Resumo da aula de AHP (31/10)
Postado em Abordagens humanistas em Psicologia
Plantão psicológico
-Não precisa procurar coisas para atender a pessoa, às
vezes basta conversar.
-Qualquer pessoa que queira conversar sobre algo pode ir
para o plantão.
-As doenças mentais estão presentes, mas não ficamos presos
a ela. Devemos ir além do que a pessoa mostra.
Possibilidades em
diferentes locais
-No grupo esporte
talento: O que fazer? Atender como pronto socorro? Situações emergenciais?
É um “espaço de atendimento para receber a pessoa que procura ajuda psicológica
em situações de dificuldade ou crise atual, sejam elas de qualquer ordem ou
motivação”. Sessões de curta duração e de retorno agendável caso haja
interesse. A procura pelo plantão se torna ampla desde: orientação sobre
contraceptivo, orientação sobre como relacionar-se com os colegas, com a
família e espaço para a expressão de qualquer sofrimento (vou fazer o que o
cliente está pedindo). Portanto:
ouve-se a queixa e identifica-se a demanda que a queixa traz. Envolve assim uma
definição do que se pode fazer diante daquela situação que é trazida
atendendo-se à necessidade do cliente. Encontro com a realidade do plantonista e sua formação: reformulação da prática a
partir do local onde vai ser oferecido o plantão independentemente do modelo clínico
a ser adotado; reformulação da forma como o atendimento vai ocorrer, local,
número de clientes, como fazer e para onde os encaminhamentos; necessidade de
uma reformulação pessoal sobre o que representa o atendimento e também da
angústia diante do que se apresenta.
-No hospital
psiquiátrico: Que ideologia sustenta o espaço institucional acerca da
doença mental e do trabalho do psicólogo? O sofrimento psíquico não precisa ser
sintoma de doença. Em alguns casos a angústia ou a tristeza é sinal de saúde (mudança
de paradigma – graças ao mal-estar, que a pessoa sobrevive). Pode representar um
contato com questões negadas (muitas vezes o sofrimento nega algo em nós
mesmos). Ausência de sofrimento não significa necessariamente ter saúde (quem
está fora também tem conflitos). Que efeitos a prática do psicólogo pode ter na
dinâmica institucional? Nós afetamos a rotina da instituição. A prática
envolvia atendimento breve pelo setor de Psicologia e plantão psicológico. Algumas
concepções sobre a doença mental importantes: patologia da liberdade: perde-se a capacidade de optar por ações
responsáveis e sua vida é regida pelas normas da patologia. Não é mais senhor
dos seus atos (se foi internada, não tem liberdade); perda da cidadania: impedido de fazer escolhas livre de patologia,
necessitando de proteção, necessita de vigilância e acompanhamento (não está
sobre controle de suas concepções pessoais); desorganização da personalidade e da própria identidade pois não
possui consciência de si no tempo e na condição atual e concreta. Além disso
tudo, temos que ver o que mais é humano. Instituição
e sua dinâmica: não facilitavam o movimento do cliente em direção à saúde,
mais uma pressão de que o paciente fosse às sessões para vincular-se à uma
atividade terapêutica e não um suporte ao desenvolvimento e resgate da
identidade. O terapeuta não era visto como um facilitador para que o cliente se
percebesse (concepção de que o cliente está doente e não vai perceber), falasse
sobre sua queixa, mas um “olheiro” da instituição e análise da conduta do
paciente e seus sintomas.
-No esporte e
talento: “... Um plantão psicológico se caracteriza por um processo cujo
início se dá no momento da procura do cliente, e que pode se estender pelo
número de sessões necessárias – esta necessidade é avaliada pelo cliente e pelo
plantonista – para que ele se aproprie de sua busca, ou seja, tendo o seu
caminho clareado naquilo que o mobilizou em busca de ajuda” (p.180).
-No hospital
psiquiátrico: “...é crucial que o terapeuta confie na capacidade do
cliente...”. “Para que seja possível a realização do plantão psicológico em uma
instituição, é necessário que esta acredite na capacidade de sua clientela em
desenvolvimento”.
-Necessário organizar uma sistematização do serviço: onde e
como encontrar o plantonista para ajuda (esporte e talento e hospital
psiquiátrico).
-O plantonista precisa estar preparado para uma ação
terapêutica diferente que não é planejada, ajuda ao paciente de definição de
suas prioridades e não apenas os seus sintomas”.
Reformulações e
percepções acerca de ambas as experiências
-O que define o plantão não é a queixa, mas também pode ser
visto como uma função iniciadora de um processo maior.
-Reorganização de uma angústia, de uma problemática.
Começar a olhar o que vai resolver.
-Alívio de angústia que não é necessária uma continuidade.
Encontros breves.
-Crença de que o cliente é fonte de seus próprios recursos.
Por isso perguntamos os sentidos dele, como ele vê as coisas.
-Não imposição do que se deve ou não fazer. O
direcionamento é nos questionamentos (propor reflexões que a pessoa não faria
sozinha, perguntas mobilizadoras).
-Necessidade do autoconhecimento do plantonista, saber trabalhar
em grupo, rever pontos de vista.
-Reformulação da concepção da própria instituição e
funcionários acerca da função e papel dos serviços do plantão psicológico.
-Pode, assim, ajudar às famílias dos internos. Pode dar
suporte à rotina da instituição, assim como a seus funcionários. O plantão deve
propor-se a uma ação flexível e criativa.
-Abrir-se a própria experienciação.
-Abrir mão de procedimentos modelados, mas abrir-se a
escuta, as histórias que demandam compreensão.
Alguns pressupostos:
-Necessário compreender o ângulo da instituição.
-Faz-se necessário conhecer o contexto antes de apresentar
um projeto.
-Evitar a teorização junto à demanda.
-Atentar a pedidos de laudo (cuidado, pois norteia a
prática da pessoa).
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