domingo, 2 de outubro de 2016

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Resumo da aula de PE (13/09)

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NP1: avaliação peso 7 e reflexão + relatório parcial peso 3.
NP2: avaliação peso 6 e relatório + participação/presença peso 4.



Transtornos da afetividade (depressões)
-As depressões têm como elemento mais saliente o humor triste e o desânimo. No entanto, caracterizam-se por uma multiplicidade de sintomas afetivos, instintivos, neurovegetativos, ideativos, cognitivos, relativos à autovaloração, vontade e psicomotricidade.
Apresentações sintomáticas de uma base depressiva
-Sintomas afetivos: tristeza, melancolia, choro fácil/frequente, sentimento de falta de sentimento, tédio, aborrecimento crônico, irritabilidade, angústia, desespero, desesperança.
-Esfera instintiva: anedonia (ausência de ânimo, prazer), fadiga, desânimo, insônia/hipersonia (excesso de sono), perda/aumento do apetite, pele fria, perda de libido, diminuição da resposta sexual.
-Esfera ideativa: ideação negativa (a pessoa acredita que nada dará certo), ideias de arrependimento/culpa (se responsabiliza por tudo), ruminações de mágoas antigas, ideias de morte (ideias de que irá morrer em determinadas situações), ideações suicidas.
-“Mal do século”, silenciosa, capitalismo (ideais do ego inatingíveis), “o homem não pode deprimir”, tristeza não é depressão, alguns usam a depressão como “bengala”, a família adoece junto.
-É, dentre todas as psicopatologias, a mais incapacitante.
-Nossa clínica hoje é a “clínica da depressão”.
-As pessoas têm uma necessidade de provar publicamente que conseguem se livrar dessa “depressão”. São muitos ideais de felicidade difíceis de atingir. A felicidade é um estágio transitório.
-O capitalismo exige a presença da mulher no mercado de trabalho competitivo. Cada vez mais, elas têm que se ausentar mais cedo e por mais tempo da vida dos filhos.
-A questão da depressão é ter alguém que se aproprie do bebê, deixando ele ter um lugar por excelência na relação. O que vale é o vínculo estabelecido, não basta o cuidado técnico.
-É um transtorno do humor, que diz respeito à afetividade.
-Há uma questão relacionada a perda que ocorre no ego, no primeiro processo de desenvolvimento, de identificação. O bebê depende do investimento materno para se sentir importante. Precisa que justifiquem que ele é o “rei”, que alguém confirme o narcisismo dele, pois isso criará a base da personalidade (afetiva, que vem das primeiras identificações) à processo de narcisisação. Winnicott diz que isso daria uma provisão (reserva que carregamos para a vida toda – base para identidade, autoconfiança, autoestima).
-Se a mãe tem depressão, ela não consegue voltar a energia para o bebê, pois está centrada nela. Se o bebê não recebe o feedback positivo da mãe, ele se identifica com o olhar entristecido, vazio da mãe. A base de sua personalidade também será triste e vazia. A criança leva para o ego os aspectos depressivos da mãe. Isso ajuda a configurar o modelo do ego. “Eu não sou um bebê suficientemente legal para despertar o olhar da mãe”. Há possibilidades de melhora, mas é irreversível estruturalmente, a pessoa sempre terá uma tendência à depressão.
-Etiologia (causa) da depressão: multifatorial. Começa pelas condições da infância, afetivas, narcísica, base e raiz da personalidade. Quanto menos ego tem, maior o prejuízo. É uma perda tão importante que produz fixações, que definem o modelo da estrutura psíquica. As fixações ocorrem mais tarde que as esquizofrenias, quando já existe um pouco do ego (2º subestágio oral, 1º subestágio anal):
-Existem depressões psicóticas e neuróticas.
-O fator ideológico diz que ocorre devido a falha ideológica no 2º subestágio oral.
-Outro fator aponta que toda psicopatologia tem um gatilho. No caso das depressões, o gatilho/a base é uma perda. Tem uma perda subjetiva quando fixa a libido e cria a base estrutural da personalidade (segue a vida normalmente). Ocorre outra perda, seja qual for,
-Na esquizofrenia, o ego não está bem formado, então é comum ocorrer na adolescência.
-Ás vezes o depressivo não consegue receber, pois isso justifica que ele não tem, gerando inveja. O superego do deprimido é abandonador, aponta as falhas para si mesmo. Cada conquista, o superego destrói. Se acha incapaz.
-Existe uma questão metabólica comprovada nas depressões. Existem teorias que falam da descompensação da produção de serotonina, está ligada ao stress, à perda, é um impacto que altera as sinapses. Existem fatores históricos, psicodinâmicos, referência à faltas e falhas da mãe e o gatilho. Metabólico, psicodinâmico e psicossocial.
-A base da fobia é a depressão.
-TDAH é um sintoma que pode estar relacionado com uma psicose, autismo, fobia ou depressão infantil.
-Não diagnosticamos o transtorno de personalidade na infância, pois a personalidade não está completamente formada.

-Alterações cognitivas: déficit de atenção, concentração, memória, iniciativa/decisões, pseudodemência (pessoa vai lentificando ao ponto de parecer uma demência).
-Alterações da autovaloração: sentimento de autoestima diminuída, insuficiência, incapacidade, vergonha.
-Alterações da vontade: avolição (falta de vontade), aumento na latência entre perguntas e respostas (demora para entender), estupor (rebaixamento da consciência que preserva os atos automáticos, mas perde identificações), mutismo (para de falar), negativismo (a pessoa se recusa a algumas coisas).
-Sintomas psicóticos: ideias delirantes, delírio de ruína, de culpa, hipocondríaco, negação dos órgãos, alucinações auditivas, ilusões auditivas ou visuais.

Leitura obrigatória: ler os tipos de depressão do CID 10.
Leitura obrigatória: luto e melancolia.

Leitura sugerida: a mãe morta – André Grim.

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