quarta-feira, 23 de novembro de 2016

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Resumo da aula de PC (10.11)

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4º pilar (fundamentos para psicologia narrativa)
-O discurso feito no contato interpessoal está situado em uma cultura. O significado só pode ser entendido porque tem um significado mais amplo (contexto). O lugar que está que determina o significado.
-Então narrativas são formas de significação que operam num contexto, no espaço de interindividualidade.
-As narrativas que dão sentido a existência, tornando comum a cultura, o diálogo.

Fundamentos de uma psicoterapia narrativa
-No contato com o terapeuta, cria uma comunidade conversacional (troca de diálogos) para ampliar significados, através de múltiplas vivências, onde os discursos se encontram. Não é corrigir ou adaptar, é ampliar/maximizar significados através do discurso.
-Todas as angústias e vivências são colocadas no discurso, onde serão ampliados os significados e criadas novas possibilidades de pensar amplamente.
-A Terapia Cognitiva Narrativa tem o objetivo de levar o cliente a construir na interação com o terapeuta, uma comunidade conversacional, realidade múltipla de experiências sensoriais, emocionais, cognitivas e de significação.
-A ideia é capacitar o cliente a construir um discurso narrativo rico em termos de multiplicidade, complexidade, coerência, adaptativo a exigências impostas pela sociedade complexa e multi.
-Últimos anos psicoterapias cognitivas testemunhado considerável evolução.
-Desenvolvimentos mais recentes, destaque ao papel atribuído narrativa como elemento central construção conhecimento e implicações clínicas.
-Perturbação psicológica provocada pela incapacidade de dar conta da diversidade/potencialidade da experiência através da organização de um discurso narrativo diversificado, complexo e coerente. Se o mundo é muito complexo, se não damos conta da diversidade e potencialidade de experiências que o mundo oferece, se não conseguimos criar um discurso lógico para a experiência, teremos uma perturbação psicológica.
-Cliente assume a existência de uma realidade externa/interna absolutas, insubstituíveis. Aí está o erro, pois não consegue perceber mudanças.
-“Assume” que não tem saída. Os significados são sempre múltiplos, o limite do conhecimento se dá a existência. Existir é conhecer. Não pode ser encaixado no DSM-IV, pois não pode ser limitado a isso.
-O terapeuta é um facilitador, guia de novos contextos e narrativas.
-A perturbação vem da dificuldade de organização de uma experiência numa narrativa coerente.
-Ao invés de ver a realidade como processo de negociação interpessoal de possibilidades múltiplas, assume a responsabilidade de único construtor desta realidade.
-Resultando em desânimo e singularidade:
-Desânimo por incapacidade de poder prever múltiplas possibilidades de negociação para experiência sensorial, emocional, cognitiva e significações. Não perceber que existem outras formas, além da parte limitada.
-Singularidade pela estranheza em ver-se diferente dos outros nessa construção de experiência.
-A psicoterapia narrativa procura responder estes problemas através da facilitação da construção narrativa. O terapeuta não é um corretor, é um facilitador para a estimulação da criação de novas narrativas por parte do cliente.
-Proporciona uma elaboração narrativa múltipla de conteúdo, processualmente mais complexa e estruturalmente mais coerente, num contexto de elaboração discursiva e conversacional com terapeuta/comunidade linguística do cliente. Novas possibilidades de experiências, vivências, narrativas serão criadas de forma que faça sentido para ele. Terapeuta cria espaço para isso, mas não conduz.

A recordação
-Não há narrativa sem recordação. Não há como narrar sem se lembrar.
-Memória semântica (significado das coisas), memória episódica (momentos/episódios da vida).
-Capacidade de singularizar episódios significativos da vida que faz cada indivíduo autor própria narrativa.
-Ter uma existência narrativa é ser capaz de recordar, sincrônica/diacronicamente (saber que o outro também influenciou), múltiplos episódios da vida.
-Recordar é sinônimo de construção de sentido de coerência através da diversidade de experiência.
-Em suma, através da recordação, procura capacitar o cliente a abertura à experiência e para o desenvolvimento inicial com maior sentido de coerência na elaboração narrativa.

A objetivação
-Cliente é levado a experienciar a multiplicidade de realidades externas através de toda dinâmica disponibilizada por capacidades sensoriais. Através da capacidade de sentir, vai ser levado na terapia a várias formas de sentir o que acontece lá fora. Criar novas realidades possíveis. Recordar situações e levar o cliente a sentir de outras formas, objetivar a situação.
-Realidade constitui um incomensurável menu que o cliente em perturbação raramente desfruta.
-Terapeuta encoraja o cliente para a objetivação de cada recordação episódica diária, para perceber a complexidade das experiências. Desde do momento que acordou, cada detalhe, todas as sensações (físicas e psicológicas).
-Cliente vai progressivamente se dando conta de que a realidade é um contexto possibilitador de uma grande diversidade de experiências.
-Dimensão da complexidade sensorial da experiência, permitindo a emergência de uma consciência progressiva de narrativas diárias, podendo ser vista como ricos menus diversificados para a elaboração narrativa.

A metaforização
-Condensadores de significado.
-Através dela damos sentido recordações sensoriais, emocionais e cognitivamente.
-Capacitar cliente produzir múltiplos significados p/ cada memória episódica.

A subjetivação
-Trabalho de construção múltipla prossegue.
-Aqui é variedade de experiências emocionais/cognitivas que se procura.
-Mostrar possibilidade de diversidade de experiências emocionais do passado, presente e da procura ativa no futuro.
-Através exercícios ativação emocional, realizados sessão e exercícios diários, procura-se alargar leque experiências emocional, p/ ser capaz elaborar em cada situação matizes diferenciados de ressonância emocional.

A projeção
-Remete ideia indivíduo constante movimento espaço/tempo.
-Capacidade de internacionalizar de modo narrativo as experiências do futuro.
-Cliente constrói e descontrói-se todo momento, intencionalizando experiências que geram novas possibilidades de intencionalização da experiência.
-Orientar cliente construir uma metáfora alternativa à metáfora raiz que tem orientado seus sistemas conversacionais e de significação.

-Depois cliente parte para nova revisão da história vida e de modo a encontrar/fundamentar, no passado histórico, episódios caracterizadores desta nova forma de significação.

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