domingo, 6 de março de 2016

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Resumo da aula de Psicopatologia Geral (23/02)

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-Existem no mínimo 14 correntes teóricas em psicopatologia.
-A psicopatologia nasce na psiquiatria e fundamenta o trabalho do psiquiatra.
-É uma base de conhecimento racional, objetiva, bem diferente da humanista. Envolve termos médicos.
-Psicopatologia descritiva: manuais. Diagnóstico do sintoma (fazemos a olho nu). Não se importa com quais elementos da vida contribuíram para este modo de ser, história da família etc.
-Psicopatologia psicanalítica: psicanálise. Vai da cultura familiar do sujeito para o sintoma. Visão geral do todo da vida a partir de uma perspectiva histórica. Maior profundidade.
-Pensar loucura no contexto histórico.
-Primórdios da loucura: Grécia Antiga. Três concepções de loucura (muitas predominam até hoje):
1) Concepção mítica-religiosa: tudo era explicado a partir da mítica. Mecanismo de elaboração de fenômenos naturais e humanos. Os deuses (politeísta) explicavam a vida de maneira geral. O louco como porta voz da palavra dos deuses (intermediário, canal de comunicação direta), como uma pessoa com dom de passagem entre a vida terrena e a divina. É a concepção mais antiga e ainda prevalece em algumas culturas).
2) Concepção organicista: Hipócrates, pai da medicina, falou dos tipos de personalidade a partir de alguns fluídos (exemplo: excesso de sangue, bílis, ar. Falou da “hysteria” como patologia exclusiva feminina (relacionada ao útero).
3) Concepção psicológica: presença de um conflito psíquico (paixões, forças ocultas, códigos coletivos – ética, norma, princípios, valores) à época das grandes tragédias gregas que retratavam isto.

-Idade média: passa de politeísmo para monoteísmo. A igreja católica utiliza a determinação divina para controle. O que a igreja explicava, era divino, o que não, era inimigo. Retorna a concepção mítico-religiosa. É criado o “primeiro manual psicopatológico”, usado pela inquisição: 1° Malles Maleficarum. Quem falava do louco era a cultura (povo), mas não havia um saber específico.
-Renascimento: reforma protestante; crítica ao catolicismo; homem saindo dos fundos (se abrem); homem vende força de trabalho (sistema de trocas não dava mais conta do sustento de famílias); homem se afastando da sua origem, agora as incertezas surgem; homem busca ser o centro do universo (com a capacidade de investigar, pensar, criar, modificar a natureza). Questão do “controle” passa a ser um valor muito forte. O louco é visto de outra forma. Surgem as grandes casas de internação (1780 – Philipe Pinel) para albergar os “diferentes”. Quem estava doente, era tratado. Pinel foi designado a administrar o “hospital de Sant’Ana”. Na época, o campo científico estava em alta. Pinel chama alguns médicos e divide o hospital em dois: doentes “normais” e “alienados”. Escolhe um modelo descritivo para o fenômeno. Fundou a psiquiatria na França, nasce a psicopatologia. Abordagem da loucura de forma bruta (até hoje): exclusão, internação. As pessoas não estavam doentes, estavam num estado de des-razão (perderam a razão). Como a medicina iria explicar, se não havia sintoma? Surge o modelo descritivo para descrever a loucura/os sintomas com maior número de detalhes. Linha para justificar ou encontrar a sede da loucura no corpo (inúmeras brutalidades em experimentos para saber). Pinel estabeleceu o objetivo para a medicina de devolver ao louco a razão (sair do estado de des-razão).

-Pinel funda a “escola alienista”, que se propaga pela Europa, França, Itália, Portugal e América. Vem do princípio epistêmico positivismo e dá origem a várias escolas em psicopatologia (descritivo, comportamental, neurociência). Em 1980, começa-se a entender que os sintomas não estavam apenas relacionados ao corpo à 1ª reforma psiquiátrica, oposto ao “penso, logo existo”. Psicanálise desconstrói o paradigma exclusivamente orgânico, consciente (ideia de inconsciente). Dessa corrente humanista, surgem várias escolas de psicopatologia que relacionam a patologia ao afeto, história de vida.

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