segunda-feira, 31 de outubro de 2016

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Resumo da aula de AHP (31/10)

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Plantão psicológico
-Não precisa procurar coisas para atender a pessoa, às vezes basta conversar.
-Qualquer pessoa que queira conversar sobre algo pode ir para o plantão.
-As doenças mentais estão presentes, mas não ficamos presos a ela. Devemos ir além do que a pessoa mostra.

Possibilidades em diferentes locais
-No grupo esporte talento: O que fazer? Atender como pronto socorro? Situações emergenciais? É um “espaço de atendimento para receber a pessoa que procura ajuda psicológica em situações de dificuldade ou crise atual, sejam elas de qualquer ordem ou motivação”. Sessões de curta duração e de retorno agendável caso haja interesse. A procura pelo plantão se torna ampla desde: orientação sobre contraceptivo, orientação sobre como relacionar-se com os colegas, com a família e espaço para a expressão de qualquer sofrimento (vou fazer o que o cliente está pedindo). Portanto: ouve-se a queixa e identifica-se a demanda que a queixa traz. Envolve assim uma definição do que se pode fazer diante daquela situação que é trazida atendendo-se à necessidade do cliente. Encontro com a realidade do plantonista e sua formação: reformulação da prática a partir do local onde vai ser oferecido o plantão independentemente do modelo clínico a ser adotado; reformulação da forma como o atendimento vai ocorrer, local, número de clientes, como fazer e para onde os encaminhamentos; necessidade de uma reformulação pessoal sobre o que representa o atendimento e também da angústia diante do que se apresenta.
-No hospital psiquiátrico: Que ideologia sustenta o espaço institucional acerca da doença mental e do trabalho do psicólogo? O sofrimento psíquico não precisa ser sintoma de doença. Em alguns casos a angústia ou a tristeza é sinal de saúde (mudança de paradigma – graças ao mal-estar, que a pessoa sobrevive). Pode representar um contato com questões negadas (muitas vezes o sofrimento nega algo em nós mesmos). Ausência de sofrimento não significa necessariamente ter saúde (quem está fora também tem conflitos). Que efeitos a prática do psicólogo pode ter na dinâmica institucional? Nós afetamos a rotina da instituição. A prática envolvia atendimento breve pelo setor de Psicologia e plantão psicológico. Algumas concepções sobre a doença mental importantes: patologia da liberdade: perde-se a capacidade de optar por ações responsáveis e sua vida é regida pelas normas da patologia. Não é mais senhor dos seus atos (se foi internada, não tem liberdade); perda da cidadania: impedido de fazer escolhas livre de patologia, necessitando de proteção, necessita de vigilância e acompanhamento (não está sobre controle de suas concepções pessoais); desorganização da personalidade e da própria identidade pois não possui consciência de si no tempo e na condição atual e concreta. Além disso tudo, temos que ver o que mais é humano. Instituição e sua dinâmica: não facilitavam o movimento do cliente em direção à saúde, mais uma pressão de que o paciente fosse às sessões para vincular-se à uma atividade terapêutica e não um suporte ao desenvolvimento e resgate da identidade. O terapeuta não era visto como um facilitador para que o cliente se percebesse (concepção de que o cliente está doente e não vai perceber), falasse sobre sua queixa, mas um “olheiro” da instituição e análise da conduta do paciente e seus sintomas.

-No esporte e talento: “... Um plantão psicológico se caracteriza por um processo cujo início se dá no momento da procura do cliente, e que pode se estender pelo número de sessões necessárias – esta necessidade é avaliada pelo cliente e pelo plantonista – para que ele se aproprie de sua busca, ou seja, tendo o seu caminho clareado naquilo que o mobilizou em busca de ajuda” (p.180).
-No hospital psiquiátrico: “...é crucial que o terapeuta confie na capacidade do cliente...”. “Para que seja possível a realização do plantão psicológico em uma instituição, é necessário que esta acredite na capacidade de sua clientela em desenvolvimento”.

-Necessário organizar uma sistematização do serviço: onde e como encontrar o plantonista para ajuda (esporte e talento e hospital psiquiátrico).
-O plantonista precisa estar preparado para uma ação terapêutica diferente que não é planejada, ajuda ao paciente de definição de suas prioridades e não apenas os seus sintomas”.

Reformulações e percepções acerca de ambas as experiências
-O que define o plantão não é a queixa, mas também pode ser visto como uma função iniciadora de um processo maior.
-Reorganização de uma angústia, de uma problemática. Começar a olhar o que vai resolver.
-Alívio de angústia que não é necessária uma continuidade. Encontros breves.
-Crença de que o cliente é fonte de seus próprios recursos. Por isso perguntamos os sentidos dele, como ele vê as coisas.
-Não imposição do que se deve ou não fazer. O direcionamento é nos questionamentos (propor reflexões que a pessoa não faria sozinha, perguntas mobilizadoras).
-Necessidade do autoconhecimento do plantonista, saber trabalhar em grupo, rever pontos de vista.
-Reformulação da concepção da própria instituição e funcionários acerca da função e papel dos serviços do plantão psicológico.

-Pode, assim, ajudar às famílias dos internos. Pode dar suporte à rotina da instituição, assim como a seus funcionários. O plantão deve propor-se a uma ação flexível e criativa.
-Abrir-se a própria experienciação.
-Abrir mão de procedimentos modelados, mas abrir-se a escuta, as histórias que demandam compreensão.

Alguns pressupostos:
-Necessário compreender o ângulo da instituição.
-Faz-se necessário conhecer o contexto antes de apresentar um projeto.
-Evitar a teorização junto à demanda.

-Atentar a pedidos de laudo (cuidado, pois norteia a prática da pessoa).

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