Resumo da aula de PE (27/09)
Postado em Psicopatologia especial
-Depressão: 3
eixos – leve, moderado ou grave. Depressão grave pode ser com ou sem sintoma
psicótico (delírio e alucinação). Existe uma depressão leve, crônica, que não
se define por uma grande crise (a pessoa é daquele jeito – desvitalizado,
desanimado, pessimista): distimia. É difícil de tratar, o plano afetivo é muito
afetado, pois é difícil o convívio.
-Mania: leve,
moderada ou grave. A mania grave raramente vem sem sintoma psicótico.
-Bipolaridades:
oscilação entre mania e depressão.
Psicodinâmica
Teoria Freudiana das
psicoses
-Até 1911 as formulações freudianas sobre a psicose
esbarravam na insuficiência conceitual já que o recalque era preconizado como o
principal mecanismo formados de sintomas.
-Freud disse que todos temos uma energia de ligação,
erótica. A adesão ao ego seria a via pela qual o desenvolvimento do psiquismo
iria acontecer. Fala das fases do desenvolvimento libidinal (oral, anal e
genital), dizendo que cada uma tem suas características. Depois, Melanie Klein
subdivide essas fases.
-Para o bebê, não existe alguém externo que dá o leite.
Quando está saciado, sente que comeu algo que produziu saciedade. Ao longo do
tempo, acha que comeu “algo bom” e “algo ruim” (Melanie Klein).
-Em 1906, Freud
percebe as fases oral, anal, fálica e genital. Em 1911, ele torna essa teoria evolutiva do desenvolvimento
afetivo/libidinal, mais ampla. Fala de um estado longo do desenvolvimento onde
a criança não tem a menor possibilidade de fazer um investimento no mundo
pensando-o como externo. A libido (energia) leva um tempo para ser investida no
mundo. Narcisismo se caracteriza por uma fase onde o ego é rudimentar
(começando a se formar) e que o bebê não é nada além de um “reservatório da
libido”. Na verdade, o ID é o reservatório da libido, pois o ego não está formado.
O bebê está com o potencial de energia pronto para ser “ligado”.
-No
caso da psicose, a fixação é produzida por experiências impactantes que
aconteçam no narcisismo. Se o cuidador, a vida intervém demais (excesso ou
escassez de oferta), vai marcar a vida do sujeito. Fixação determina a
estrutura psíquica do sujeito (psicótica, neurótica e perversa).
-1914: Freud amplia “introdução ao
narcisismo” publicando “luto e melancolia”. É um artigo muito importante, onde
ele se aprofunda mais nos mecanismos que estão na base da psicose (estrutura e
sintoma), mais especificamente o que era denominado melancolia (depressão de
base narcísica com ou sem sintomas psicóticos).
-1927: Freud acrescenta na teoria do
desenvolvimento da libido uma teoria da defesa. Entende que o mecanismo de
formação do psicótico não está relacionado a repressão, por conta da
primariedade do sintoma, sintoma aderido ao real. O corolário da teoria
freudiana (artigos que mostram uma mudança de posição) acontece em 1926/1927. Clivagem do ego: ego parcialmente
desenvolvido, por isso cindido. Conceito
de recusa da realidade: assentado no conceito de clivagem do ego.
-Na esquizofrenia, há uma fixação na fase oral primária (fase mais passiva).
Fase oral foi desmembrada por dois teóricos. Ela é passiva, a criança está com
um desconforto e a mãe alimenta. A criança suga pelo reflexo de sugar (modo de
relação objetal predominante), questão de sobrevivência. Implica numa angústia
narcísica, de aniquilamento. O ego começa a existir nesse momento (Freud diz que
para que ele comece a existir, deve haver um novo ato psíquico – entrada da mãe
na vida da criança).
-Fase oral secundária: modo de relação
com o mundo é morder. Fase oral sádica, coincide com o nascimento dos dentes. Dá origem a antiga psicose maníaco-depressiva,
melancolia ou depressões psicóticas. O que dá origem a depressão, são fixações mais tardias. A estrutura é narcísica, mas
o ego está bem mais desenvolvido, em comparação a fase oral primária. A criança
enxerga a mãe fora dela, reconhece, ri, brinca, mas tem a convicção de quem
opera a mãe é ela (narcísica). Isso dura até o final do narcisismo. A criança
percebe a presença e ausência da mãe, que as vezes demora para voltar –
sentimento de ambivalência muito presente nesse momento (ama e odeia a mãe).
Sentimento de angustia e desamparo quando percebe que não existe sem a mãe.
Quando percebe que domina a mãe, fica aliviado. Quando a mãe “some”, o bebê
vive um profundo sentimento de aniquilamento, odeia a ponto de não receber a
mãe de volta. Fixação nessa fase origina a depressão, pois a criança perde a
ilusão de que ela é o centro do mundo, abandono pela mãe, mãe emocionalmente
ausente (deprimida que não consegue sustentar a ilusão do bebê – pior situação
– ausência marcada pela presença). O bebê precisa da relação especular (olho no
olho, espelho) para fazer uma reserva/provisão de autoestima, sentimento de
valor, importância, relevância, que é uma pessoa, que aguenta ficar sem a mãe,
que ela está dentro dele como um objeto bom. Quando a mãe olha entristecida
para o bebê, não há nada que ele possa fazer para mudar a condição da mãe.
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