Resumo da aula de PC (27/10)
Postado em Psicologia Cognitiva
Terapia cognitiva
construtivista
-Para construir conhecimento concepções combinam-se
informações meio, conhecimento não descoberto espontaneamente, nem transmitido
de forma mecânica meio exterior ou adultos.
-Conhecimento resultado de interação. Sujeito procurando
ativamente as concepções do mundo.
-Não é um sujeito que espera alguém que possui conhecimento
que transmita em um ato de bondade.
-Nasce contra visão mecanicista e ordenada, cognoscível,
cujas formas/funções podem ser refletidas sobre mente humana e seus produtos.
-Em psicoterapia, interessados em eximir julgamentos de
realidade pessoal do cliente por critérios externos de
racionalidade/objetividade.
-O referencial não é externo, é construído junto, contínuo
e ativo por parte do sujeito e mundo.
-Rejeita o DSM-IV pela aplicação excessiva de níveis
rejeitam/subordinam maneiras alternativas de compreender o cliente. O foco é
nos esquemas estruturais emocionais (como emocionalmente construiu).
-Colocando-se no mesmo nível, como modelos de funcionamento
psicológico alternativos e viáveis.
Terapia cognitiva
narrativa
-GONÇALVES, O. PSICOTERAPIA COGNITIVA NARRATIVA: MANUAL DE
TERAPIA BREVE. CAMPINAS: EDITORIAL PSY, 1998.
-Ao procurar apresentar-se alternativa modelos racionalistas/mecanicistas
dominantes na Psicologia, a psicologia narrativa obriga redefinição de grande
parte dos seus pressupostos epistemológicos.
-Essa epistemologia se sustenta em 4 pilares:
1. Existência como
conhecimento: indissociação entre conhecimento e experiência.
-Revolução cognitiva em 1950: estruturas, processos e
conteúdos envolvidos na construção do conhecimento.
-Temática de processos por intermédio por quais seres vivos
constroem e transformam conhecimento, assimilação passiva e pró-ação ativa.
-Tem qualquer ser vivo, a existência não pode ser
dissociada do conhecimento (por existir, já conhece – não é algo que vem de
fora).
-Todos os seres vivos conhecem, reconhecem, transformam e
transformam-se no decurso da sua existência.
-Trata-se da passagem da visão estritamente epistemológica
(cognitivismo) para a visão existencial.
-Procura organização hierárquica de elementos fundamentais
(esquemas cognitivos, pressupostos filosóficos, estruturas cognitivas,
mecanismos tácitos, constructos pessoais da psicologia) e dá lugar a apreciação
da matriz relacional da experiência como elemento indissociável do
conhecimento.
-Nega o cognitivismo.
2. Conhecimento como
hermenêutica
-Ideia que todo conhecimento (e por implicação, toda
existência) tem natureza inerentemente hermenêutica. A hermenêutica é a arte ou
o método interpretativo que procura compreender um determinado texto.
-O processo de substituição de modelos retroativos
sensorialistas por modelos ativos motores acentuou a ideia de que o sujeito constrói
a realidade por processo de codificação ativa. Interpreta e tira significado
daquilo, num processo ativo.
-A construção simbólica da realidade corresponde ao
processo de significação que opera através da imposição de processos
hermenêuticos.
-O fenômeno psicológico situa-se no nível de construção
ativa de significado e do processo por intermédio do qual esse significado
constitui a realidade psicológica dos indivíduos.
-Compreender o comportamento humano é essencialmente
compreender os sistemas interpretativos utilizados pelos sujeitos no sentido de
expandir, dar significado a experiência.
-Mas aqui a proposta hermenêutica surge com significado
diferente da procura / encontro de significados. Não vem só com significado de
procurar significado, vem como resposta conjunta de buscar significado.
-Hermenêutica nasce com a interpretação de textos sagrados,
mais tarde, textos legais.
-Só recentemente, no final do século passado, se liga a
interpretação do discurso individual (psicanálise).
-Cada um destes casos, a hermenêutica procura interpretar
ou levar o indivíduo a interpretar com base em pressupostos existencialistas
construídos aprioristicamente.
-A multiplicidade de existência nas suas diversas vertentes
remete a miríade de significados, desdobramentos complexos / múltiplo de
conhecimento.
-Segundo Shotter (1995), vivemos num mundo vago,
parcialmente especificado, instável e em desenvolvimento.
-Esta dimensão de inespecificidade dá espaço para dimensão
criativa e hermenêutica do conhecimento humano.
-Por mais paradoxal que pareça, a realidade especifica-se e
adquire dimensões maiores de estabilidade, não por referência ao mundo externo,
mas pela subjetividade hermenêutica individual.
-Impõe coerência interpretativa do caos multi-potencial do
mundo. Sentido subjetivo cria estabilidade.
-A ordem/regularidade corresponde sobretudo a necessidade
psicológica de dar ordem, sentido de coerência existencial.
-Onde não compreendemos, nos angustiamos.
-A definição do mundo único estável através da sacralização
de uma pretensa hiper-realidade, é negação profunda de multirrealidade.
0 comentários: