma noite em casa.
-Pais biológicos têm 9 meses para elaborar todas as mudanças que ter um filho vai exigir. Pais que adotam têm 2 meses.
-Quanto mais velha a criança, mais amplo nosso trabalho deve ser. Se já foi abrigada, se já teve família (elaborou o luto?), quantos abrigamentos já teve, quais as expectativas que possui para uma nova família... tudo deve ser investigado. Tudo será investigado de forma lúdica (desenho, áudio, criação de vínculo através de contatos básicos). Quando tiver um vínculo maior de confiança, vai até o abrigo, participa das atividades etc.
-Após a criança ir para a casa, fazemos visita domiciliar para verificar o dia a dia, as expectativas.
-Nosso trabalho deve ser global, sistêmico para investigar a estrutura do casal, da família e tudo que interfere no processo de adoção.
-Troca de certidão de nascimento da criança: colocar o nome dos pais adotivos no lugar dos biológicos; até dois anos pode-se trocar o primeiro nome e colocar o sobrenome dos pais adotivos (mais velhos pode gerar um conflito de identidade).
-Nossa sociedade nega a diferença, portanto a adoção de crianças com algum tipo de comprometimento é a última opção. Após a homologação, a destituição do poder familiar passa pelo mesmo processo de pais biológicos: se devolve, está abandonando.
-No Brasil, acontece a adoção brasileira aos montes: pego o filho de outra pessoa e registro no meu nome. Isso por que as pessoas imaginam que o processo é muito longo.

-A adoção só acontece se houver destituição do poder familiar. É obrigação dos pais contarem para a criança que ela é adotada (nosso trabalho também é orientar a respeito disso, adequando à linguagem da criança).

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