segunda-feira, 21 de março de 2016

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Resumo da aula de Psicopatologia Geral (08/03)

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-As questões da relação humana são provocativas. Nos provocam a responder com subjetividade.
-Uma das questões presentes no filme é se deixar afetar pelo que o outro provoca em nós.
-No renascimento, a psicopatologia começa a ser desapropriada do contexto popular para ser científica.
-Pinel passa a uma abordagem mais positivista.
-A medicina, durante séculos, se debateu com a questão em busca da cura (objeto de estudo da medicina: doença). Entendiam que o sujeito tem que retomar a consciência (sujeito da consciência – máxima cartesiana), criam-se métodos e procedimentos que falham ao decorrer do tempo (até hoje). Trata-se o sintoma. Sujeito positivista: penso, logo existo.
-Alemanha, Suíça, Áustria em aproximadamente 1880 surge uma abordagem crítica ao Pinel afirmando que o sintoma é produzido pela pessoa por uma vida psíquica (sujeito não é mais do consciente, mas sim do inconsciente).
-A psicose é um desenho do psiquismo. Freud estabeleceu 3 eixos organizadores da personalidade: psicose, neurose e perversão.
-Para entender o que é psicopatologia, temos que ver a abordagem que procura defini-la (para a medicina, é o adoecimento do psiquismo, o que se desvia do que é socialmente estabelecido).
-A abordagem positivista vê a doença: sujeito desviado da normalidade.
-A abordagem humanista não vê apenas o sintoma, pois este é apenas um recorte.
-A psiquiatria investiga o sintoma.
-O filme traz uma mudança de paradigma ao mostrar pessoas que deliram e talvez nunca deixem de delirar, mas isso não impede que se relacionem e tenham uma vida.
-O sintoma psicopatológico é uma defesa do ego.
-O que é psicopatologia? Depende do paradigma. Temos aproximadamente 14 abordagens atualmente, que partem dos dois eixos de pensamento (positivismo - sintoma, e humanismo – subjetividade, dinâmica grupal, laços familiares).
-A organização mundial da Saúde viu a necessidade de eleger um idioma universal para comunicações em psicopatologia (CID10 – enciclopédia de todas as doenças, muito utilizado clinicamente e DSM5 – muito utilizado para comunicação científica).
-A psicopatologia sofreu preconceitos sendo acusada de enquadrar, rotular. Todos os campos de conhecimento da psicopatologia contribuem para que entendemos a dor do outro.
-Psicopatologia médica: psicopatologia descritiva e geral.
-Psicopatologia descritiva (psicopatologia geral): preocupação de descrever objetivamente todos os sintomas. Precisa de uma metodologia para definir o sintoma (criada a partir de uma divisão hipotética em funções psíquicas). “Dissecou” as funções psíquicas através da observação do comportamento humano e descreveram o que era necessário num funcionamento normal/ideal para as funções estarem em ativa e o que foi desviado.
1- Integração: consciência e atenção.
2- Sensopercepção: tudo que se relaciona aos órgãos do sentido.
3- Funções cognitivas: pensamento, orientação, memória.
4- Funções afetivo-conativas: afetividade, conação.
5- Psicomotricidade.
-A Psicopatologia descritiva vai observar a partir da forma (rígida, estável) e do conteúdo (mutável). Exemplo: febre (forma é a descrição e conteúdo varia de pessoa para pessoa, a temperatura afeta a pessoa de formas diferentes).

Consciência
-Existe uma quantidade de potencial neurológico de acordo com a necessidade do sistema nervoso, o que garante a vigília (capacidade de se manter acordado). Esse aspecto quantitativo varia do coma a hipervigília.
-A consciência é o palco onde irão ocorrer todas as outras funções psíquicas (é integradora, possibilita que as outras funções psíquicas aconteçam). A consciência não existe sem a atenção (qualquer alteração em uma, altera a outra).
1-    Aspecto quantitativo (neurológico).
1a- Hipervigilância (estado de excitação da consciência – pode ter alteração motora, adormecimento)
1b- Hipovigilância (estado de rebaixamento quantitativo da consciência):
     -Flutuação: estado de oscilação da consciência.
     -Obnubilação: período de dificuldade de apreensão do ambiente porque a percepção está turvada. A consciência perde o foco, é um estado de confusão mental (afeta a atenção, memória).
     -Torpor: pré-coma. Atividade reflexa fica funcionando.
.    –Coma: ausência de consciência
2-    Aspectos qualitativos (campo da consciência, território onde todos os fenômenos são vivenciados / depósito de informações / atos repetidos – automáticos vão para esse campo e, com o tempo, passam para a periferia – borda da consciência, ficam automatizados):
-Dissociação da consciência (separar em partes as unidades da consciência, que passam a funcionar com autonomia, sem conversar uma com a outra), transe (entra em outra frequência de consciência, precisa dissociar a consciência para se transportar a uma outra condição – é patológico quando prejudica a pessoa ou cria outras idéias, como possessão), estado crepuscular (perde as informações do campo da consciência porque há um estreitamento deste, mas não perde os atos automáticos).
3- Consciência do eu (Jaspers – teorizou muito sobre a psicose, afirmando que quando a consciente está alterada, teremos um sintoma psicótico – descreveu 5 propriedades da consciência):
3a- Existência do eu: consciência de que existe.
3b- Unidade do eu: noção clara de que o eu é único e indivisível.
3c- Identidade do eu: noção de que o eu é único e indivisível ao longo do tempo, um eu sustentável.
3d- Oposição eu em relação ao mundo: clareza de que a pessoa tem uma membrana/pele que a separa do mundo.
3e- Atividade do eu: noção de que é o eu que realiza a ação (não atribuir a algo externo).


-A noção de eu é desenvolvida a partir das relações humanas, não nascemos com ela. O bebê é um aglomerado de sensações.

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