sábado, 9 de abril de 2016

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Resumo da aula de Psicopatologia Geral (22/03)

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Afetividade
-Função psíquica que dá o tom do nosso comportamento, nossas sensações.
-Tem uma variação polar: rebaixamento do humor e elação do humor.
-A afetividade nos ajuda a fazer um diagnóstico diferencial entre neurose e psicose.
-A capacidade de sentir ou não sentir está ligada a alterações psicopatológicos graves.
-Humor: estado/disposição afetiva. Tem variação polar (mais ou menos prontidão para a vida).
-Emoção: para a psicopatologia, deve ter manifestação neurovegetativa (efeito no corpo - mão suando, tontura). É súbita (acontece com o inesperado).
-Sentimento: ligado a cognição. Estados afetivos mais estáveis, com variação polar, ligado aos componentes do afeto.

Componentes do afeto
1.    Tônus afetivo: quantidade de afeto investida em determinada situação, é a intensidade. Garante nossa ligação com as coisas e a capacidade de sustentá-las.
2.    Ressonância afetiva: capacidade de corresponder afetivamente ao contexto (reverberação e empatia aos estímulos – se afetar). Está muito relacionada a capacidade empática (se relacionar com o outro).
3.    Modulação: capacidade de adequar o afeto ao contexto, avaliar o afeto.

Alterações da qualidade dos afetos
-Embotamento afetivo: hipotônico, hipomodulante e hiporessonante (exemplo: psicoses, depressão grave).
-Labilidade afetiva: hipermodulação do afeto (exemplo: mania, TPM).
-Dissociação afetiva: supressão/separação das emoções vinculadas a uma ideia (exemplo: histeria, pessoa que gasta compulsivamente, rir após sofrer um acidente ou receber uma notícia ruim). Está relacionada ao stress.
-Ambivalência afetiva: sentimentos antagônicos ao mesmo objeto (exemplo: manias, contar uma história em que chora e ri na mesma sequência, depressão).
-Incongruência afetiva: emoção ou afeto desvinculado do contexto (exemplo: rir após sofrer um acidente ou receber uma notícia ruim).

Humor
-Hipotimia: rebaixamento do humor (falta de energia, desânimo).
-Hipertimia: elação (ânimo, energia).
-Humor irritável: sintoma depressivo, pessoa que busca motivos para brigar.
-Humor ansioso: expectativa negativa sobre algo.
-Disforia: desassossego (pessoa senta, levanta, xinga – inquietação).

Vontade
-Depende da intenção, tônus e psicomotricidade. Está ligada a conação (capacidade de transformar a vontade na atitude).
-Alterações quantitativas: hipobulia (falta de desejo, motivação) e hiperbulia (motivação frente a qualquer estímulo, excessivamente).
-Alterações qualitativas: negativismo (resistência ao estímulo. Pode ser ativo ou passivo – negação oral ou através da postura). Oposição a uma expectativa, a um estímulo do ambiente.

-Consideramos psicopatológico quando existe a frequência, a intensidade e a presença de outros sintomas.
-Cada Psicopatologia tem a predominância da alteração de uma função psíquica.

Pensamento
-Na normalidade, nossa forma de expressão do pensamento é a linguagem oral. Entretanto, existem outras formas para expressar o pensamento, estados subjetivos etc.
-Sempre que temos uma alteração de linguagem, temos uma alteração de pensamento.
-O discurso (linguagem oral) é a forma mais clara, explícita para inferir sobre os processos mentais.

Componentes do pensamento
-Pode ter alterações no fluxo é na forma.
-O pensamento tem um fluxo/curso: aceleração (aumento do fluxo do pensamento, típica dos casos de mania), lentificação (pensamento fica lento, típico nos casos de sonolência, depressões), bloqueio ou roubo do pensamento (esquizofrenias, um corte no fluxo do pensamento).
-Forma: lógica e organização.
1. Arborização do pensamento: perda do foco principal sem prejuízo no encadeamento das idéias.
2. Fuga de idéias: perda da estrutura lógica do discurso. É um passo anterior a desagregação do pensamento. Está associada ao bloqueio e os pensamentos não se concluem.
3. Desagregação do pensamento: prejuízo dos laços associativos com acentuada perda da lógica do discurso (salada de palavras, as vezes a pessoa não consegue terminar uma palavra ou frase, esquizofrenias, depressões).

Juízo de realidade
-Nossa capacidade de avaliar, criticar, ajuizar satisfatoriamente a realidade vivida. Capacidade de estar conectado à realidade coletiva (ao que de fato está acontecendo). É assim que o indivíduo apreende e compreende a existência de si mesmo e do mundo.
-A noção de consciência é a primeira noção, matriz de formação da nossa identidade.
-A principal alteração do juízo de realidade é o delírio (fenômeno primário que não tem raízes na experiência psíquica do homem normal).
-É impossível convencer a pessoa de que ele não é quem acredita ser.
-Delírio persecutório: a pessoa entra num processo de humor delirante, onde acha o mundo estranho e parece não reconhecer. O estranhamento já é fruto do processo de ruptura com a realidade externa. Se desvincula da própria construção de vida. Começa a atribuir situações delirantes a fatos corriqueiros. A pessoa tem um insight e constrói uma teoria sobre o fenômeno (vivência de revelação).
-Delírio de referência: pessoa acha que tudo é para ela e com ela.
-Delírio de relação: envolve persecutoriedade, referência (complô contra a pessoa etc). Uma coisa está relacionada com a outra (exemplo atribuir emoções a cores).
-Delírio de influência: ou vivência de influência, acredita que as ações ocorrem com forças externas a pessoa (planos feitos pela máquina de lavar, ondas magnéticas).
-Delírio de grandeza: a pessoa se acha a melhor.
-Reivindicação sentimentos de justiça: pessoa tem a convicção de que está sendo injustiçada, mesmo que as evidências da realidade sejam contrárias. Tem a convicção de estar sendo perseguida injustamente.
-Invenção ou descoberta: pessoa tem certeza de que descobriu uma máquina.
-Delírio de reforma: parecido com o de invenção, mas relacionado a algo ideológico. Exemplo: pessoa acredita que tem uma fórmula que vai combater a fome no mundo.
-Delírio místico ou religioso: em geral é de grandeza.
-Delírio de ciúmes: manifestação de insuficiência.
-Delírio erótico: acredita que todos se apaixonam pela pessoa.
-Delírio de conteúdo depressivo: típico da depressão.
-Delírio nilista ou ruína: o mundo está acabando.
-Delírio de negação dos órgãos: acredita que foi roubada ou perdeu um órgão.
-Delírio hipocondríaco: acredita que tem doenças.
-Delírio cenestopático: órgãos estragando, sendo comidos.

-Delírio de infestação: comum em transtornos alimentares – não come com medo de ter micróbios.

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