Resumo da aula de PF (23/05)
Postado em Psicologia Fenomenológica
O tempo
-Qual o sentido do tempo?
-Superar a morte.
-Redimir o sofrimento.
-O grupo social da sentido à noção de tempo para
garantir de alguma forma a sua existência: os grupos podem fazer uma pressão
grande e dar um sentido existencial ao que chamamos de tempo.
-Toda história é carregada de lendas em valores do
grupo.
-Temos pressa e queremos objetividade. Tudo é
substituído por algo mais rápido, mais moderno. Quem não acompanha, é visto
como estranho.
-Queremos controle do tempo.
-Olhar para a natureza é a transformar (achamos que
podemos transformar tudo).
-A técnica vem como um instrumento “que mantém o homem
adequado àquilo que lhe é proposto nesta época: ser aquele que diante da
natureza, diante de tudo o mais que ele encontra, deve extrair dali algo que
diga respeito à produção de algo. E para que se sinta bem a técnica produz e
vende as informações que o tornam ciente da importância do descanso, do lazer,
do aprimoramento”. A midia passa a ideia de descanso e de atividades para fazer
rapidamente para ter mais tempo, qualidade de vida e projeção de futuro. Vende-se
uma ideia, que se não for bem canalizada, pode ser ilusória.
-Acredita que tem auto estima, que é dono de si mesmo,
e está cada vez mais jogado na impessoalidade... “ele é “todo mundo”. Ele é
absorvido pela vontade autônoma da técnica. Se está conectado, é parte do
grupo. Se não, está fora.
-Para que serve a técnica?
-Temos a necessidade de ter o controle das coisas.
Muitas vezes usamos a tecnologia como utopia em relação a como lidar com as
frustrações.
-Busca-se a precisão, exatidão, segurança, certeza.
Precisamos de algo que nos impeça de errar.
-O tédio está aumentando em nossas vidas, nos sentimos
isolados, solitários, por falta do contato pessoal com o outro.
-O terapeuta tem as respostas para aquilo que não
funciona como deveria, ou seja: aquele que soluciona através de um diagnóstico
preciso, o que causa desconforto, descontrole (sem tirar a autonomia da pessoa
de perceber e lidar com as próprias questões); ele pode evitar os efeitos
colaterais, ajudando a controlar o mal estar (as pessoas querem garantias do
psicólogo para que aquilo não aconteça mais); aumento da busca por medicamentos
(para responder às necessidades rapidamente).
Alguns
pressupostos
-O presente é o momento de ação imediata. Está
conectado ao que já fomos e ao que seremos.
-Não há separação entre passado e presente.
-O futuro se relaciona com o passado e presente.
-O que dá realmente movimento à temporalidade do ser é
sentido da trajetória atribuída, o quanto aquilo faz sentido e é importante
para nós.
-Como fica a substituição do sentido: “tempo é a
morte!” por “tempo é dinheiro! “? Sei que não tenho controle, que tudo é
limitado, ideia de finitude.
-Como se relaciona essa mudança de movimento à condição
ser jovem e velho? Os jovens são muito mais procurados, e os mais velhos são
descartados (e a experiência?).
-O que o homem atual teme então em relação ao tempo? Que
aspectos de sua vida são afetados por essa aflição? Teme que não tenha tempo e
afeta toda sua vida.
Solução:
-Abraçar o problema, familiarizar-se com ele, ouvir a
si mesmo na dor, no desconforto (processo terapêutico).
-O que essa situação me diz a respeito de mim mesmo?
-Mais perguntas sobre o como acontece do que o que
isto quer dizer. Isso para trazer à tona a situação e os sentimentos, quais as
escolhas feitas em detrimento de outras.
-No encontro eis que se torna possível se aproximar de
si mesmo e de sua própria história.
A clínica
infantil
-Como assumir uma atitude fenomenológica em uma clínica
infantil, suspendendo qualquer teoria de Psicologia? Queremos dar nome as
coisas, mas temos que descobrir o sentido das coisas através do vivido.
-Como atender com crianças à máxima da análise
existencial de deixar o outro livre para si mesma?
-Como é possível, no caso da criança, junto ao outro
dar um passo atrás e deixar que este outro assuma a responsabilidade ou tutela
pelas suas próprias escolhas? Como dar esse espaço à criança, acreditando que
ela não sabe nada? Temos que aprender a construir com a criança o próprio
destino dela.
-Podemos falar de responsabilidade na criança já que esta,
em sua fragilidade e vulnerabilidade, não pode tutelar a si mesmo? Temos que
propiciar momentos em que ela pode tutelar a si mesma, de acordo com sua idade
e seu desenvolvimento.
Postura diante
da queixa
-Postura
natural: rotular, classificar. Traz o diagnóstico, o fenômeno desaparece e
dá lugar a uma configuração já dada, o adulto assume a tutela da criança.
-Postura
antinatural: não fazer generalizações e previsões a respeito da queixa.
Acompanha o fenômeno em sua mobilidade estrutural (quem é a pessoa, por que
agiu assim, por que isso é importante para ela, quais as emoções), devolver à
criança o seu ter de ser, o seu cuidado, evitar a contaminação com o que foi
previamente trazido (não ficar preso a primeira queixa, mas sim estar aberto à
criança).
Nossa meta
-Resgatar, conhecer o fenômeno é sua singularidade.
-Evitar a profecia autorealizadora: a criança
acreditar que não cabe a ela a responsabilidade de sua existência (tira a
responsabilidade da criança de dizer quem é).
-Evitar a promoção do medo é solidão (se fizer isso,
vai acontecer aquilo).
-Possibilitar à criança a sua entrega a si mesma,
permanecendo o mais longo possível em sua condição, voltada para si mesma.
O que é comum
acontecer?
-A presença de pressupostos: da Psicologia, do senso
comum e problemas do psiquismo ou condição biológica.
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