segunda-feira, 23 de maio de 2016

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Resumo da aula de PF (23/05)

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O tempo
-Qual o sentido do tempo?
-Superar a morte.
-Redimir o sofrimento.
-O grupo social da sentido à noção de tempo para garantir de alguma forma a sua existência: os grupos podem fazer uma pressão grande e dar um sentido existencial ao que chamamos de tempo.
-Toda história é carregada de lendas em valores do grupo.
-Temos pressa e queremos objetividade. Tudo é substituído por algo mais rápido, mais moderno. Quem não acompanha, é visto como estranho.
-Queremos controle do tempo.
-Olhar para a natureza é a transformar (achamos que podemos transformar tudo).
-A técnica vem como um instrumento “que mantém o homem adequado àquilo que lhe é proposto nesta época: ser aquele que diante da natureza, diante de tudo o mais que ele encontra, deve extrair dali algo que diga respeito à produção de algo. E para que se sinta bem a técnica produz e vende as informações que o tornam ciente da importância do descanso, do lazer, do aprimoramento”. A midia passa a ideia de descanso e de atividades para fazer rapidamente para ter mais tempo, qualidade de vida e projeção de futuro. Vende-se uma ideia, que se não for bem canalizada, pode ser ilusória.
-Acredita que tem auto estima, que é dono de si mesmo, e está cada vez mais jogado na impessoalidade... “ele é “todo mundo”. Ele é absorvido pela vontade autônoma da técnica. Se está conectado, é parte do grupo. Se não, está fora.
-Para que serve a técnica?
-Temos a necessidade de ter o controle das coisas. Muitas vezes usamos a tecnologia como utopia em relação a como lidar com as frustrações.
-Busca-se a precisão, exatidão, segurança, certeza. Precisamos de algo que nos impeça de errar.
-O tédio está aumentando em nossas vidas, nos sentimos isolados, solitários, por falta do contato pessoal com o outro.
-O terapeuta tem as respostas para aquilo que não funciona como deveria, ou seja: aquele que soluciona através de um diagnóstico preciso, o que causa desconforto, descontrole (sem tirar a autonomia da pessoa de perceber e lidar com as próprias questões); ele pode evitar os efeitos colaterais, ajudando a controlar o mal estar (as pessoas querem garantias do psicólogo para que aquilo não aconteça mais); aumento da busca por medicamentos (para responder às necessidades rapidamente).

Alguns pressupostos
-O presente é o momento de ação imediata. Está conectado ao que já fomos e ao que seremos.
-Não há separação entre passado e presente.
-O futuro se relaciona com o passado e presente.
-O que dá realmente movimento à temporalidade do ser é sentido da trajetória atribuída, o quanto aquilo faz sentido e é importante para nós.

-Como fica a substituição do sentido: “tempo é a morte!” por “tempo é dinheiro! “? Sei que não tenho controle, que tudo é limitado, ideia de finitude.
-Como se relaciona essa mudança de movimento à condição ser jovem e velho? Os jovens são muito mais procurados, e os mais velhos são descartados (e a experiência?).
-O que o homem atual teme então em relação ao tempo? Que aspectos de sua vida são afetados por essa aflição? Teme que não tenha tempo e afeta toda sua vida.

Solução:
-Abraçar o problema, familiarizar-se com ele, ouvir a si mesmo na dor, no desconforto (processo terapêutico).
-O que essa situação me diz a respeito de mim mesmo?
-Mais perguntas sobre o como acontece do que o que isto quer dizer. Isso para trazer à tona a situação e os sentimentos, quais as escolhas feitas em detrimento de outras.
-No encontro eis que se torna possível se aproximar de si mesmo e de sua própria história.

A clínica infantil
-Como assumir uma atitude fenomenológica em uma clínica infantil, suspendendo qualquer teoria de Psicologia? Queremos dar nome as coisas, mas temos que descobrir o sentido das coisas através do vivido.
-Como atender com crianças à máxima da análise existencial de deixar o outro livre para si mesma?
-Como é possível, no caso da criança, junto ao outro dar um passo atrás e deixar que este outro assuma a responsabilidade ou tutela pelas suas próprias escolhas? Como dar esse espaço à criança, acreditando que ela não sabe nada? Temos que aprender a construir com a criança o próprio destino dela.
-Podemos falar de responsabilidade na criança já que esta, em sua fragilidade e vulnerabilidade, não pode tutelar a si mesmo? Temos que propiciar momentos em que ela pode tutelar a si mesma, de acordo com sua idade e seu desenvolvimento.

Postura diante da queixa
-Postura natural: rotular, classificar. Traz o diagnóstico, o fenômeno desaparece e dá lugar a uma configuração já dada, o adulto assume a tutela da criança.
-Postura antinatural: não fazer generalizações e previsões a respeito da queixa. Acompanha o fenômeno em sua mobilidade estrutural (quem é a pessoa, por que agiu assim, por que isso é importante para ela, quais as emoções), devolver à criança o seu ter de ser, o seu cuidado, evitar a contaminação com o que foi previamente trazido (não ficar preso a primeira queixa, mas sim estar aberto à criança).

Nossa meta
-Resgatar, conhecer o fenômeno é sua singularidade.
-Evitar a profecia autorealizadora: a criança acreditar que não cabe a ela a responsabilidade de sua existência (tira a responsabilidade da criança de dizer quem é).
-Evitar a promoção do medo é solidão (se fizer isso, vai acontecer aquilo).
-Possibilitar à criança a sua entrega a si mesma, permanecendo o mais longo possível em sua condição, voltada para si mesma.

O que é comum acontecer?

-A presença de pressupostos: da Psicologia, do senso comum e problemas do psiquismo ou condição biológica.

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