sábado, 28 de maio de 2016

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RESUMÃO: Psicopatologia Geral

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Resumo de Psicopatologia Geral – NP2

-Estados sinistros: loucura, geminalidade.
-Muitas vezes, o que chamamos de loucura não é tão evidente assim.

Neurose e psicose (psicanálise, Freud)
-1893 até 1914: teoria do recalque (neuroses).
-1914: “introdução ao narcisismo” e “luto e melancolia” / primeiras teorizações acerca das diferenças entre neurose e psicose do ponto de vista libidinal.
-1923/25: teorizações sobre defesas específicas para neurose e psicose.

-Psicanálise surge fazendo uma crítica a medicina, que falava da loucura há 100 anos.
-Pinel e outras escolas trabalharam com descrição de sintomas. Doença precoce (esquizofrenias), monomanias (transtorno bipolar), psicastemia (transtorno obsessivo compulsivo), melancolia (depressão) já eram nomenclaturas presentes.
-A medicina buscava justificar porque a loucura era problema dela, buscando origens orgânicas. Pessoa em estado de desrazão, busca pela retomada da razão.
-Hoje sabemos que a patologia tem uma base orgânica, mas não genética.
-Tudo isso influenciou na criação de manicômios. A Alemanha não tem registros de manicômios.
-Os sintomas histéricos chamavam muita atenção. A pessoa não entrava em estado de desvalia, não havia correspondente orgânico que justificassem o sintoma.
-Freud começa a se interessar por essas questões e volta a observação para o sintoma histérico. Não tinham questões orgânicas, mas faziam parte da história da pessoa (registro de sedução, abuso).
-Breuer dizia que o sintoma era singular da pessoa.
-Freud vai para a comunidade científica falar sobre a hipótese de o sintoma estar ligado a alguma experiência traumática na infância.
-No início, a psicanálise não buscava distinguir neurose e psicose. O foco era eliminar a histeria.
-Ao mesmo tempo que descreve o sintoma histérico, a Psicanálise constrói/teoriza sobre como se dá o psiquismo no homem.
-O bebê freudiano não nasce com psiquismo, e sim com potencial a construir o psiquismo ao longo da existência.

-Recalque: repressão, abafar.
-Primeira teoria do mecanismo psíquico: todas as experiências passam por consciência e inconsciência. Nem tudo que é vivido, é suportado pela consciência. O que não era suportado, eram questões que afrontavam a moral sexual e religiosa da época. As histéricas tinham experiência de sedução na infância e a moral mostrava que aquilo era errado, o que fazia com que esse material fosse levado ao inconsciente. O inconsciente tinha a ver com tudo que um dia havia sido consciente. E tudo voltava a partir de determinadas circunstâncias (criança seduzida implicava uma quantidade grande de energia que não era ab-reagida, elaborada, então parte dessa energia virava sintoma). O recalque vai separar a representação do afeto.
-Quem introduz o recalque na vida da criança é o outro.
-Freud descobre que as histéricas mentem para ele por que nem sempre foram vítimas de sedução (não houve um fato concreto). Havia um desejo de realizar essa cena e esse desejo era varrido do campo da consciência e levado ao inconsciente, voltando através do sonho, sintoma etc.
-O sintoma é uma defesa do ego.

Neurose X psicose: diagnóstico estrutural (psicanálise)
-A psicopatologia descritiva não se ocupa de questões históricas e sim causa e sintoma observável.
-Pinel, em 1786, começou a descrever a loucura.
-1886: nova prática da Europa contestando o pensamento da psiquiatria.
-O problema da medicina foi tentar explicar a histeria buscando causas orgânicas.
-A porta de entrada da psicanálise foram os estudos sobre a história.
-A histeria passou a existir como entidade nosológica a partir de Pinel, mas sempre existiu.
-A psicanálise buscava desconstruir o paradigma de doença criado pela medicina.
-O psicótico raramente toma a iniciativa (rompeu laços sociais) de procurar tratamento.
-Neurótico sente angústia de existência, então consegue buscar tratamento.
-Provavelmente Freud começou a lidar com a histeria a partir do fluxo clínico e dos sintomas curiosos apresentados.
-Freud não começou com a psicose por conta da falta de procura destes. Quem chegava aos consultórios eram as histéricas.
-Primeira concepção de aparelho psíquico era pensado a partir de uma divisão entre vida psíquica consciente e inconsciente. O inconsciente corresponde ao que já foi consciente e quem faz essa varredura para o inconsciente é o recalque/repressão. Recalque é uma separação entre a representação (vai para o inconsciente) e o afeto (sintoma).
-O primeiro inconsciente Freudiano (1894): consciente e inconsciente separados pelo recalque. O inconsciente era formado pelo material recalcado.
-O sintoma histérico estava relacionado com alguma lembrança que não podia ser lembrada. A histérica sofre de reminiscências. As lembranças tinham a ver com traumas da infância de caráter sexual.
-Quando a censura era diminuída, através da hipnose, o sintoma tendia a desaparecer. Quando passava o efeito, a pessoa não lembrava do que foi falado, portanto não ajudava na solução do problema. Com isso, a hipnose é abandonada. Entretanto, a hipnose ajudou a perceber que há um aspecto do psiquismo que não podemos acessar conscientemente.
-O processo civilizatório recalca. O sujeito Freudiano é social. O psiquismo não existe sem o outro.
-Nesta época, Freud não falava nada da psicose. A preocupação era, através do sintoma histérico, traçar uma teoria da constituição psíquica.

-Primeira tópica: consciente e inconsciente.
-Primeira teoria do trauma: fato real não elaborado.
-Recalcamento:  primeira defesa, fundação do psiquismo e sintoma.

-Começa a perceber que havia algo relacionado ao tema que não necessariamente estava relacionado a um fato real, mas poderia este ligado a algum tipo de vivência ou desejo típico que crianças tenham. A teoria começa a mudar quando Freud perde a ilusão de inocência infantil. A criança está sempre em busca do prazer e não tem censura. Esse prazer está ligado às pessoas que cuidam da vida da criança (mãe e pai). Começa a formular a teoria da sexualidade infantil, onde pensa toda a nossa tendência a buscar o prazer e aliviar o desprazer que se inicia com nossos laços sociais com as pessoas responsáveis pelo nosso desenvolvimento psíquico.
-O que parecia um fato real, trauma, na verdade estava relacionado ao que toda criança, em algum momento da vida, deseja. O que traumatizada era a falha do recalque nessas situações.
-O ser humano nasce sem psiquismo. Tem uma energia potencial para ter psiquismo. Quando nascemos, o que funciona no corpo é a sensopercepção. Quando nasce, o bebê é um aglomerado de energia em busca da vida. A única manifestação instintual que temos é a situação de fome. A partir daí, nada que acontece no desenvolvimento humano é igual para todas as pessoas. A amamentação coloca em prática um processo pulsional. Recebe, além do leite, luz, calor, cheiro, contato, som etc. Fica registrado no sistema perceptivo dela, como sensação e não como imagem. Desprazer: busca do alívio de tensão. No segundo momento de fome, ela recupera a memória rudimentar de sensação de prazer e faz novos registros.
-Em 1906, Freud afirma que o bebê nasce em um estágio caótico. A criança passa por estágios de organização pulsional. Tem experiências de satisfação próximas da satisfação sexual. E cada etapa corresponde a uma organização especifica, separa em fases. Fase oral, primeiro sub-estágio anal, segundo sub-estágio anal, fase fálica, complexo de Édipo e fase genital.

-(1780), 1886 até 1914: “histerias”, teoria do recalque, vida de fantasia, desejo, sonhos, lapsos, etapas para o desenvolvimento da libido.
-A medicina entendia que a histeria tinha a ver com deterioração do sistema nervoso, orgânica, hereditária (teoria da degenerescência).
-Verificaram uma tipicidade nas histórias das histéricas: trauma na infância.
-Primeira concepção de aparelho psíquico: divisão consciente e inconsciente. Primeira concepção do inconsciente dizia respeito ao recalcado.
-Repressão/recalque: operação psíquica que separa consciente do inconsciente (lembranças insuportáveis de ficar na consciência). Freud não achava que nascíamos com inconsciente, ele era formado a partir do recalque.
-Para Freud, o sujeito não existe como sujeito se não houver recalque. Não somos pessoas se em algum momento não houver renúncia de pulsões.
-A única manifestação instintual humana é mamar (Freud, 1906 – 3 ensaios).
-A pulsão (energia) nasce apoiada no instinto.
-Traço mnêmico: registro rudimentar de prazer ou desprazer.
-Na segunda mamada, a criança recupera as lembranças da primeira e soma.
-Cada experiência que a criança tem, auxilia a criança a formar a noção de mundo e de si (ego).
-Diferença entre instinto e pulsão.
-Cada status do desenvolvimento pulsional corresponde a uma fase do desenvolvimento libidinal.
-O bebê nasce num caos pulsional, não tem referências. Auto-erotismo: toda a energia libidinal/pulsional estão concentradas/represadas no corpo. Na medida que entra um ser humano cuidador, isso possibilita as primeiras organizações pulsionais.

-Fase oral: bebê não tem noção do corpo, mas sabe que tem um buraco (boca) – primeira organização pulsional.
-Primeiro subestágio anal: prazer da criança ligado às fezes.
-Momento de recalcamento muito forte.
-Segundo subestágio anal: retirada da fralda.
-Fase fálica: criança descobre a diferença anatômica.
-Genialidade: puberdade, adolescência. Finaliza o desenvolvimento que parte de um estágio caótico e chega num organizado.
-Em circunstâncias normais, a criança vai passar por todos os estágios.

-Narcisismo/fase narcísica do desenvolvimento libidinal: a criança não tem psiquismo, tem corpo e energia (sensações). Dura até aproximadamente 2 anos. Em casos normais, esperamos que a pessoa passe a uma estrutura diferenciada de ego (estrutura de pensamento). Ainda não tem recalque (tem pequenos recalques), pois ainda não tem psiquismo formado.

Principais características do narcisismo:
1.    Ego rudimentar: pensamento mágico, satisfação imediata da pulsão, baixa tolerância a frustração.
2.    Angústia: a criança não tem noção de que o outro é outro. Angústia psicótica de aniquilamento do eu (o pavor da criança é de não conseguir sobreviver).
3.    Relação de objeto: simbiótica, indiferenciada, fusional (bebê não se diferencia do outro, bebê e mãe são a mesma coisa do ponto de vista dele).
4.    Conflito: entre o ego e a realidade. A grande dificuldade do narcisismo e da psicose são as frustrações vindas da realidade (a mãe está separada, o alimento não vem quando precisa).

-Fixação/regressão.
-1924: recusa da realidade.
-A fixação libidinal ocorre por um excesso de energia liberado num momento (excesso de prazer ou de dor).
-As fixações da libido predominantes do narcisismo vão dar início a estrutura psicótica da personalidade (o eixo, a base da personalidade será psicótica).
-As fixações que ocorrerem na fase edípica vão dar início a estrutura neurótica da personalidade.
-A pessoa com base psicótica pode ter uma vida normal, caso tudo ocorra bem. Caso ocorra uma crise, a base psicótica retorna e pode desenvolver sintomas psicóticos. Quanto mais cedo ocorrer uma fratura no desenvolvimento, mais grave será e mais chances terá de desenvolver um sintoma psicótico.
-Fixação: parte do ego se desenvolve e parte fica preso a uma fase (modelo narcísico básico). A libido segue, mas a base é narcísica. A partir de uma ruptura, a libido retorna/regride para a posição em que estava fixada.
-Defesas do narcisismo: cisão do ego, recusa da realidade e a criação de uma nova realidade (delírio, alucinação).
-O delírio e a alucinação são sintomas positivos, pois nem toda psicose tem delírio e alucinação. Significam que a pessoa está tentando voltar para a realidade, porém da maneira dela, narcísica (ego regredido, cria uma realidade particular que satisfaça o desejo dele).
-Quanto mais precoce a regressão, mais grave.
-No caso da psicose, não falamos em recalque. Falamos de cisão do ego, recusa da realidade é criação de nova realidade (delírio, alucinação).

Neurose
1.    Ego constituído.
2.    Angústia de castração: envolve o outro, medo de perder a atenção, a admiração, recusa do outro.
3.    Relação de objeto: dual.
4.    Conflito: entre o ego e o ID, superego e o ID (entre duas tendências opostas).
5.    Defesa: renúncia, recalcamento (abrimos mão de algo).

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