segunda-feira, 7 de novembro de 2016

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Resumo da aula de PC (03/11)

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3. Hermenêutica como discurso narrativo
-Discutimos até aqui como conhecimento é indissociável da existência e como ambos vão se organizando no indivíduo num processo hermenêutico de construção de significados.

-Duas hipóteses surgem a este propósito:
A) para primeiros construtivistas (Piaget, 1985), esta hermenêutica estabelece-se através de uma lógica abstrata universal (lógica que não é objetiva e pré-existente, universal às pessoas), originando sistema formalizado de pensamento com invariantes fundamentais essenciais (lógicas universais). Como se fossem blocos já estabelecidos, que cada pessoa possui, inatos no sentido de lógica universal (e não biológico). Todas as pessoas nascem com uma lógica abstrata universal (essencialismo), todos são dotados de uma lógica abstrata (não baseada no externo, é abstrata, baseada no interno) que varia de pessoa para pessoa. O significado criado se liga a um discurso narrativo, assim eles são descobertos.
            -Domínio da primazia ontológica (estuda ser/existência) abstrato e no campo epistemológico da lógica proposicional (os elementos que temos são juntados de formas diferentes).
            -A lógica assume um papel organizador fundamental: formalização matemática do pensamento que se revelasse legitimadora das suas tentativas de aproximação de ciências hard.
            -Surge assim um tema dominante para a primeira revolução cognitiva: metáfora computacional. Comparação de cérebro com o computador, onde as informações chegam, se reestruturam e volta.
-Mas essa hermenêutica parece falhar quando aplicada a forma como seres humanos vão construindo significações para sua própria vida.
-Por vezes o sujeito se comporta de modo contrário àquilo que a lógica ditaria.
-Não abrange a ideia de que o indivíduo poderia operar de modo irracional (é onde a teoria se racha).

B) outra hipótese é que uma multiplicidade de significados só é possível graças ao poder criativo e múltiplo da linguagem/discurso humano. São formas diferentes de explorar a mesma experiencia. Descaracteriza toda a biologia. A hermenêutica interpreta e o discurso é infinito na forma de narrar.
-A linguagem é complexa e como construtora de significado.
            -De modo progressivo, a linguagem e o discurso constituem meios e fins do processo de significação / conhecimento humano por si e não são reveladores da realidade essencial preexistente.
            -O significado se dá na linguagem, no discurso, como experienciamos aquilo. Como contar uma experiência se não tem um discurso dela na cabeça?
            -Linguagem surge como fenômeno psicológico de primeira ordem. A linguagem constitui processos terapêuticos. A mente funciona como o discurso opera sobre ela.
            -Elemento verdadeiramente fundacional da experiência e não como papel “extra adicional”. A linguagem forma os significados, não apenas contribui.
            -Narrativas não podem ser estas como originando-se, fechando-se, proposta individual, em sistema de exclusividade auto poético.
            -Não nasce em si só, precisa do processo interpessoal de construção discursiva, logo, inseparáveis do contexto cultural onde ocorrem.
            -Na construção com o outro, a linguagem se firma.

            -Significados só fazem sentido em determinado espaço/tempo.

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