domingo, 2 de outubro de 2016

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Resumo da aula de PE (23/08)

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Esquizofrenia
-Remissão: quando o sintoma some.
-É a que traz um prejuízo maior das funções cognitivas (esfera do pensamento) e afetiva. É muito importante pela magnitude clínica, pela idade (comum dos 15 aos 35 anos).
-Sintomas como divisores de águas na vida. É consequência de um corte na biografia do sujeito. Quando há a remissão, dificilmente vai recompor a definição psicológica de antes. Tende a cronificar. Quanto mais evidente o surto e antes entrar com medicação, maior a chance de não desenvolver novamente. Se não, a cada surto (regressão do ego), tem uma perda psicológica e neurológica, pois implica em um pico de descarga elétrica. Mesmo quando tratada pode cronificar.
-Foi chamada de demência precoce porque as pessoas demenciavam rapidamente e muito cedo, até o começo do século XX.
-Psiquiatria pineliana fundou a psicopatologia e iniciou com a definição de esquizofrenia.
-Haviam teorias que era uma patologia de pessoas menos favorecidas que se revoltavam, se frustravam, inconformadas em relação ao contexto histórico.
-Morel chamou de demência precoce. Tinha hipótese de componente hereditário: algumas raças humanas estariam mais predispostas ao desenvolvimento da esquizofrenia do que outras. Serviu de base para práticas nazistas.
-Em 1900, Kraepelin distinguiu três grupos de psicose: demência precoce, paranoia e psicose maníaco depressiva.
-Bleuer (século XIX e XX): rebatizou a esquizofrenia, pois essa se manifestava através do pensamento, entendeu que a principal forma de tratar era através da palavra. Tratava como orgânica. Tem base nos conceitos freudianos. A esquizofrenia se manifesta quando há o rompimento de “schizen”, como uma pele que separa de mundo interno e mundo externo. Vida íntima vem à tona.
-Alguns sintomas devem estar presentes (a maioria, não todos):
1. Percepção delirante: ocorre, em geral, de forma abrupta como uma “revelação”. É uma percepção real com uma interpretação delirante. A representação está revestida por uma história. O pensamento produz a ideia a respeito do estímulo real. Primeiro sintoma a aparecer. Faz parte do processo inicial do surto em que não entende a realidade a seu redor, até que tem uma revelação (teoria sobre um estímulo).
2. Alucinações auditivas características: vozes que comentam ou comandam a ação.
3. Eco do pensamento ou sonorização do pensamento: paciente escuta seus pensamentos ao pensa-los, como se fosse uma voz narrando.
4. Difusão do pensamento: sensação de que os pensamentos são ouvidos ou percebidos claramente pelos outros, no momento em que os pensa.
5. Roubo do pensamento: vivência de que o pensamento é inexplicavelmente extraído de sua mente.
6. Vivência de influência corporais ou ideativas: vivência de que forças externas agem sobre o corpo ou o pensamento.

-Sintomas de primeira ordem: ruptura entre mundo interno e mundo externo.
-A partir da década de 70, os sintomas da esquizofrenia foram divididos em dois grandes grupos: positivos ou psicóticos e negativos ou deficitários.
-O delírio ocorre quando o ego tenta se reconectar com a realidade (nos moldes de ego regredido). É melhor ter predominância de sintoma positivo.
-Na catatonia o indivíduo se isola, faz poucos movimentos físicos.
-Esquizofrenia simples pode ser confundida com depressão, diagnóstico difícil, silenciosa, não tem sintomas positivos, pensamento não tem cisão tão evidente, é crônica e confundida com esquizofrenia residual. É muito comum.

-Relação da mãe com o filho esquizofrênico é viscosa, ela se antecipa, não deixa os outros se aproximarem, protege.

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