domingo, 6 de março de 2016

0

Resumo da aula de PF (29/02)

Postado em
-Hegel: precursor da fenomenologia. Trouxe discussões como fenomenologia do espírito, falando de algo diferente que o ser humano tem e não adianta a ciência ficar cartesiando. Pessoas acharam que ele estava “se perdendo”. A sensibilidade que temos é, muitas vezes, ignorada pela ciência. O “diferente” é a intuição. Ciência não dá crédito para isso, pois não é “provável”.

-Husserl: vem da matemática e sistematiza (objetiva) as ideias de Hegel, tentando criar um método para se portar diante de um indivíduo. Propõe uma reformulação ao olhar da Psicologia trazendo a noção de intencionalidade e o método fenomenológico como leitura para se compreender o fenômeno.
-Não agimos ao acaso, para tudo há um motivo. A Psicologia conversa com quem age. O desafio é que nem sempre a pessoa sabe a intenção. Temos responsabilidade pelos nossos atos, mesmo não sabendo. Utilização do método fenomenológico para que a leitura do outro seja embasada.
-O método fenomenológico propõe cuidados para não interferir no tratamento.
-Intencionalidade, movimento que nos induz a atitude e respeito ao método.
-Abona (no sentido de não ficar preso a; se aventurar a conhecer o indivíduo independente da queixa, não ficar encaixando-o nas teorias prévias que já temos conhecimento) a ideia de uma teoria prévia do conhecimento humano, propõe sim uma abertura ao conhecimento e à descoberta do ser.
-Causa insegurança porque não oferece uma prática que conduza a procedimentos predeterminados, parecendo ser muito livre, o que pode gerar falta de cuidado.
-A fenomenologia não nega que os transtornos existam, mas além deles, existe uma pessoa. É necessário investigar e não partir para a comodidade de classificar, enquadrar.
-As técnicas fenomenológicas são sustentadas no seu estudo e aprimoramento para se adaptar à realidade da pessoa (como se portar, como formular uma pergunta). Trabalha muito com a experienciação (ajudar que o sentimento apareça, além da explicação intelectual). Não é uma técnica predeterminada, e sim construída através dos nossos conhecimentos.

-Ser-aí: ser no mundo se relacionando consigo e com os outros (vivendo).
-Ser-com-os-outros: ser se relacionando com os outros.
-Ser-para-o-fim: ser em contato com a morte.
-Ser-em: ser para o mundo e relação com temporalidade.

Principais ideias de Husserl:
-Ressalta a importância de um método de estudo do ser-aí com rigor e cautela: cuidado com predefinições. As perguntas devem ser exploratórias, não direcionar a algo “esperado”.
-Enfatiza a intencionalidade como mobilizadora do ser e necessária de se conhecer, adotando-se postura “analítica” e “reflexiva” para se chegar às coisas mesmas (essência, origem): a análise é construída na relação com o outro, a partir do que ele diz (e não ao que achamos). Não é o que a teoria afirma, e sim o que a pessoa fala e vivencia. O importante é fazer sentido para a pessoa.
-Acredita que o ser não é estático, mas sim se constitui a partir das vivências e sentidos atribuídos por ele no decorrer de sua vida.
-Abandona a concepção naturalista do ser humano para a adoção de uma atitude antinatural ou epoché (atitude antinatural que evita o pretenciosismo), mas dar ênfase aos fenômenos que se manifestam e abandono da atitude natural e ingênua: a concepção naturalista pode ser exemplificada pelo mau uso da teoria de Piaget (classificar todos por fases ou estágios). Devemos estar abertos aos fenômenos que acontecem (aprender a olhar para pessoas e compreendê-las). O naturalista fragmenta quando estabelece categorizações. A ciência se baseou no natural (previsível, controlado). Temos que tomar cuidado com esta visão simplista.

Principais ideias de Husserl a respeito da Psicologia:
-Propõe no método a suspensão temporária dos pressupostos e ideias prévias e abertura a descoberta do ser e sua dinâmica permanente.
-Inicia com uma crítica à ciência e sua conduta limitada diante do ser: excesso de objetividade e pouca contribuição prática dessa ciência. A pergunta da fenomenologia é “como acontece?” E envolve a exploração para a pessoa. A razão surgirá depois.
-A ênfase na busca da verdade absoluta no fazer científico, à necessidade de mensuração dos fenômenos psíquicos e à atribuição de natureza psicofísica ao seu objeto de estudo. Daí quase sempre inferirem acerca dos fenômenos. A crítica da fenomenologia é que a ciência tradicional se apegou demais a isso.
-Dois caminhos propostos:
1) Redução eidética: busca da essência das coisas, do que é invariável (repetição comum de a pessoa trazer), redução ao que é. Como uma limpeza dos atos para se aproximar do indivíduo. Tentar ao máximo chegar à essência. A repetição / invariável não é o que não muda, mas o que nos chama atenção, que se repete muitas vezes na pessoa (sentimento, comportamento).

2) Redução fenomenológica: suspensão de concepções, julgamentos diante da compreensão do fenômeno, atendo-se às evidências que se apresentam à consciência. Usamos a consciência (de estar aberto a algo, abertura a determinadas experiências), seguido pela intencionalidade de responder a experiência.

0 comentários: