Resumo da aula de PF (16/05)
Postado em Psicologia Fenomenológica
-Disposição: abertura, quanto estou para mim mesmo e para o mundo.
-Os tons afetivos nos
abrem para o mundo.
-Quando sentimos algo,
reagimos de alguma maneira.
-Emoção é uma
vinculação corporal forte. Só pensamos na emoção após o corpo falar.
-Precisamos dos tons
afetivos para afinar as situações da vida.
-“São as tonalidades
afetivas situações-limite que abrem mundo, horizontes, de modo...”
-É na angústia que o
homem toma consciência de sua liberdade (somos livres para tomar decisões).
-Quando a angústia vem,
a condição de poder de decisão se configura. Ela serve para nós falar algo
sobre nós e que somos livres para decidir.
-Ôntico: localizado, objetivo, como nos localizamos, como nos
situamos nessa condição. Ontologia: ciência
que estuda o ser. Ontológico: nós nos angustiarmos. Ôntico: fugir, escapar
porque é difícil. O escapar pode ser uma maneira de lidar, mas pode ser fuga
para não lidar com.
-As tonalidades
afetivas: angústia, tédio profundo, êxtase, terror, horror, retenção, pudor e
admiração.
-O tédio é a raiz de
todos os males porque envolve o desânimo da gente em relação a algo. Em
excesso, pode levar a depressão. “Algo nos obriga a interromper o ritmo do
tempo cotidiano “, não quero minha rotina, meus planos impedidos. Nosso tempo
de vida era esperado de maneira diferente. A repetição torna as coisas sem
sentido.
-O temor nos leva ao
receio da perda de controle. O temor pode configurar o rompimento com o valor que
se legítima. Gera desconforto e a sensação de aniquilamento, e de perda do
controle, ameaça à própria existência. Há momentos que é negativo e há momentos
que é importante para proteção.
-Tédio: o que está
acontecendo? O homem se perde na poeira dos possíveis. Perde o interesse por si
mesmo (desânimo, preguiça).
-A modernidade nos abre
caminho ao acesso as coisas de maneira muito rápida, porém faz falta um contato
pessoalmente.
-O homem absorvido pela
era da técnica automatiza seus atos. Não tem uma relação de troca.
-O tempo se torna um
desafio no modo de ser do homem: ele não pode parar e nem diminuir a
velocidade...
-Tenho que me
distrair... Fugir do encontro comigo mesmo: trabalho em excesso ou encontrar
diferentes formas de se distrair.
-O que nos resta? A
depressão, a doença. Na doença, no tratamento o recurso, a condição para se
evitar o possível, a transformação e a mudança.
-O diagnóstico nos
ajuda a evitar a ação e exploração dos sentidos.
-Consequências do tédio
quando damos um peso diferente: fugir dele.
-Há um medo de expor a
fragilidade e afastar os outros.
-A Fenomenologia
descreve o movimento da pessoa, e não o conceito fechado.
O temor
-O temor é uma
disposição diante do mundo. O que temo? Para que temo? Como temo? Heidegger:
“tememos o que pode destruir o que supostamente somos...”.
-O foco deve ser no que
se traz como preocupação do que muitas vezes na situação trazida propriamente
dita como queixa.
-Explora enquanto
terapeutas o como ele conduz seus sentidos. Não devemos ficar fechados em
apenas um ponto, mas ver aquilo relacionado com a vida.
-As vezes é necessário
recuar (terapeuta) para poder avançar, respeitando o ritmo do paciente.
-A intervenção é boa
quando propicia ao paciente caminhar com as próprias pernas.
-O que está em jogo
diante do medo? “O olhar... O olhar do outro sobre mim...”.
-Mas também o outro
pode tirar o sofrimento em que me encontro.
A não-liberdade
-Condição originária do
fracasso, da dificuldade de enfrentamento: a condição de não-ser (impedido do
uso da liberdade).
-A partir do momento
que slmos impedidos de fazer algo, ocorre a não-liberdade.
--“Não é livre para
projetar um futuro e realizar um presente “. Sensação de impotência,
inadequação quanto ao futuro.
-O passado lhe impediu
o presente.
-O passado lhe impediu
em seus objetivos.
-Mas, temos liberdade
diante da escolha e a negamos.
-Não importa o que
fizeram com você, importa o que você faz com o que fizeram com você.
-Como diz o paciente: “não
quero assumir o fracasso”.
A angústia
-Nos coloca diante da
nossa vulnerabilidade, porque ficamos uma situação que não queríamos estar.
-O ser cotidiano busca
a fuga de sua falta de apropriação de sua existência.
-Buscamos a alienação
do que nos é próprio: a morte um dia. A vulnerabilidade, fuga é uma maneira de
lidarmos com o que não conseguimos evitar (morte).
-No poder-ser temos a
morte como certa.
-Ao escondermos temos o
encontro também com o fato: a morte existe e eu a temo.
-“A relação própria do
homem com a morte abre espaço para que ele se conquiste na sua totalidade”.
A terapia
-Inicia-se com as
tonalidades afetivas do desabrigo do paciente e do ser lançado do terapeuta. O
terapeuta também é lançado numa condição de vulnerabilidade por não saber com
quem está ligado, como vai ocorrer, tudo é indeterminado. Cabe o preparo de
estude, ficar atento as dicas do supervisor, não tentar se proteger com
determinações e diagnósticos.
A situação psicoterapêutica: análise do tempo, relação
com corpo/espaço, o papel do outro
O tempo
-“Somos devorados pelo
tempo, não por nele vivermos, mas por acreditarmos na realidade do tempo”. Ter
consciência de que ele acaba.
-“A terapia funciona?”,
“Quanto tempo leva?”.
-Quem faz pressão sobre
nós é a vida moderna.
Noção de tempo
-Nos criamos o tempo
que o tempo é. Ele nos coloca em situação de vulnerabilidade.
-O tempo é extensão e
criação da realidade humana: criamos o tempo, mas não o determinamos.
-Ao mesmo tempo em que
é noção condição, nos coloca em condição de impermanência, de impropriedade.
-O tempo representa a
construção do homem, diante da impropriedade, diante da impotência, diante do
limite, diante da morte.
-Nossa tendência: negar
o tempo, querer controlar a impermanência.
-Quando olhamos o que
perdemos, pensamos nos possíveis tempos futuros. Se negamos a perda, podemos
fazer as mesmas escolhas e seguir os mesmos caminhos.
0 comentários: