(RESUMÃO) Ética profissional – NP1
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Ética profissional –
NP1
Ética X Moral
-Freud: o mal-estar
da civilização – o homem deixa de ser “bicho” e passa a conviver em ‘civis’
(cidade). Para Freud, para que as pessoas pudessem passar pelo processo
civilizatório, era necessário abrir mão de instintos primeiros.
-Preservação da espécie: eros / pulsão de vivo / instinto de
vida.
-Tudo que é vivo, morre: pulsão de morte.
-Tudo o que é favorável para a preservação da espécie e
para nossa própria, tem a tendência de ser repetido: costumes (moros – moral).
-Segundo Freud, a energia foi canalizada/sublimada para a
produção de cultura (cultivar, incentivar, fazer com que aconteça mais). O
primeiro ato de sublimação foi com a linguagem para deslocar sentimentos e
sentidos para outro lugar.
-Se tenho pulsão, tenho o movimento. Se tenho a palavra,
tenho o desejo.
-Moral:
procedimentos e costumes que a civilização adquiriu e em que nascemos, com os
quais conseguimos evitar coisas ruins e fazer coisas boas que preservem as
relações. Deve se adequar às condições de subsistência em que o indivíduo vive
(os costumes e a moral são adaptados para que a humanidade sobreviva; os
valores são construídos a partir disso). Criam condições que garantam a
resistência dentro do contexto, não é rígida, é flexível. Existem várias
morais. Cria regras (régua, criar medidas, dimensões, regular).
-O que permeia a relação do indivíduo com o coletivo é a
moral. A ciência que estuda essa relação é a ética (ethos – comportamento).
Ética estuda comportamentos morais.
-Somos o que somos por conta de uma moral.
-Moral é uma regulamentação do convívio entre pessoas. É moral normativa, pois estabelece normas (tem algum tipo de coerção
social, que pode ou não virar lei).
-Moral factual:
fato/ato moral, ou seja, o comportamento realizado. Só acontece em ato, tem uma
concretude. Pode ser uma palavra dita (são atos, pois curam e machucam).
-Desejo: palavra que catalisa a pulsão e dá vasão. Pulsão:
energia a ser canalizada em direção a algo.
-O desejo, por si só, já é uma repressão do que queremos
fazer.
-A moral só é possível em uma condição civilizatória.
-Superego (moral) tenta fazer uma cisão entre o desejo e o
ego.
-A moral factual
envolve um fato, um ato moral. Um ato moral é caracterizado por ter um fim/uma
finalidade, portanto é teleológico. Para chegar a um fim, temos meios.
-Para avaliar um ato moral (julgamento moral de um ato),
deve considerar condições de liberdade (escolha - se for coagido, não pode
responder por isso), racionalidade e conhecimento (se desconhece a regra, não
pode responder por isso).
-Não somos livres (libertarismo),
somos determinados (determinismo).
-A moral normativa
muda em uma sociedade, se adequa à possibilidade de sobrevivência de cada
contexto. Cada agrupamento social tem um tipo de moral distinta, que mesmo
dentro de um grupo, com o tempo, muda. Os atos morais revitalizam a moral
normativa.
-A necessidade é o oposto da liberdade. Não sou livre, pois
tenho necessidade (temos limites).
-Ato social:
possibilidade de se fazer algo (liberdade X necessidade). Se tem só liberdade,
também não consegue sobreviver. A liberdade plena não há em ato. A completa
coerção também não há em ato.
-A Psicologia no Brasil começou veiculada ao pensamento
médico (higienismo).
-Higéia (deusa grega) – saúde à higiene, sanitarista.
-Diferente pensar saúde mental de outras saúdes, parâmetros
diferentes.
-A visão sanitarista mudou a configuração das casas para evitar
doenças, depois mudou a água. Vai mudando comportamentos e subjetividades. E em
saúde mental?
-Algumas hipóteses: hereditariedade (eugenia) e degenerescência
(marginalidades sociais).
-Teorias causais, etiologia (origem das doenças), nosologia
(estudo da doença).
-Hipóteses etiológicas das causas das doenças mentais:
hereditariedade, degenerescência. Na primeira cai-se na eugenia (apuração das
raças), tinham ideias de que a doença era ligada a raça, causando mortes.
-Junta todos que tem sintomas semelhantes em um lugar
escondido, em asilos (alienistas). Fundamentou a abertura dos hospitais psiquiátricos.
Não sabem o que fazer com essas pessoas, então isola e esconde. Observam tudo
isso no indivíduo e esquecem do contexto social.
-Fechamento dos hospitais psiquiátricos, porque antes o
conceito não era de saúde, e sim de limpeza. O fato é que não damos conta da diversidade
humana, não sabemos o que fazer. Em ética, qual tipo de ação tomar? No código
de ética, temos diretrizes, não condutas determinantes, porque são construídas.
Qual a finalidade da ação? Por isso é importante questionar criticamente.
-Como vertente higienista fundou a Psicologia: questões de
saúde. E como está hoje?
-Saúde não pode recair só no sujeito e nem só no social.
-Ética, espaço aberto e não fechado.
-Sabemos que alienar não é a melhor solução. Mas em
diversas questões não sabemos bem o que fazer.
-O discurso psicológico chegou à saúde de modo higienista.
Serviu para classificar as pessoas, diagnosticar e dar conta do contexto da
época.
-Revolução industrial tinha máquinas simples, as pessoas
precisavam ler o que estava escrito nelas. Entretanto, a maior parte das
pessoas era analfabeta. Era necessária mão de obra (gente minimamente
qualificada para trabalhar nas indústrias). Quem frequentava as escolas era a
classe média alta e os religiosos. As escolas eram de alto nível, mas para
alguns. Para combater o analfabetismo, preciso de uma capacitação mínima.
Pessoas de camadas populares colocadas em escolas, ocorre inadaptação pelo
contexto diferente (indisciplina e dificuldade de aprendizagem). Se a pessoa
não aprende, o problema é com elas, não com a escola (têm um rebaixamento
intelectual). Para provar isso, utilizaram os instrumentos da Psicologia
(testes psicológicos), que continham conteúdos que não faziam parte da
realidade dessas pessoas (discurso higienista). Cria-se o ensino técnico, pelas
empresas, para treinar, ao invés de educar (executar ao invés de
pensar). O desafio pedagógico é treinar e alfabetizar as pessoas, para ter
pessoas minimamente capacitadas para trabalhar nas indústrias.
-Psicologia
industrial: microorganizacional:
sujeito. Pessoa certa, no lugar certo, no ponto de vista das funções. Pensou-se
que era mais viável dividir o trabalho (linha de produção), do que encontrar
alguém que fosse capacitado a fazer tudo. Ensino técnico ensina apenas uma
função. A pessoa não se relaciona apenas com as máquinas, mas com o outro.
-Psicologia
organizacional: mesoorganizacional:
relacionamento humano. Pessoa certa, no lugar certo, no ponto de vista das
relações. As pessoas não podem ter divergências muito grandes, pois o trabalho
não será bem feito. Aparecimento do “imaginário” no discurso. Macroorganizacional.
Código de ética do
psicólogo – os pressupostos que o sustentam
-Psicologia como ciência e profissão reconhecida em 1962.
-O código de ética não é normativo por excelência. Traz
diretrizes (direção), no sentido da saúde (autonomia, cidadania, homem). Tem
uma ideia de sociedade, educação, que sustentam as diretrizes.
-Práticas psicológicas não devem tentar enquadrar as
pessoas dentro de um universo socialmente/moralmente determinado.
-Ser livre é saber que posso fazer qualquer coisa e que
terá consequências com as quais terei que lidar (liberdade com
responsabilidade).
-A ideia de cura veio de Freud, para eliminar a
dificuldade.
-O objetivo da Psicologia é dar autonomia às pessoas
(sabendo que tudo tem um preço, mostrando quem são, onde estão e promovendo que
a pessoa descubra). A educação tem um poder de adequação, a Psicologia não.
-A liberdade só é possível quando se tem discernimento.
-O psicólogo deve ser um promotor de autonomia ao ponto de
não ser mais necessário.
-Inclusão/exclusão, controle e afeição.
-Bem-estar: se sentir bem, se entender.
-Diretrizes: saúde (autonomia, cidadania e bem-estar),
sociedade (abrangência social) e homem (homem agente da sua mudança e de
mudança social).
-Abrangência social: psicologia e medicina não acessíveis a
todos (elitizadas).
-Homem: pessoa, tendo condições, consegue mudar a si
próprio e o meio em que vive. Muda sua realidade e a realidade do seu meio.
-Direito é ato, e não o que está escrito.
-O código de ética pressupõe que as práticas psicológicas
devem estar dentro do que se aprende no curso de Psicologia.
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