Resumo da aula de PE (13/09)
Postado em Psicopatologia especial
NP1: avaliação peso
7 e reflexão + relatório
parcial peso 3.
NP2: avaliação peso
6 e relatório + participação/presença
peso 4.
Transtornos da afetividade (depressões)
-As depressões têm como elemento mais saliente o humor
triste e o desânimo. No entanto, caracterizam-se por uma multiplicidade de
sintomas afetivos, instintivos, neurovegetativos, ideativos, cognitivos,
relativos à autovaloração, vontade e psicomotricidade.
Apresentações
sintomáticas de uma base depressiva
-Sintomas afetivos:
tristeza, melancolia, choro fácil/frequente, sentimento de falta de sentimento,
tédio, aborrecimento crônico, irritabilidade, angústia, desespero,
desesperança.
-Esfera instintiva:
anedonia (ausência de ânimo, prazer), fadiga, desânimo, insônia/hipersonia
(excesso de sono), perda/aumento do apetite, pele fria, perda de libido,
diminuição da resposta sexual.
-Esfera ideativa:
ideação negativa (a pessoa acredita que nada dará certo), ideias de
arrependimento/culpa (se responsabiliza por tudo), ruminações de mágoas
antigas, ideias de morte (ideias de que irá morrer em determinadas situações),
ideações suicidas.
-“Mal do século”, silenciosa, capitalismo (ideais do ego
inatingíveis), “o homem não pode deprimir”, tristeza não é depressão, alguns
usam a depressão como “bengala”, a família adoece junto.
-É, dentre todas as psicopatologias, a mais incapacitante.
-Nossa clínica hoje é a “clínica da depressão”.
-As pessoas têm uma necessidade de provar publicamente que
conseguem se livrar dessa “depressão”. São muitos ideais de felicidade difíceis
de atingir. A felicidade é um estágio transitório.
-O capitalismo exige a presença da mulher no mercado de
trabalho competitivo. Cada vez mais, elas têm que se ausentar mais cedo e por
mais tempo da vida dos filhos.
-A questão da depressão é ter alguém que se aproprie do
bebê, deixando ele ter um lugar por excelência na relação. O que vale é o
vínculo estabelecido, não basta o cuidado técnico.
-É um transtorno do humor, que diz respeito à afetividade.
-Há uma questão relacionada a perda que ocorre no ego, no
primeiro processo de desenvolvimento, de identificação. O bebê depende do
investimento materno para se sentir importante. Precisa que justifiquem que ele
é o “rei”, que alguém confirme o narcisismo dele, pois isso criará a base da
personalidade (afetiva, que vem das primeiras identificações) à processo de narcisisação. Winnicott diz que isso daria uma
provisão (reserva que carregamos para a vida toda – base para identidade,
autoconfiança, autoestima).
-Se a mãe tem depressão, ela não consegue voltar a energia
para o bebê, pois está centrada nela. Se o bebê não recebe o feedback positivo
da mãe, ele se identifica com o olhar entristecido, vazio da mãe. A base de sua
personalidade também será triste e vazia. A criança leva para o ego os aspectos
depressivos da mãe. Isso ajuda a configurar o modelo do ego. “Eu não sou um
bebê suficientemente legal para despertar o olhar da mãe”. Há possibilidades de
melhora, mas é irreversível estruturalmente, a pessoa sempre terá uma tendência
à depressão.
-Etiologia (causa)
da depressão: multifatorial. Começa pelas condições da infância, afetivas, narcísica,
base e raiz da personalidade. Quanto menos ego tem, maior o prejuízo. É uma
perda tão importante que produz fixações, que definem o modelo da estrutura
psíquica. As fixações ocorrem mais tarde que as esquizofrenias, quando já
existe um pouco do ego (2º subestágio oral, 1º subestágio anal):
-Existem depressões psicóticas e neuróticas.
-O fator ideológico diz que ocorre devido a falha
ideológica no 2º subestágio oral.
-Outro fator aponta que toda psicopatologia tem um gatilho.
No caso das depressões, o gatilho/a base é uma perda. Tem uma perda subjetiva quando fixa a libido e cria a base
estrutural da personalidade (segue a vida normalmente). Ocorre outra perda,
seja qual for,
-Na esquizofrenia, o ego não está bem formado, então é
comum ocorrer na adolescência.
-Ás vezes o depressivo não consegue receber, pois isso
justifica que ele não tem, gerando inveja. O superego do deprimido é
abandonador, aponta as falhas para si mesmo. Cada conquista, o superego
destrói. Se acha incapaz.
-Existe uma questão metabólica comprovada nas depressões.
Existem teorias que falam da descompensação da produção de serotonina, está
ligada ao stress, à perda, é um impacto que altera as sinapses. Existem fatores
históricos, psicodinâmicos, referência à faltas e falhas da mãe e o gatilho. Metabólico, psicodinâmico e psicossocial.
-A base da fobia é a depressão.
-TDAH é um sintoma que pode estar relacionado com uma
psicose, autismo, fobia ou depressão infantil.
-Não diagnosticamos o transtorno de personalidade na
infância, pois a personalidade não está completamente formada.
-Alterações
cognitivas: déficit de atenção, concentração, memória, iniciativa/decisões,
pseudodemência (pessoa vai lentificando ao ponto de parecer uma demência).
-Alterações da
autovaloração: sentimento de autoestima diminuída, insuficiência,
incapacidade, vergonha.
-Alterações da
vontade: avolição (falta de vontade), aumento na latência entre perguntas e
respostas (demora para entender), estupor (rebaixamento da consciência que
preserva os atos automáticos, mas perde identificações), mutismo (para de
falar), negativismo (a pessoa se recusa a algumas coisas).
-Sintomas psicóticos:
ideias delirantes, delírio de ruína, de culpa, hipocondríaco, negação dos
órgãos, alucinações auditivas, ilusões auditivas ou visuais.
Leitura obrigatória: ler os tipos de depressão do CID 10.
Leitura obrigatória: luto e melancolia.
Leitura sugerida: a mãe morta – André Grim.
0 comentários: