segunda-feira, 21 de novembro de 2016

0

Resumo da aula de PE (08/11)

Postado em
-Síndrome do cólon irritado: crônico, tem diarreia, perde vitaminas, não tem base orgânica, a alteração pode produzir mudanças no órgão.
-Os indivíduos devem ter passado por pelo menos três filtros obrigatórios:
  1. Busca pelo auxílio médico mediante a presença do sintoma;
  2. Reconhecimento como quadro de natureza psíquica pelo médico;
  3. Encaminhamento para serviço de saúde mental.
Subtipos segundo classificação do CID-10:
      Transtornos da Somatização (F45.0)
      Transtorno Hipocondríaco (CID 10) ou Hipocondria (DSM-IV)
      Transtorno Dismórfico Corporal (DSM-IV) ou Dismoforfobia (CID-10)
      Transtorno Somatoforme Doloroso persistente (CID-10) ou Transtorno Doloroso (DSM-IV)
      Transtorno Neurovegetativo Somatoforme (CID-10)
      Transtorno Somatoforme Indiferenciado, outros Transtornos Somatoformes (CID-10) e Transtorno Somatoforme sem outra especificação.
      Síndromes Funcionais
-Os sintomas decorrem de conversões histéricas/estruturas histéricas de personalidade. A pessoa passa por questões de stress crônico, o que produz uma energia que não é metabolizada pelo psiquismo por falta de tempo. O excedente dessa energia é convertido/dirigido para um órgão ou enervação somática. Tem uma base depressiva, em geral se trata com psicoterapia e antidepressivo. O manejo clínico é difícil, pois a pessoa acredita que a base é orgânica e tem dificuldade de simbolizar.

                                       Transtornos da Somatização (CID-10, F45.0)
  1. História de um ou mais anos de queixas físicas múltiplas e ausência de doenças físicas que justifiquem os sintomas ou o grau de prejuízo a eles associados.
  2. Angústia com os sintomas leva a uso repetido de serviços de saúde formais ou alternativos;
  3. “B” se mantém mesmo com o reasseguramento médico;
  4. Seis ou mais sintomas em dois ou mais grupos diferentes (gastrintestinais, cardiovasculares, geniturinários, cutaneodolorosos).
  5. Os sintomas não são explicados por outro transtorno mental.

Transtorno Hipocondríaco (F45.2)
  1. Crença por seis meses ou mais na presença de até duas doenças físicas sérias. A vivência é de um corpo que não se sustenta.
  2. Preocupação com “A” causam angústia ou interferência na vida diária e levam a busca por ajuda de serviços de saúde formais ou alternativos.
  3. Recusa ou relutância em aceitar o reasseguramento médico.
  4. Os sintomas não são explicados por outro transtorno mental.
      Dismorfofobia (corporal) (não-delirante);
      Hipocondria;
      Neurose hipocondríaca;
      Nosofobia.

Transtorno Doloroso SF persistente (F45.4)
  1. Dor persistente, grave e angustiante por, pelo menos seis meses e continuamente na maioria dos dias, sem explicação adequada pela evidência de processo fisiológico ou distúrbio físico e que é o principal foco de atenção do paciente,
  2. Os sintomas não são explicados por outro transtorno mental.
  3. Incluí: Cefaleia psicogênica, dor psicogênicas da coluna vertebral

Transtorno Neurovegetativo Somatoforme (CID-10)
  1. Aerofagia, colón irritável, diarreia crônica, dispepsia, disúria, flatulência, hiperventilação, piloropasmo, polaciúria, soluço, tosse, neurose gástrica.
  2. Em geral, os quadros são polisintomáticos e vêm acompanhados por sintomas neurovegetativos ou queixas difusas.
  3. Não pode haver queixas de lesão orgânica e não é exigida, embora comum, a relação com fatores psicossociais.

Transtorno Somatoforme Indiferenciado, outros Transtornos Somatoformes (CID-10) e Transtorno Somatoforme sem outra especificação.
-Essas três categorias representam “resíduos” não alcançados pelos diagnósticos anteriores.
                                    Transtornos Somatoformes Indiferenciados
            Apresentação somatoforme polissintomática e causadora de sofrimento e busca de auxílio médico, porém sem preencher os critérios para transtorno de somatização ou para outros transtornos somatoformes. Forma mais branda de Transtorno da Somatização, porém sem a mesma consistência conceitual que justifique empiricamente os critérios que a definem. Disfagia psicogênica, incluindo "bolo histérico“, dismenorréia psicogênica, prurido psicogênico, ranger de dentes,torcicolo psicogênico.
                                   
Transtorno Somatoforme sem outra especificação
. Fibromialgia
      Dor generalizada nos quatro quadrantes do corpo pelo mínimo de três meses.
. Sindrome do Collon Irritável
      Doze semanas, consecutivas ou não, nos 12 meses anteriores, de desconforto ou dor abdominal com pelo menos duas das seguintes características:
Melhora com a evacuação; e/ou início associado com mudança de hábito intestinal; e/ou início associado com mudança na consistência das fezes.

Transtornos dissociativos (ou conversivos)
-Funcionam individualmente; relacionado às formações reativas para ter civilidade.      
      Fenômenos Dissociativos
            As características em comum compartilhadas pelos transtornos dissociativos (ou conversivos) (TDCs) são a perda parcial ou completa da integração normal entre memória, consciência da própria identidade, sensações e controle dos movimentos corporais (WHO, s/d).
            O termo foi popularizado por Pierre Janet por volta de 1880, para designar “desagregações psicológicas”: perda da unidade de funcionamento da personalidade humana, com o desprendimento de uma parcela autônoma que originaria diversos automatismos motores ou sensoriais fora do controle consciente (Janet, 1889).
Conceito (DSM-IV)
            A mente é composta por um sistema com vários módulos em constante interação, originando a unidade da consciência. Em situações normais, há integração entre esses módulos, mas na dissociação esses sistemas cognitivos começam a perder sua conexão e podem funcionar de modo autônomo.
     (DSM-IV): “uma ruptura nas funções habitualmente integradas da consciência, memória, identidade ou percepção do ambiente” (APA, 1994).
            Conceito Cardeña (1994):
      Dissociação como módulos mentais semi-independentes: coexistência de sistemas mentais separados que deveriam ser integrados na consciência, na memória ou na identidade do indivíduo: transtornos de personalidade múltipla, estados de transe e flashbacks de memórias traumáticas.
      Dissociação como perda da conexão entre o indivíduo e o ambiente ou o “eu”: desrealização e despersonalização.
      Dissociação como mecanismo de defesa inconsciente: amnésia dissociativa, la belle indiference e fuga dissociativa.

Características clínicas
            Origem Psicogênica apresentando estreita relação temporal com eventos traumáticos, problemas insolúveis ou intoleráveis ou relações pessoais deterioradas de forma grave. O termo “conversão” relaciona-se ao princípio de que problemas psíquicos não solucionáveis foram “convertidos” em sintomas físicos. Tais pacientes costumas apresentar a marcante negação de problemas e dificuldades pessoais que são evidentes para os outros. (WHO, s/d; Hurwitz, 2004).
      CID-10: o início e o término dos estados dissociativos são comumente súbitos, tendem a remitir em horas, dias ou em poucas semanas, particularmente se o início se associou a situações traumáticas.

Subtipos:
  1. Amnésia dissociativa (F44.0): esquecimento de algum momento da vida; pode ser temporário; pode estar relacionado a identidade.
  2. Fuga Dissociativa (F44.1): pessoa muda de identidade e esquece da anterior; tende a ser transitório (volta a lembrar).
  3. Estupor Dissociativo (F44.2): pessoa fica robotizada; desafetiviza; fica em uma realidade paralela; está ali, mas não está.
  4. Transtornos de Transe e Possessão (F44.3): possessões histéricas; pessoa encarna uma entidade X.
  5. Transtornos Dissociativos do Movimento e Sensação (F44.4 a 44.7): ronquidão histérica, cegueira histérica, crises que parecem convulsões, paralisias.
  6. Síndrome de Ganser (F44.80): amnésia para cálculos aritméticos.
  7. Transtorno de Personalidade Múltipla (F44.81):
  8. Síndrome de Despersonalização-Desrealização (F48.1): vivência temporária que está em um filme; o que está acontecendo não é real; ela não está no corpo.

Transtornos Mentais relacionados ao álcool e substâncias psicoativas
-Historicamente o uso de substâncias psicoativas esteve ligado à finalidades curativas, religiosas, culturais e de lazer. Os primeiros registros datam referem-se ao uso da fibra da maconha em tecidos na China, há cerca de 6.000 anos e, há cerca de 4.000 anos o uso do ópio e álcool entre os egípcios.
-Um dos marcos importantes da história contemporânea das substâncias psicoativas é a caracterização da dependência química como uma doença multicausal de evolução crônica caracterizada por recaídas frequentes.
-O que define o adicto não é a quantidade, mas sim o tipo de relação que se estabelece.
-Os quadros de intoxicação, abuso e dependência de álcool e outras substâncias psicoativas, caracterizam-se por uma forma particular de relação entre os seres humanos e as substâncias químicas que apresentam ação definida sobre o sistema nervoso central (SNC) e, consequentemente, sobre o psiquismo (Meyer, 1996; Camí; Farré, 2003).
-Substância Psicoativa é qualquer substância química que, quando ingerida, modifica uma ou várias funções do SNC, produzindo efeitos psíquicos e comportamentais. São consideradas substâncias psicoativas: álcool, maconha, cocaína, café, chá, diazepan, nicotina, heroína, etc.
Neurobiologia
-As sensações de prazer ou excitação produzidas por estas substâncias estão vinculadas às chamadas áreas de recompensa do cérebro responsáveis por atribuir prazer a um determinado comportamento.
-Toda vez que um estímulo recompensador é apresentado ao indivíduo – alimentos, sexo, drogas, água, convívio social – há liberação de dopamina nas regiões –alvo (córtex pré-frontal e núcleo acumbente).
-Os estímulos artificiais oferecidos pelas substâncias aditivas sobre o sistema de recompensa leva a uma produção de dopamina de duas a dez vezes maior que qualquer outro estímulo recompensador natural, o que propicia o estabelecimento da adição.

-O mecanismo de prazer gerado pela droga é muito rápido e absorvido pelo sistema límbico. A dificuldade de sair disso é de que não há nada que combata isso.

Fenômenos neurobiológicos que integram a adicção ou dependência:
      Intoxicação: síndrome reversível específica – alterações comportamentais ou mentais, como prejuízo do nível de consciência e outras alterações cognitivas, beligerância (pessoa briguenta, irritada), agressividade e/ou humor instável – causada por substância psicoativa.
      Abuso: uso recorrente ou contínuo de uma substância psicoativa, lesivo ou mal adaptativo levando a prejuízos ou sofrimento clinicamente significativos. Os prejuízos refletem na vida familiar do sujeito, fracasso escolar, brigas, etc... Envolvimento recorrente em situações nas quais há perigo para a integridade física do sujeito: dirigir veículos, atividade sexual com desconhecidos, operar máquinas, etc.
      Uso nocivo: mais restrito do que o abuso, refere-se a um padrão de uso que causa danos à saúde física (esofagite ou hepatite alcoólica, bronquite por tabagismo) ou mental (depressão) (OMS, 1993).

0 comentários: