sexta-feira, 14 de novembro de 2014

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Resumão: Temas em Psicologia Social

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Temas em Psicologia Social – 2º bimestre

Representação Social - Serge Moscovici

-Moscovici estava descontente com a explicação dos cognitivistas sobre atitude.

-Criou a teoria para explicar o comportamento humano / metodologia da representação social.

-Mundo: resposta de acordo com os estímulos do ambiente físico ou quase-físico. 

-Existe um viés
A) Não conseguimos ver coisas óbvias / invisibilidade (fragmentação da realidade).

B) Fatos que aceitamos, de repente tornam-se ilusões (da aparência à realidade).

C) Respondemos aos estímulos da mesma forma que outros integrantes da comunidade. 

-Esses três aspectos nos mostram que existem representações da realidade, que nos orientam àquilo que é visível. A representação social orienta o comportamento.

-Relação entre as pessoas (pensam, conversam, criam conhecimento) usa do sistema perceptivo para interpretar a realidade / tem reflexão.

-Durkheim: representação coletiva / sem reflexão.

-Funções das representações sociais
A) Convencionalização dos objetos (tornar compreensível).

B) Representações são prescritas exercem uma força sobre nós.

-Pensamento primitivo: conformar com a realidade (conhecimento atrelado com a natureza).

-Para sobreviver, o homem utilizou o pensamento primitivo (senso comum). 

-Pensamento científico envolve a intelectualidade e transformação da realidade.

-Pensamento primitivo (universo consensual) ou científico procura uma causa.

-Psicologia Social: estuda a manifestação do pensamento científico (estudo do cognitivo - aspecto sensorial/percepções).

-Crenças: percebemos o mundo tal como é. Utilizamos nossas percepções (5 sentidos), porém existem aspectos como: invisibilidade, aparência à ilusão, reagimos a estímulos de acordo com o grupo.

-Então, representações sociais nos orientam em direção ao visível, ou àquilo que temos a responder, ou relacionam à aparência. 

-Criamos representações baseadas nas relações sociais.

Representações sociais são uma cadeia de reação de percepções, opiniões, noções e vidas.

-Pensamento ambiente. Acontecem para:
A) Convencionalizarmos os objetos.
B) Representações sociais são prescritivas, impõem sobre nós uma força, um pensamento. Orientam nosso comportamento. 

-O pensamento é gerado a partir de pessoas e grupos que pensam por si mesmos. O que produzem e comunicam (representações sociais).

-O que é então, representação social?
1) Uma maneira específica de compreender e comunicar o que já sabemos.
2) Agem como suportes para palavras ou ideias.

-Universo consensual (representações sociais) explica os fatos, acontecimentos e é acessível a qualquer um.

-Torna o mundo da ciência reificado em consensual / facilitar / tornar familiar o não-familiar.

-Processos que geram representações sociais
1) Ancoragem: clarificar e dar nome a alguma coisa.
2) Objetivação: transformar algo abstrato em concreto. Exemplo: Deus.

-Eu social: reflete a estrutura social. 

-Identidade: fortalece, fragiliza ou transforma a estrutura social. É história dos outros, fazemos parte de uma humanidade. Somos individualmente humanidade.

-Somos o que estamos sendo frente ao outro.

-Eu represento: eu; desempenho papeis; reponho no presente o que tenho sido enquanto reitero a apresentação de mim.

-Identidade é metamorfose

-Somos o outro, que é o outro do outro. Apesar disso, não deixamos de ser um. Influenciamos e somos influenciados.

-Somos um vir a ser, estamos sempre em construção. Necessitamos de um projeto de vida, que é uma ação política. 

-Atividade: Constituição enquanto indivíduo para a Psicologia Social.

-Sou um sujeito do dia a dia ou uma personagem com essas características? 

-Identidade se transforma com a história. Adquire influências, é um processo constante. Não há essência, depende do contato com o outro.

-Às vezes somos personagens e a sociedade é autora: oculta ou revela os aspectos.

-Estamos em constante mudança.

-Identidade: totalidade, múltipla e mutável. 

1) Dados que colaboram para dizer quem somos: nome e ações. 

-A nossa história é anterior a nós, e temos que atender ou não as expectativas do outro.

-Nós somos as nossas ações. 

-Sujeito: social, biológico e psicológico. 

-Também, representação mental/simbólica que expressava nossa identidade. 

-A pessoa é avó, mãe, filha de um outro.

-Identidade é pressuposta que é reposta cada momento.

-Exemplo: professor é um ser social, um ser-posto (tornou-se). É professor, pai, filho.

-É múltipla, mas também totalidade individual.

O processo grupal

-Transformações da sociedade só acontecem em grupo.

-A sociedade é formada por grupos de interesse.

-Grupo de autores: Kurt Lewin, Pichon-Riviere, Adorno, La Passade.

-Determinações sociais que agem no indivíduo. 

Revisão teórica 
-Os autores criticados focam na definição de papeis e procuram garantir produtividade e harmonia e manutenção das relações (convivência). Teorias que enfatizam o caráter mediador do grupo.

Silvia Lane crítica:
-Ação do grupo só pode ser considerada em uma perspectiva histórica. Grupo enquanto processo histórico. 

-Função do grupo: manter ou transformar as relações sociais desenvolvidas.

-Estudo fracionado de grupos, o que fortalece aspectos ideológicos (alienação, líder competente).

Também é importante:
-Romper com a tradição biológica da Psicologia (sentimentos e emoções também são sociais).

-Fortalecer o ambiente onde a pessoa é construída. 

-Para viver/sobreviver necessita do trabalho: transformar a natureza.

-Análise: compreende instituição, indivíduo, relação entre classe social e família.

Sugestão:
-Fazer uma macroanálise (sociedade) e uma microanálise (grupo): influência mútua.

Propõe:
-Entender o homem a partir do capitalismo.

-Entender o grupo a partir da instituição em que está.

-Levar em consideração a história do grupo.

-Verificar o desempenho de papeis das pessoas dentro do grupo.

-Superar a individualidade institucionalizada para assumir uma identidade grupal (pensar enquanto categoria).

Exclusão social

-Exclusão: vários sentidos - segregação (topológica / espaço), marginalização (grupo como categoria à parte) ou discriminação (fechamento do acesso a bens e serviços ou recursos). 

-Psicologia: interação social.

-Grupos que estão em situação de exclusão. 

-A Psicologia Social busca compreender de que maneira as pessoas ou grupos são objetos de distinção. A razão de aceitarmos essa injustiça.

-Isso acontece há muito tempo (nazismo, fascismo).

-Atribuímos a culpa ao outro a partir da dificuldade de atingir objetivos, o que gera frustração. O indivíduo não consegue atingir objetivos.

-Grupos marginalizados são alvos fáceis. 

-Escola de Frankfurt: ideologia com personalidade autoritária. 

-Antissemitismo: autoritarismo, conservador, etnocentrismo.

-Preconceitos e estereótipos: aspectos mentais/cognitivos.

-Categorização social: imputar características de um conjunto de objetos para constituí-lo pertencente aquela categoria/grupo.

-Exclusão é uma alteridade, damos qualidades do que é o outro (representação social).

-Não considerar o aspecto histórico/contemporâneo dos grupos sociais alimenta o discurso de poder/ideológico.


Psicologia no SUS

-Psicologia: modelo liberal.

-Saúde pública relacionada aos corpos/doença. Tinha a intenção de deixar os corpos dóceis (pessoa produtiva).

-Psicólogo tinha o papel de identificar o problema. Se preocupava com o individual e disciplinar a sociedade (alma + corpos).

-Séculos XIX e XX: revolução industrial, testes psicológicos. 

-1988: constituição cidadã.

-SUS (sistema único de saúde) surgiu na década de 70, pois até então só os registrados em carteira de trabalho (sindicalizados) tinham acesso aos serviços de saúde, os demais eram atendidos nas santas casas.

-SUS tem um modelo de promoção e prevenção. 

-Psicólogo começa a atuar no SUS em 1988. Trabalha em equipe, em um conceito de comunidade (com um olhar diferenciado de acordo com a condição de vida) e em rede (outras instituições).

-Conceito de saúde coletiva considera os modos como a pessoa vive.

-A autora pesquisou no Rio Grande do Norte e encontrou profissionais que trabalham no SUS e possuem consultório particular. Questiona o compromisso com a profissão, pois muitos consideram o trabalho no SUS apenas uma fonte de renda (bico). Critica a universidade que forma os psicólogos para trabalhar em clínicas particulares, e não em instituições sociais.

-Existe uma falta de remuneração condizente com essa formação, além da falta de investimento na área da saúde pública (estrutura).

-Psicólogo na área de saúde coletiva trabalha com a práxis (ação), vai a campo. É fundamental considerar a cultura, condição econômica e histórica.

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