sábado, 9 de abril de 2016

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Resumo da aula de PF (04/04)

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-Sentido: o que me move? Como nós organizamos, regate da história pessoal (quando me organizo, olho minha rotina, olhamos a vida pessoal por inteiro), o que busco quando faço as coisas que faço? Retomada da questão: qual é o sentido da vida?
-Olhamos para a vida para fazer uma escolha agora.

-Quem sou eu? Quais necessidades, como me sinto, o que gosto ou não? A pergunta incomoda, vem angústia e cobrança (será que sou quem queria? Fiz isso, fiz aquilo).
-Qual o sentido da minha vida? Sentido no mundo, sentido dos outros na minha vida.
-Que sentido tenho nessa vida? Relevância nossa para o mundo.
-Descobrir o que quero fazer daqui para frente.
-Condição do Dasein: ser em busca do seu eu, relacionado ao vivido.

Trajetória da autora
-Filosofia: se deparou com questionamento da própria vida; questionou os cuidados com a própria existência, quais recursos utilizava para cuidar de si e das pessoas.
-Heidegger: exercício do próprio pensamento (compreender o próprio pensamento, sem ignorá-lo, libere o pensamento para você mesmo para ter acesso a quem você é).
-Arendt: a partir do depoimento dos alunos repensar o sentido da ação (o que pensa a respeito da dúvida do aluno, promovia uma auto reflexão que modificava sua ação).
-Ambos podem levar a uma mudança de atitude.

-Reflexão: retorno ao já visto (reformulação do vivido – ação). Olhar para o que já foi visto e vivido, não é superficial (demanda um certo tempo). Demanda reformulações.
-Primeiro movimento do pensar: “desenvolvimento da essência ou das verdades primeiras” – não há compromisso prático. Olho para o que conduzo, sem ter antes parado para refletir. Todo movimento de reflexão envolve primeiro o ato de pensar.
-Segundo movimento do pensar (conhecimento): busca da verdade, da explicação através da consciência.
-Terceiro movimento do pensar (reflexão): entender o sentido de algo. Para ter acesso aos nossos sentidos, passamos por essas etapas.

-Surge o sofrimento: algo inesperado, que foge do nosso comum conosco ou algo compartilhado com o outro, nos levando a nos afastar do habitual, sem compreender, sem possuir repertório para “sustentar”, apoiar essa nova compreensão.
-Sofrimento: ruptura consigo mesmo (importante para retomar depois cada parte de si mesmo) e dificuldade para compartilhar (o outro mostra, muitas vezes, nós mesmos). Nossa ideia: tudo o que é real é compartilhado (quando estou mal, não consigo me comunicar comigo ou com o outro). Somos ontologicamente sociais (em muitos momentos, para falar com nós, precisamos falar com o outro), mas a existência é vivida na primeira pessoa (a decisão continua sendo por conta de si mesmo, não pelo outro). Portanto, preciso compreender para me tornar possível a mim mesmo (quanto mais dificuldade de falar consigo mesmo, menos terá acesso a quem realmente é).

Compreender pressupõe
-Situar historicamente: saber como foi a trajetória, o que aconteceu comigo. Movimento pode ser até mais recente (vou no tempo que é necessário ir).
-Pressupõe referência: como foi no início, como é e onde quero chegar (passado, presente e futuro).
-Linguagem é o veículo: desenhando, falando, escrevendo. Na linguagem, temos acesso ao real, aos outros e a nós mesmos.
-A linguagem está interligada a ação: quando falamos, fazemos (não da para separar – ação que houve ou que vai acontecer). Ambos juntos são atribuídos de sentido através das consequências. Na troca, através da linguagem, o outro me vê e começo a olhar para mim (a forma como ele me vê me faz olhar para mim).

-A ação se confirma como sentido através da palavra que vai traçar os sentidos dado a ela. Aquilo que falo repercute sobre o que faço? Toda vez que falamos sobre algo, nossa ação é afetada por isso.
-Daí a necessidade de terapia, pois não só descreveremos os atos, mas os sentidos descritos através da fala. O que isso que eu falo quer dizer?
-Nossa fala nos garante nossa confirmação e autoria. Eu posso fazer diferente ou não. Sou autor.
-Sem ela, seremos o que os outros nos veem. Não falar pode ser uma forma de omitir.
-Daí o conflito: abandonamos a nós mesmos na narrativa dos outros. Somos o que o outro quer.

Existência
-1° nível do processo terapêutico: sermos agentes dos próprios atos e falar deles na terapia.
-2° nível do processo terapêutico: ser expectador da própria ação.
-3° nível do processo terapêutico: narrar (me ouvir).
-4° nível do processo terapêutico: narrar para me levar à consequência.

-5° nível do processo terapêutico: julgamento (que nos prepara para a continuidade ou não de nossas ações – consciência) para sermos autores de nossas vidas.

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