quarta-feira, 18 de maio de 2016

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Resumo da aula de PF (16/05)

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-Disposição: abertura, quanto estou para mim mesmo e para o mundo.
-Os tons afetivos nos abrem para o mundo.
-Quando sentimos algo, reagimos de alguma maneira.
-Emoção é uma vinculação corporal forte. Só pensamos na emoção após o corpo falar.
-Precisamos dos tons afetivos para afinar as situações da vida.
-“São as tonalidades afetivas situações-limite que abrem mundo, horizontes, de modo...”
-É na angústia que o homem toma consciência de sua liberdade (somos livres para tomar decisões).
-Quando a angústia vem, a condição de poder de decisão se configura. Ela serve para nós falar algo sobre nós e que somos livres para decidir.
-Ôntico: localizado, objetivo, como nos localizamos, como nos situamos nessa condição. Ontologia: ciência que estuda o ser. Ontológico: nós nos angustiarmos. Ôntico: fugir, escapar porque é difícil. O escapar pode ser uma maneira de lidar, mas pode ser fuga para não lidar com.
-As tonalidades afetivas: angústia, tédio profundo, êxtase, terror, horror, retenção, pudor e admiração.
-O tédio é a raiz de todos os males porque envolve o desânimo da gente em relação a algo. Em excesso, pode levar a depressão. “Algo nos obriga a interromper o ritmo do tempo cotidiano “, não quero minha rotina, meus planos impedidos. Nosso tempo de vida era esperado de maneira diferente. A repetição torna as coisas sem sentido.
-O temor nos leva ao receio da perda de controle. O temor pode configurar o rompimento com o valor que se legítima. Gera desconforto e a sensação de aniquilamento, e de perda do controle, ameaça à própria existência. Há momentos que é negativo e há momentos que é importante para proteção.
-Tédio: o que está acontecendo? O homem se perde na poeira dos possíveis. Perde o interesse por si mesmo (desânimo, preguiça).
-A modernidade nos abre caminho ao acesso as coisas de maneira muito rápida, porém faz falta um contato pessoalmente.
-O homem absorvido pela era da técnica automatiza seus atos. Não tem uma relação de troca.
-O tempo se torna um desafio no modo de ser do homem: ele não pode parar e nem diminuir a velocidade...
-Tenho que me distrair... Fugir do encontro comigo mesmo: trabalho em excesso ou encontrar diferentes formas de se distrair.
-O que nos resta? A depressão, a doença. Na doença, no tratamento o recurso, a condição para se evitar o possível, a transformação e a mudança.
-O diagnóstico nos ajuda a evitar a ação e exploração dos sentidos.
-Consequências do tédio quando damos um peso diferente: fugir dele.
-Há um medo de expor a fragilidade e afastar os outros.
-A Fenomenologia descreve o movimento da pessoa, e não o conceito fechado.

O temor
-O temor é uma disposição diante do mundo. O que temo? Para que temo? Como temo? Heidegger: “tememos o que pode destruir o que supostamente somos...”.
-O foco deve ser no que se traz como preocupação do que muitas vezes na situação trazida propriamente dita como queixa.
-Explora enquanto terapeutas o como ele conduz seus sentidos. Não devemos ficar fechados em apenas um ponto, mas ver aquilo relacionado com a vida.
-As vezes é necessário recuar (terapeuta) para poder avançar, respeitando o ritmo do paciente.
-A intervenção é boa quando propicia ao paciente caminhar com as próprias pernas.
-O que está em jogo diante do medo? “O olhar... O olhar do outro sobre mim...”.
-Mas também o outro pode tirar o sofrimento em que me encontro.

A não-liberdade
-Condição originária do fracasso, da dificuldade de enfrentamento: a condição de não-ser (impedido do uso da liberdade).
-A partir do momento que slmos impedidos de fazer algo, ocorre a não-liberdade.
--“Não é livre para projetar um futuro e realizar um presente “. Sensação de impotência, inadequação quanto ao futuro.
-O passado lhe impediu o presente.
-O passado lhe impediu em seus objetivos.
-Mas, temos liberdade diante da escolha e a negamos.
-Não importa o que fizeram com você, importa o que você faz com o que fizeram com você.
-Como diz o paciente: “não quero assumir o fracasso”.

A angústia
-Nos coloca diante da nossa vulnerabilidade, porque ficamos uma situação que não queríamos estar.
-O ser cotidiano busca a fuga de sua falta de apropriação de sua existência.
-Buscamos a alienação do que nos é próprio: a morte um dia. A vulnerabilidade, fuga é uma maneira de lidarmos com o que não conseguimos evitar (morte).
-No poder-ser temos a morte como certa.
-Ao escondermos temos o encontro também com o fato: a morte existe e eu a temo.
-“A relação própria do homem com a morte abre espaço para que ele se conquiste na sua totalidade”.

A terapia
-Inicia-se com as tonalidades afetivas do desabrigo do paciente e do ser lançado do terapeuta. O terapeuta também é lançado numa condição de vulnerabilidade por não saber com quem está ligado, como vai ocorrer, tudo é indeterminado. Cabe o preparo de estude, ficar atento as dicas do supervisor, não tentar se proteger com determinações e diagnósticos.

A situação psicoterapêutica: análise do tempo, relação com corpo/espaço, o papel do outro
O tempo
-“Somos devorados pelo tempo, não por nele vivermos, mas por acreditarmos na realidade do tempo”. Ter consciência de que ele acaba.
-“A terapia funciona?”, “Quanto tempo leva?”.
-Quem faz pressão sobre nós é a vida moderna.

Noção de tempo
-Nos criamos o tempo que o tempo é. Ele nos coloca em situação de vulnerabilidade.
-O tempo é extensão e criação da realidade humana: criamos o tempo, mas não o determinamos.
-Ao mesmo tempo em que é noção condição, nos coloca em condição de impermanência, de impropriedade.
-O tempo representa a construção do homem, diante da impropriedade, diante da impotência, diante do limite, diante da morte.
-Nossa tendência: negar o tempo, querer controlar a impermanência.

-Quando olhamos o que perdemos, pensamos nos possíveis tempos futuros. Se negamos a perda, podemos fazer as mesmas escolhas e seguir os mesmos caminhos.

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