domingo, 30 de outubro de 2016

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Resumo da aula de PE (25/10)

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-Leitura recomendada: BERGERET, J. – Personalidade normal e patológica., artes médicas – as estruturas de personalidade.

-A Organização Mundial da Saúde entendeu que deveriam mudar a classificação psicopatológica. O sujeito poderia ter uma infinidade de sintomas que deixavam difícil definir qual quadro era apresentado. Nessa revisão, passamos para uma classificação a partir de categorias de sintoma. Os sintomas foram agrupados por semelhança e a partir daí formaram eixos de classificação.
-Mimetismo: histérica altamente sugestionável, facilmente influenciadas (positiva e negativamente) e tendem a reproduzir um sintoma a partir de uma “imitação”.
-A histérica tem uma carência afetiva, necessidade de ser a melhor, preencher a falta do outro, estar junto.
-Não temos mais a descrição típica do funcionamento dinâmico histérico. A histeria está nos transtornos da ansiedade, transtornos fóbicos e transtornos dissociativos conversivos.
-Não fazemos distinção entre ansiedade e angústia. É um estado em que o psiquismo fica em estado de alerta (tonalidade negativa). Ansiedade é uma condição normal. Na saúde psíquica, ela é nosso alarme (sinal de que algo não está bem e precisa melhorar). Se torna patológica quando vira sintoma, quando está presente em qualquer circunstância que não tenha a ver com a questão da sobrevivência.
-Tem uma base de depressão.
-Nos manuais atuais, os transtornos da ansiedade são organizados em dois grandes grupos:
1. Transtornos da Ansiedade Generalizada: cujo sintoma é a ansiedade livre e flutuante constante e permanente; tudo produz ansiedade, angústia, medo, interpreta negativamente.
2. Ansiedade paroxísticas: ansiedade pontual, localizada. Picos de ansiedade. Transtorno do pânico (não tem um gatilho, objeto desencadeador) e fobia (tem um gatilho externo a uma situação). Crises de Pânico cujo sintoma é a manifestação da ansiedade de forma intensa e abrupta que ocorrem de forma repetitiva podem configurar o Transtorno de Pânico.

Transtornos da ansiedade generalizada
Critérios diagnósticos segundo o DSM-IV
1.     Ansiedade e preocupação excessivas, na maioria dos dias, por um período mínimo de 6 meses em diferentes atividades e eventos da vida.
2.   Dificuldade em controlar a preocupação e ansiedade que por sua vez relacionam-se aos seguintes sintomas:
  Inquietação ou sensação de “estar com os nervos à flor da pele”
  Cansaço fácil, fadigabilidade
  Dificuldade em concentrar-se, sentir um “branco na mente”
  Irritabilidade, “pavio curto”
  Tensão muscular, dificuldade em relaxar
  Alterações do sono: dificuldade me pegar no sono e/ou mantê-lo.
 3. O foco da ansiedade e/ou preocupação não é decorrente de outro transtorno mental (como medo de ter crises de pânico, ser contaminado -no caso do TOC-, ganhar peso – no caso da anorexia -etc).
4. Ansiedade, preocupação ou sintomas físicos causam sofrimento significativo ou prejuízo no funcionamento social.
-O foco da ansiedade não pode ser outra patologia, exemplo TOC ou anorexia. Não é decorrente de outro transtorno mental.

-Crise de pânico é episódica. O transtorno de pânico se define pela frequência das crises.
-Hiperatividade autonômica: sistema nervoso central e nosso aparato vegetativo.

Ataques de pânico e transtorno de pânico
Critérios Diagnósticos para crises de pânico segundo DSM-IV
Ataque ou crise de pânico
Período de intenso desconforto ou de sensação de medo com pelo menos quatro dos seguintes critérios:        
1. Palpitações ou taquicardia
2. Sudorese
3. Tremores
4. Sensações de falta de ar ou sufocamento
5. Sensações de asfixia
6. Dor ou desconforto torácico
7. Náusea ou desconforto abdominal
8. Sensação de tontura, instabilidade, vertigem ou desmaio
9. Desrealização (sensações de irrealidade, de que o ambiente familiar está estranho) ou despersonalização (estar distante de si mesmo)
10. Medo de perder o controle ou enlouquecer
11. Medo de morrer
12. Parestesias (anestesia ou sensação de formigamento)
13. Calafrios ou ondas de calor
-A porta de entrada do panicado é o pronto-socorro. A pessoa acha que vai morrer.
-Sintomas gastrointestinais também são comuns no pânico.
-A manifestação da ansiedade nem sempre vem de forma clara, pois vem como sintomas físicos.

Transtorno ou síndrome de pânico
  1. Ataques de pânico de forma repetitiva e inesperada
  2. Pelo menos um dos ataques foi seguido por período mínimo de um mês com os seguintes critérios:
  Preocupação persistente de ter novos ataques
  Preocupação sobre implicações ou consequências dos ataques como perder o controle, enlouquecer ou ter um infarto
  Alterações do comportamento relacionadas aos ataques
  Presença ou não de agorafobia associada.

-O psiquismo busca explicações para os ataques de pânico. Pessoa fica preocupada se está presente onde não há lugares fáceis de escape (agorafobia). Pessoa começa a restringir a vida.

Critérios Diagnósticos para Transtorno de Pânico (ansiedade episódica paroxística) segundo critérios do CID-10
  1. O indivíduo é acometido por ataques de pânico recorrentes que não são consistentemente associados à situação específica ou a objeto e que frequentemente ocorrem de forma espontânea (ou seja, os episódios são imprevisíveis). Os ataques não são associados a exercícios ou à exposição a situações perigosas.
  2. Um ataque de pânico é caracterizado pelos seguintes critérios:
  É um episódio delimitado de intenso medo ou desconforto;
  Começa de forma abrupta;
  Alcança picos em poucos minutos e dura apenas alguns minutos;
  Pelo menos quatro dos sintomas abaixo devem estar presentes, um dos quais deve estar entre os itens (a) a (d):

Sintomas de ativação autonômica
  Palpitações, “batedeira” ou frequência cardíaca aumentada;
  Sudorese;
  Tremores;
  Boca seca (não devida a medicamentos ou desidratação)
Sintomas que envolvem o tórax e abdome
  Dificuldade respiratória
  Sensação de sufocamento
  Dor ou desconforto no peito
  Náusea ou mal-estar abdominal
Sintomas que envolvem o estado mental
  Sensação de tontura ou desfalecimento
  Desrealização ou despersonalização
  Medo de perder o controle, ficar louco, desmaiar;
  Medo de morrer.
Sintomas Gerais
  Calafrios ou ondas de calor
  Parestesias (dormência ou formigamento)
            Cláusulas de exclusão mais comuns. Os ataques de pânico não são resultantes de doença física, transtorno mental orgânico ou outros transtornos mentais, como esquizofrenia e transtornos relacionados, transtornos afetivos ou somatoformes.

Transtorno de pânico com agorafobia
Critérios diagnósticos para agorafobia: DSM-IV
  1. Ansiedade acerca de estar em locais ou em situações onde possa ser difícil (embaraçoso) escapar ou onde o auxílio pode não estar disponível, na eventualidade de ter um ataque de pânico inesperado ou predisposto pela situação, ou sintomas tipo pânico. Os temores agorafóbicos tipicamente envolvem agrupamentos característicos de situações que incluem: estar fora de casa desacompanhado, estar em meio a uma multidão ou permanecer em uma fila, estar em uma ponte, viajar de trem, carro ou automóvel. Nota: considerar o diagnóstico de fobia específica, se a esquiva limita-se apenas a uma ou algumas situações específicas, ou de fobia social, se a esquiva limita-se a situações sociais.
  2. As situações são evitadas (por ex. viagens são restringidas) ou suportadas com acentuado sofrimento ou com ansiedade acerca de ter um ataque de pânico ou sintomas do tipo pânico, ou exigem companhia.
  3. A ansiedade ou esquiva agorafóbica não é melhor explicada por outro transtorno mental, como fobia social (p.ex. a esquiva limita-se a situações sociais pelo medo do embaraço), fobia específica (p. ex. , a esquiva limita-se a única situação, como elevadores), transtorno obsessivo-compulsivo (p.ex., a esquiva à sujeira, em alguém com obsessão de contaminação), transtorno do estresse pós-traumático (p. ex. esquiva associada a um estressor grave) ou transtorno de ansiedade de separação (p.ex. esquiva a afastar-se do lar ou de parentes).

Fobia social
Fobia é o medo persistente e irracional de objetos específicos, atividade ou situação que não são considerados perigosos. O portador reconhece que seu medo é excessivo e irracional. Sua característica fundamental é a esquiva fóbica, ou seja, o indivíduo procura evitar o contato com os estímulos geradores de ansiedade e, se isso não for possível, apresenta importantes manifestações de ansiedade que podem tomar a forma de crise de pânico.
            Enquanto a ansiedade social normal pode permitir ao indivíduo focalizar a atenção e evitar comportamentos inadequados, os sintomas da fobia social, por definição, interferem negativamente no desempenho ou causam sofrimento significativo. (Schneier, 2005).

Dois grandes eixos de classificação:
-Fobias sociais: gama grande de situações. Não come em público, não vai banheiro público, não assina em público.
  Medo exagerado e persistente de avaliação negativa feita por outras pessoas quando o indivíduo se encontra em situações sociais ou de desempenho. A exposição a essas situações ou mesmo a sua simples antecipação geram sintomas físicos de ansiedade que podem se intensificar e gerar uma crise de pânico.
  Sintomas autonômicos como rubor, sudorese, tremores e taquicardia podem estar presentes.
  Presença de ansiedade antecipatória e comportamento evitativo.
-Afiançamento: o fóbico pede para outras pessoas irem com eles a determinados lugares que lhe parecem aflitivos.

-Transtorno de stress pós-traumático: desenvolvido a partir de uma situação traumática real, específica.

Fobia social
  Situações comuns: participar de festas ou reuniões, ser apresentado a alguém, iniciar ou manter conversas, falar com pessoas em posição de autoridade, receber visitas em casa, ser observado durante alguma atividade (comer, beber, falar, escrever, votar, usar o telefone), utilizar banheiros públicos, ser alvo de brincadeiras ou piadas, outros temores são o de poder vir a vomitar, tremer, suar ou enrubescer na frente dos outros.
  A evolução é crônica e sem períodos de remissão, o que resulta em incapacitação cumulativa importante. O início precoce compromete a aquisição normal de habilidades sócio educacionais em um período crítico da adolescência.
-O que caracteriza a fobia é a permanência de sintomas.
-Fobia começa na infância.
-Terapia cognitivo-comportamental funciona bem para fobias.

Fobias específicas
-Correspondem a fobias isoladas, restritas a situações ou objetos específicos, como certos animais ou insetos, altura, trovão, escuridão, andar de avião, espaços fechados, certos alimentos, tratamento dentário, visão de sangue e ferimentos, etc.
-Crise de ansiedade na fobia é muito intensa.

Transtorno obsessivo compulsivo - TOC
-A característica principal do TOC é a recorrência de pensamentos obsessivos e atos compulsivos.
-Pensamentos Obsessivos são ideias, imagens ou impulsos reconhecidos como do próprio indivíduo que invadem a consciência de forma repetida e estereotipada, causando mal-estar, levando a pessoa a procurar afastá-los, porém sem sucesso.
           
-Compulsões são comportamentos estereotipados, repetidos, que não levam à conclusão de nenhuma tarefa. Têm a função de prevenir que algum evento desagradável, pouco provável aconteça. O paciente reconhece o absurdo de sua atuação, procura resistir, mas não consegue controlar.
Compulsões mais frequentes:
-Limpeza ou desinfecção; Verificação; Contar ou repetir um número mágico de vezes, por ex. 33 por ser a idade de Cristo; Tocar determinados objetos um certo número de vezes ou seguindo uma sequência determinada; Ordenar, organizar seguindo regras próprias; Colecionismo, acúmulo de objetos.
Sintomas que devem estar presentes:
-Esquiva; Lentificação; Rituais cognitivos: a pessoa procura corrigir as obsessões com a imaginação; Antecipações de catástrofes: obsessão de dúvida acompanhado da imagem de catástrofe. Ex: dúvida sobre o desligamento do gás e imagem da casa explodindo.

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